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Túnel do laboratório de estudos florestais. |
O ministro da Administração Interna, Miguel Macedo, visitou hoje, na Lousã, o Laboratório de Estudos sobre Incêndios Florestais (LEIF) da Universidade de Coimbra, que integra “equipamentos únicos” para compreender o comportamento do fogo e defendeu incentivos à "aplicação efectiva" da investigação produzida.
Inaugurado em 1999, o LEIF é uma infra-estrutura desenvolvida pela Associação para o Desenvolvimento da Aerodinâmica Industrial (ADAI), em parceria com a Câmara Municipal da Lousã e a Universidade de Coimbra (UC), que alberga equipamentos de ensaio para o estudo do comportamento do fogo e para a caracterização de combustíveis florestais. “Tem equipamentos que são únicos a nível europeu e, certamente, até a nível mundial”, disse o presidente da ADAI, Domingos Xavier Viegas.
Entre as suas principais estruturas de ensaio figura um recém-adquirido túnel de combustão de grandes dimensões, que permite estudar a acção do vento sobre a propagação do fogo, e que tem “o dobro do tamanho e mais do dobro da potência” de equipamento idêntico já existente no laboratório, permitindo fazer ensaios numa escala maior, explicou o catedrático da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra. Um dos projectos que o novo túnel vai permitir é o estudo da segurança em parques de campismo, muitas vezes situados junto ou dentro da floresta, adiantou ainda Xavier Viegas.
Além dos ensaios decorrentes do programa de investigação sobre incêndios florestais, o laboratório situado no aeródromo do Freixo “tem acolhido múltiplas acções de formação técnica e avançada, nomeadamente a que é realizada no âmbito de protocolo com a Escola Nacional de Bombeiros. Da investigação desenvolvida no laboratório relacionada com o comportamento do fogo e com a segurança pessoal, o presidente da ADAI destacou os estudos do fogo em desfiladeiros e em copas.
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Durante a visita do ministro da administração interna. (Foto: LEIF) |
Falta de apoio
Xavier Viegas queixou-se que as visitas de carácter formativo, efectuadas ao Laboratório por corporações de bombeiros de todo o país, diminuíram significativamente nos últimos anos, devido ao corte dos apoios que a Autoridade Nacional de Protecção Civil disponibilizava para o efeito.
“Queremos tentar inverter essa situação, em colaboração com entidades públicas e privadas, numa conjugação que queremos mais estreita”, designadamente “entre a Agricultura, a Protecção Civil e todas as entidade que têm a ver com esta matéria”, afirmou.
Realçando que o Laboratório dirigido por Xavier Viegas “é uma estrutura muito importante” que deve ser apoiada pelo Estado, Miguel Macedo disse que importa “garantir que o ataque aos fogos se faz em melhores condições”, apostando em “melhores equipamentos” e na formação dos meios humanos de prevenção e combate aos fogos florestais.
Na sua opinião, cabe ao Governo apoiar “tudo aquilo que puder contribuir para termos uma investigação de grande nível nestas matérias” e que possa ser melhor aproveitada “na formação dos corpos de bombeiros e tenha aplicação efectiva no terreno”.
fonte: Ciência Hoje