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diariobombeiro


Quarta-feira, 27.03.13

ANPC e LBP: Protocolo garante inspecções médico-sanitárias a bombeiros

Os bombeiros vão ter inspecções médico-sanitárias. O benefício está previsto num protocolo recentemente assinado entre a Liga dos Bombeiros Portugueses e a Autoridade Nacional de Protecção Civil.

A Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) e a Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC) assinaram recentemente em Carnaxide o protocolo que vai viabilizar o direito dos bombeiros a inspecções médico-sanitárias. 
 
A execução dessas inspecções será efectuada através do Fundo de Protecção Social do Bombeiro da Liga dos Bombeiros Portugueses. 
 
No âmbito do protocolo, cabe à ANPC definir o sistema e os critérios de selecção dos bombeiros a inspeccionar, validar a selecção e remeter as listas à entidade contratada para realizar as inspecções bem como aprovar as especificações técnicas constantes do caderno de encargos aplicável à contratação do serviço. 
 
À LBP cabe suportar os custos mediantes verbas transferidas para esse efeito pela ANPC, proceder à contratação dos serviços médicos e definição dos locais e calendário da realização das inspecções. O protocolo prevê ainda uma comissão de acompanhamento permanente da sua execução.
 
 
por Jornal BP

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por Diário de um Bombeiro às 13:04

Segunda-feira, 25.03.13

Conselho Nacional da Liga dos Bombeiros Portugueses reúne no Barreiro

A Associação Humanitária dos Bombeiros do Sul e Sueste, com a colaboração da Federação dos Bombeiros do Distrito de Setúbal e da Câmara Municipal do Barreiro, acolheu no passado dia 23 de março a reunião do Conselho Nacional da Liga dos Bombeiros Portugueses. Esta importante reunião decorreu no espaço do Museu Industrial do Barreiro, que para o efeito foi cedido pela empresa Baía do Tejo.

A Sessão de Abertura foi antecedida pela apresentação da Formatura do Corpo de Bombeiros do Sul e Sueste à Comandante Distrital de Operações de Socorro de Setúbal, Dr.ª Patrícia Gaspar, ao Presidente da Mesa dos Congressos e ao Presidente do Conselho Executivo da Liga dos Bombeiros Portugueses, Dr. Duarte Caldeira e Comandante Jaime Marta Soares, respetivamente, e ao Presidente da Câmara Municipal do Barreiro, Carlos Humberto de Carvalho.

O Conselho Nacional da LBP é composto pelos Presidentes das 18 Federações Distritais de Bombeiros, por inerência, e por mais 2 Conselheiros de cada distrito. Integram ainda este órgão representantes dos bombeiros das regiões autónomas da Madeira e dos Açores.

Sendo o órgão máximo entre Congressos da Liga dos Bombeiros Portugueses, é ao Conselho Nacional que compete, entre outras atribuições, aprovar o Relatório e Contas anualmente apresentado pelo Conselho Executivo, tema que integrou a ordem de trabalhos no que respeita ao exercício de 2012.

Nesta reunião do Conselho Nacional, que decorreu pela primeira vez na cidade do Barreiro, foram ainda abordados outros temas bastante atuais para os Bombeiros portugueses, entre eles a revisão do Regulamento do Transporte de Doentes, o Programa Permanente de Cooperação (PPC) – do qual decorre o apoio financeiro concedido pela Autoridade Nacional de Proteção Civil às Associações Humanitárias de Bombeiros –, a diretiva financeira a aplicar ao Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Florestais (DECIF) e a formação dos bombeiros.
 
 
por BVSS

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por Diário de um Bombeiro às 14:17

Segunda-feira, 18.02.13

Presidente da LBP na Lista de Bruno de Carvalho - Candidato ao Sporting CP

Bruno de Carvalho já tem a lista que vai a votos no dia 23 de março quase pronta. Depois de Fernando Ruas, a TSF sabe que Jaime Marta Soares e Bacelar Gouveia também integram as listas aos órgãos sociais.

Jaime Marta Soares, atualmente presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses e da Câmara Municipal de Vila Nova de Poiares, é candidato a presidente da Mesa da Assembleia Geral.

O constitucionalista e antigo deputado (PSD) Jorge Bacelar Gouveia lidera a lista Conselho Fiscal e Disciplinar.

Até quinta-feira, Bruno de Carvalho e os outros candidatos têm que apresentar as listas.

Até ao momento, há três candidatos à presidência do clube de Alvalade: Bruno de Carvalho, derrotado nas últimas eleições, Carlos Severino e João Pedro Paiva dos Santos.


por TSF

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por Diário de um Bombeiro às 12:53

Domingo, 10.02.13

Liga quer isenção de IRS para todos os bombeiros

Incêndio em Arganil [NUNO ANDRÉ FERREIRA/LUSA]
O presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) anunciou neste sábado que, na próxima quarta-feira, vai pedir aos ministérios das Finanças e da Administração Interna a isenção de IRS para todos os bombeiros.

Jaime Marta Soares disse, em declarações à agência Lusa, que os membros da equipa de combate a incêndios (ECIN) que trabalha na época dos fogos florestais recebem 41 euros por dia, isento de impostos e segurança social, enquanto os funcionários assalariados das corporações, quando vão para o terreno, após a hora de serviço e em regime de voluntariado, veem o valor que recebem ser agregado ao salário e taxado.

«Esta situação é inaceitável e injusta», frisou o presidente da LBP acrescentando que, por este motivo, a liga vai reunir com as tutelas para reivindicar alterações à situação, assim como apoio em equipamentos de uso individual.

Quanto às relações entre a LBP e o Governo, Jaime Soares disse que «o machado de guerra está enterrado» porque houve abertura para o diálogo.

As propostas dos bombeiros, na opinião do dirigente, não aumentam as despesas do Orçamento de Estado, porque não é pedido mais dinheiro, mas antes apoios para ajuda às populações.

«Todas as questões estão a ser negociadas e trabalhadas e, apesar de não conseguirmos tudo aquilo que queremos, as partes estão interessadas e empenhadas», disse.

Na ocasião, e em tom de brincadeira, o secretário de Estado Adjunto do ministro da Administração Interna, Juvenal da Silva Peneda, afirmou que o Governo está debaixo de uma pressão muito grande entre a Troika e a LBP.

Juvenal da Silva Peneda frisou que o Ministério das Finanças, tutela responsável pelo assunto possível isenção do IRS para os bombeiros encontrará a «melhor» solução para o problema.
 
 
por TVI24

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por Diário de um Bombeiro às 11:03

Quarta-feira, 06.02.13

Liga de Bombeiros atribuiu cinco crachás de ouro a individualidades de Sines

A Liga dos Bombeiros Portugueses atribuiu no dia 2 de fevereiro, cinco crachás de ouro a individualidades de Sines. 
 
Por proposta do Conselho Executivo da Liga foi atribuído o crachá de ouro a João Santa Barbara, atual presidente da Associação dos Bombeiros de Sines pelos bons serviços prestados em prol dos bombeiros. 
 
Por proposta da direção dos Bombeiros de Sines foram atribuídos crachás de ouro a, António Rui Pimenta e Carlos Lopes Paulo, antigos presidentes da Associação de Bombeiros, a Cordeiro Catarino diretor da Refinaria de Sines e a Francisco do Ó Pacheco, antigo presidente da Câmara de Sines. 
 
Os crachás de ouro são atribuídos a pessoas que embora não sejam bombeiros se destacam pelo apoio que dão às corporações de bombeiros.
 
 
por Rádio Sines

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por Diário de um Bombeiro às 11:55

Segunda-feira, 10.12.12

Discurso Directo: “As corporações estão com dificuldades”

Jaime Soares, presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses sobre a actualização da tabela de pagamento pelo INEM.

Correio da Manhã – A actualização da tabela de preços pagos pelo Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) pelos serviços prestados pelos bombeiros vai ajudar a superar as dificuldades das corporações?
Jaime Soares – Não é suficiente, porque este preçário não era revisto desde 2008. Esta actualização surge no âmbito de um acordo com o INEM que não está fechado. As corporações têm muitas dificuldades na prestação de serviço na área da emergência pré-hospitalar porque os custos são elevados.

– Qual foi o aumento dos preços que os bombeiros vão receber?
– O subsídio trimestral teve um aumento de 400 euros, o que resulta em 1200 euros por ano.

– Os valores que as corporações recebem para transportar os doentes não são suficientes para manter esses serviços?
– Claro que não, apesar de as corporações de bombeiros prestarem esse serviço, que é mais barato para o INEM se forem os bombeiros a fazê-lo do que se for a própria instituição.

– Como é que esse serviço é mais barato se for prestado pelos bombeiros?
– Um estudo que a Liga [dos Bombeiros Portugueses] fez apurou valores diferentes. Por exemplo, os custos do transporte efectuado pelos bombeiros custará ao INEM 35 euros, mas se for a instituição a fazê-lo serão 100 euros. Um valor muito superior, apesar de ser feito nas mesmas condições, com tripulantes com igual formação.

– É mais vantajoso para o INEM atribuir esse transporte aos bombeiros?
– É verdade e não se entende porque é que o INEM coloca ambulâncias SIV [suporte básico de vida] a 200 ou 300 metros dos quartéis dos bombeiros com ambulância do INEM, como aconteceu em Arganil, Trancoso e Cantanhede.


por Cristina Serra
em CM

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por Diário de um Bombeiro às 16:26

Segunda-feira, 26.11.12

Escola não pode continuar a ser “barriga de aluguer”

A Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) decidiu não aprovar as contas e o plano de atividades da Escola Nacional de Bombeiros (ENB) para o próximo ano.
Jaime Marta Soares justifica a posição com a necessidade “urgente” de revisão do atual modelo formativo. Para o presidente da Confederação não é “aceitável” que a ENB continue a ser “barriga de aluguer” para os elementos da Força Especial de Bombeiros (FEB) e para os operadores dos CDOS.

A Escola Nacional de Bombeiros “é uma” barriga de aluguer” e está “desviada da sua verdadeira realidade”, referiu em declarações ao ‘BP’ o presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses, depois de ter anunciado o voto contra o plano de atividades e contas da Escola, posição que se traduz num empate no resultado da contagem dos votos. Jaime Marta Soares lembra que a Escola tem um orçamento de 16 milhões de euros, e desses, 14,5 milhões, ou seja, 96,5 por cento, serve para pagar estruturas que nada têm a ver com a sua missão principal.
 
“Não podemos continuar a aceitar que apenas 2,7 milhões de euros do total do orçamento se destine à formação”, sublinha.
Para o dirigente, a situação é “surrealista e inaceitável” e “desvia a verdadeira realidade do que deve ser a escola, que deve ser o quartel-general dos bombeiros”. “A Escola não tem dinâmicas, horizontes”, considera Jaime Marta Soares. O Governo já fez saber que está em estudo a reorganização da ENB.
 
Em declarações na Assembleia da República, Miguel Macedo anunciou que é preciso rever o papel da ENB e que este que deve evoluir para um sistema que “no essencial” se transforme numa “escola de formação de formadores” e que leva a formação junto dos corpos de bombeiros espalhados pelo país. Sobre as intenções do executivo, Jaime Marta Soares diz-se disponível para debater o futuro modelo, sublinhando, no entanto, que a aposta nas Unidades Locais de Formação devem traduzir-se numa profunda “restruturação” de algumas delas, dada a sua atual “inoperacionalidade”.
 
A Liga dos Bombeiros Portugueses defende o retomar da figura do “delegado distrital de formação”, que dependia das federações distritais de bombeiros,com o objetivo de “tornar cada quartel na principal estrutura” de formação dos bombeiros portugueses.
Com o chumbo, por parte da LBP, do plano de atividades e orçamento, terá agora de ser encontrada uma solução sob pena da ENB iniciar o ano dependente de duodécimos para a sua gestão. A Liga mostra-se disponível para “ajudar” a encontrar uma solução o mais rápido possível, sublinhando que não abdica no entanto da posição já assumida.
 
 
por Patricia Cerdeira
em BP

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por Diário de um Bombeiro às 02:04

Segunda-feira, 26.11.12

LBP: “Relatório confirma o que sempre dissemos”

As conclusões do relatório independente sobre os incêndios de julho no Algarve estão em sintonia com as preocupações da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), sublinha o presidente Jaime Marta Soares depois de ter tido acesso ao documento técnico coordenado pelo investigador Domingos Xavier Viegas.

"Por aquilo que vi e ouvi das palavras ditas pelo professor Xavier Viegas, percebi que aquilo que eram as nossas preocupações e as nossas certezas estão agora contidas no relatório”, sublinhou o dirigente. "A proteção civil em Portugal funciona como um órgão coordenador de toda a atividade da estrutura de proteção civil, mas no terreno os operacionais é que comandam", considerou Jaime Marta Soares, defendendo uma estrutura de comando único, para uma "intervenção logo a partir do momento zero". Jaime Soares afirmou que a "descoordenação não se sentiu só naquele incêndio, houve noutros incêndios este ano e já também em anos transatos, e por isso há que procurar as soluções adequadas a situações que não dão tempo de espera".

Depois de analisar o relatório, Miguel Macedo, o ministro da Administração Interna, enviou o documento para a Assembleia da República, para a ANPC e para os presidentes da Liga dos Bombeiros Portugueses e das câmaras municipais de Tavira e São Brás de Alportel.

Num primeira reação, o presidente da Câmara Municipal de Tavira considerou que as conclusões do relatório sobre os incêndios de julho vão ao encontro da análise das autarquias, defendendo o reforço de verbas para a prevenção de fogos florestais. Ainda segundo o autarca Jorge Botelho o documento agora concluído "vai na linha do relatório da Liga dos Bombeiros Portugueses que referia que houve um conjunto de falhas neste combate associadas também a algumas questões do próprio terreno".

Para o autarca, neste momento, os esforços devem estar concentrados na recuperação das áreas ardidas, pretendendo "aproveitar a disponibilidade do Governo para ajudar a repor o potencial produtivo, o apoio aos casos sociais e os trabalhos na área agrícola".

"É importante que se faça o cadastro para podermos ir ao encontro das preocupações de proteção da floresta mediterrânica, ou seja, a necessidade de replantar corretamente com espécies adequadas, com mais organização", destacou.

Para Jorge Botelho este é também o momento para dar formação aos profissionais de proteção civil e de defesa da floresta e de disponibilizar meios para fazer a prevenção e limpeza da floresta.

"A ideia de que uma parte do dinheiro da proteção civil poder reverter para a limpeza das matas é muito interessante e considero que tem toda a oportunidade de fazer caminho depois da avaliação deste processo", acrescentou.

Também o presidente da Câmara Municipal de São Brás de Alportel é da opinião que as conclusões do relatório estão em sintonia com a análise das autarquias e espera que sejam feitas retificações.

A dificuldade de reposicionamento de meios, a falta de meios perante a dimensão que o incêndio atingiu, alguma descoordenação na determinação de alguns locais e falhas no conhecimento total do terreno por parte dos coordenadores são pontos destacados pelo autarca António Eusébio. "Efetivamente, sentimos alguma demora na chegada dos meios, nomeadamente a 19 de julho quando o incêndio se propagou até São Brás de Alportel, tarde fatídica em que o incêndio ganhou uma dimensão de tal ordem que acabou por dificultar muito mais a intervenção no terreno", recordou o presidente da câmara.

Os incêndios que atingiram a Serra do Caldeirão, entre Tavira e São Brás de Alportel, de 18 a 21 de julho, queimaram uma área aproximada de 24 mil hectares, sobretudo espaços florestais, de acordo com o Instituto de Conservação da Natureza e Florestas.

O relatório independente foi pedido em agosto pelo ministro da Administração Interna, Miguel Macedo, que alegou que a avaliação da ANPC não apresentava "recomendações, nem eventuais medidas corretivas a adotar em ocorrências similares".

ANPC faz leitura solitária

Alguns dias depois do relatório ter sido entregue ao Governo, a Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) veio a público dizer que o documento confirma as observações já anteriormente apontadas, congratulando-se por este não atribuir falhas à coordenação dos meios de combate.

Numa nota tornada pública, a ANPC manifesta satisfação pelo facto de a avaliação, feita por especialistas do Centro de Estudos sobre Incêndios Florestais da Universidade de Coimbra, "corroborar", em alguns aspetos, o relatório produzido pela Proteção Civil e entregue em agosto ao ministro da Administração Interna. Entre as "condicionantes da máxima relevância" identificadas pelo relatório independente, a ANPC destaca "as condições de propagação do incêndio, as dificuldades impostas pela dispersão de edificado e presença humana, a orografia desafiante ao combate, longas distâncias a percorrer e simultaneidade de ocorrências, locais e nacionais".

A Proteção Civil realça ainda o facto de não fazer alusão a falhas de coordenação dos meios de combate, e de reconhecer a estratégia de defesa de pessoas e bens, apesar de admitir que há aspetos sem "total coincidência na apreciação dos factos".

No comunicado, a Autoridade Nacional de Proteção Civil refere ainda que as recomendações propostas vão ser analisadas no âmbito do balanço do Dispositivo Especial de Combate e Incêndios Florestais (DECIF).

Xavier Viegas desafia MAI a não colocar conclusões na gaveta: Faltou antecipação e análise

O relatório não deixa margem para dúvidas. Domingos Xavier Viegas aponta várias falhas decorrentes da ‘frágil’ estrutura de prevenção, dificuldade de perceção do sistema de comando da localização do fogo e falhas na previsão da sua evolução. Em declarações ao ‘BP’, o investigador de Coimbra sublinha que este não foi um incêndio qualquer mas a incapacidade de antecipação foi determinante para tudo o que aconteceu após o ataque inicial.

Texto: Patrícia Cerdeira

“Um dos principais problemas que encontrámos na gestão deste incêndio foi a de que não existia no Posto de Comando (PC) uma visão atualizada e correta da localização e possível evolução do incêndio. Este fato pesou, juntamente com outros fatores, na deficiente avaliação do potencial do incêndio em todas as suas frentes, o que conduziu a um atraso na resposta que as circunstâncias porventura requeriam”. É desta forma que o relatório coordenado por Xavier Viegas sintetiza a “incapacidade” demonstrada na avaliação daquele teatro de operações.

Em 214 páginas o relatório de caráter técnico e científico coloca preto no branco todas as fragilidades e potencialidades registadas, num incêndio de características complexas e que na opinião do investigador testou o SIOPS na sua capacidade máxima, desde que o Sistema Integrado de Operações de Proteção e Socorro foi instituído em 2006.

O documento sublinha como decisivos os seguintes fatores: “Condições de extrema secura da vegetação; ausência quase geral de faixas de descontinuidade; elevada densidade de casario e de pequenas habitações, relevo, elevada distância a distritos que pudessem fornecer meios de reforço; simultaneidade de ocorrências, avarias nos meios aéreos e subavaliação do potencial de evolução do incêndio”, sublinha o documento.

Num recado direto ao Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF), responsável pela prevenção estrutural, o relatório denúncia a ausência de “papel interventivo” que a situação exigia. Xavier Viegas propõe mesmo o “reforço do peso dos departamentos de defesa da floresta contra incêndios, “dotando o ICNF de quadros técnicos especializados e dedicados plenamente a este importante problema”.

Dado positivo relatado no documento foi a prioridade dada à segurança de todos os agentes e populações envolvidas. Sublinha-se como meritório a “ausência de sinistrados” num teatro de operações desta dimensão.

Aos bombeiros e outros agentes Xavier Viegas tece rasgados elogios:

“Foi manifesta e reconhecida a dedicação e valentia dos agentes envolvidos, em particular os bombeiros, que se dedicaram com abnegação, muitas vezes com risco de perigo para a sua integridade física e quase sempre com inteiro desapego pelo seu descanso e bem-estar, e da sua vida pessoal e familiar”, pode ler-se na página 149.

Os elogios estendem-se também aos efetivos da GNR, nomeadamente ao GIPS, mas Xavier Viegas diz que “deve ser analisada” a organização e gestão da rede de postos de vigia. No caso em apreço, o relatório denuncia que na zona onde ocorreu o incêndio a rede estava desativada no “período da noite”.

Em vários momentos Xavier Viegas apela ao Governo para que facilita a utilização de meios tecnológicos. Sistemas de deteção precoce por infravermelhos, GPS nas viaturas dos operacionais, registo de imagens nas aeronaves, no fundo, uma panóplia de instrumentos de apoio à decisão que já existem no mercado mas que continuam a ser desvalorizados pelo nosso sistema.

Para as Forças Armadas, Xavier Viegas preconiza uma nova visão com “formação em combate a incêndios” a alguns dos seus efetivos. O investigador diz mais: “(…) Deveria ser agilizada a mobilização dos meios militares para reforço de ações de vigilância e rescaldo. Deveria estudar-se igualmente a necessidade de reforçar os meios da GNR nas ações de evacuação das pessoas”.

Já sobre os meios aéreos, Xavier Viegas insiste numa questão antiga, a utilização de retardantes. “É imperioso haver coordenação dos meios aéreos a fim de evitar perdas de tempo e eficácia e tirar-se assim o maior partido possível deste recurso. Recomenda-se a utilização de produtos químicos nas descargas sempre que possível”. Ainda no que concerne às recomendações, o relatório, que contou com a participação de outros sete especialistas, sublinha que faltaram meios em momentos cruciais:

“Parece-nos que a mobilização de meios poderia ter sido reforçada durante o período seguinte (logo após o ATI), para se poder assegurar a supressão do incêndio durante o dia 19”. E para esta estratégia defende Xavier Viegas deveria ter contribuído de forma mais eficaz a leitura aérea do incêndio: “Nos REVIS aéreos, em que são feitas observações importantes para a tomada de decisões, não se deve limitar o percurso e voo ao perímetro imediato do incêndio, mas antes observar a área envolvente, a fim de se poder conhecer e avalizar as opções referidas”, sublinha.

Entre as inúmeras recomendações inscritas no relatório, destaque para a necessidade de apostar na “comunicação” e “formação” das populações”, para que estas possam constituir equipas de autodefesa”, dotar os autarcas de “maior formação” sobre os problemas associados aos incêndios, entre muitas outras questões.

A terminar, Xavier Viegas deixa um recado claro ao Governo e a todos os que estiveram envolvidos neste grande incêndio: “Se se pode admitir que haja falhas por falta de advertência ou de conhecimento, não é tolerável que, por desleixo, não se tomem em conta os avisos e recomendações que são feitos”, adverte o investigador que dedicou este trabalho técnico a todos os que sofreram na pele as consequências deste incêndio, o maior deste ano.

“Este trabalho é dedicado a todas as pessoas e entidades que sofreram com este incêndio e também às que se esforçaram, de uma forma abnegada e por vezes heroica, antes, durante ou após a sua ocorrência, para minimizar os seus impactes, numa luta que deve ser de toda a sociedade”, escreve o investigador de Coimbra.


por BP

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por Diário de um Bombeiro às 01:45

Terça-feira, 06.11.12

Protecção Civil «é um Estado dentro de um Estado», acusam bombeiros

O presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses, Jaime Soares, afirmou hoje, em comissão parlamentar, que a Autoridade Nacional de Protecção Civil «é um Estado dentro de um Estado».

A propósito dos incêndios do verão no Algarve, Jaime Soares criticou perante os deputados da comissão parlamentar de Agricultura a estrutura da protecção civil e defendeu modificações.

«A Autoridade Nacional de Protecção Civil é um Estado dentro de um Estado», criticou o dirigente, que já tinha defendido que a esta entidade devia caber a «coordenação e não o comandamento» do combate às chamas.

Jaime Soares indicou que na sua «opinião o MAI [Ministério da Administração Interna] deve colocar mais pessoas mais capazes e competentes».

O dirigente concordou que as alterações não deviam ter sido feitas no verão, mas acrescentou haver muitas vozes a defender alterações na estrutura.

«O propósito da Liga não é protagonismo, é de criar diálogo», garantiu.

Sobre o incêndio do Algarve, o responsável afirmou que o alarme foi dado atempadamente, mas a «coordenação falhou redondamente nas primeiras 42 horas».

Para Jaime Soares «não está tudo errado na Protecção Civil», porém, o fogo em Tavira «mostrou por A mais B» que houve falhas.

«A Liga dos Bombeiros Portugueses não pede a cabeça ninguém. A liga com o seu trabalho (um relatório sobre o fogo) que a Autoridade Nacional de Protecção Civil tivesse tido o sentido de responsabilidade para sentar todos à mesa e apurar onde as coisas falharam para não voltarem a falhar», argumentou.

Em relação à prevenção de incêndios, Jaime Soares, disse que «está tudo mal» e que «os fogos evitam-se».

Diário Digital com Lusa

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por Diário de um Bombeiro às 18:35

Sexta-feira, 19.10.12

Bolsas de Investigação: LBP encontra quatro vencedores

Já são conhecidos os vencedores da Bolsa de Investigação 2012, iniciativa da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) e apoiada pela Fundação Montepio Geral. Quantro candidatos irão receber perto de quatro mil euros para estudar área dos incêndios florestais e municípios e bombeiros.

Os vencedores das Bolsas de Investigação 2012 promovidas pela Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) e apoiadas pela Fundação Montepio Geral já são conhecidos. Emanuel Arnaldo Fidalgo, dos Voluntários de Baião, Samuel David Rodrigues Martins, dos Voluntários de Braga, com projetos na área dos incêndios florestais, André Filipe Lopes Malho, dos Voluntários de Pombal, e Ana Catarina Sartório de Lima, dos Voluntários de Pinhal Novo, ambos sobre a temática Municípios/bombeiros - uma experiência de sucesso, são os quatro vendecores deste projeto da LBP e Fundação Montepio Geral.

Para a investigação proposta, os bombeiros vão receber perto de quatro mil euros cada. O júri reuniu-se recentemente na sede da LBP e, no cumprimento do respetivo regulamento, anunciou os vencedores. Foram analisadas 21 candidaturas no âmbito dos temas: incêndios florestais (12 candidaturas), municípios/bombeiros – uma experiência de sucesso (7 candidaturas) e riscos hidrológicos e morfológicos (2 candidaturas). A Fundação Montepio Geral patrocina cada uma das bolsas com 3750 euros. O júri foi presidido pelo comandante Jaime Soares, presidente do conselho executivo da LBP, e composto por Ana Martins, representante da Autoridade Nacional da Proteção Civil (ANPC), Artur Gomes, representante da Escola Nacional de Bombeiros (ENB), Duarte Caldeira, representante da Fundação Montepio Geral, e por três personalidades académicas convidadas, Artur Torres Pereira e os professores, Luciano Lourenço e Carlos Bateira.


fonte: Jornal BP

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por Diário de um Bombeiro às 09:20


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