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diariobombeiro


Terça-feira, 26.03.13

Comportamento dos Incêndios Florestais - Parte I

Os Incêndios Florestais têm vários factores que alteram o seu Comportamento!... Por isso dizemos que, cada o próximo Incêndio não será igual a este. Não existem Incêndios Florestais iguais, cada um, é único!

Os Incêndios Florestais transmitem-se de três formas:

CONDUÇÃOé a transferência de calor por contato direto com a fonte de calor. Por ser a madeira um mal condutor de calor, a transferência por condução tem pouca importância relativa em incêndios florestais. O aquecimento de massas de ar através da condução é o que tem mais importância no controle dos incêndios.





CONVECÇÃOé o movimento circular ascendente, devido ao aquecimento das massas de ar, localizadas acima do foco do incêndio. O fogo florestal cria condições de turbulência (correntes de vento), aspirando oxigênio dos lados e lançando para cima o ar aquecido. Isso pode levar fagulhas a grandes distâncias, dificultando o contrôle do incêndio.




RADIAÇÃO
é a transferência de calor através do ar, em qualquer direção, à velocidade da luz. É o principal método de transferência de calor, nos grandes incêndios florestais.



As formas elementares de transmissão de calor são a condução (menor importância nos incêndios florestais), a radiação e a convecção.
 
NÃO ESQUECENDO QUE: A propagação do incêndio faz-se ainda pelo transporte de partículas incandescentes, rolamento de materiais, deslocação de animais com pêlo a arder…
Existem também, outros fenómenos, designados por Fenómenos Físicos que afectam o Comportamento dos Incêndios Florestais.
E que são eles:
 
  • Velocidade de propagação;
Velocidade de propagação: é a velocidade de incremento de um incêndio e pode ser medida em forma linear (m/s, m/minuto, km/hora) e também pode ser medida de acordo com o incremento em superfície (metros quadrados ou hectares por unidade de tempo)…

Permite retirar informações relativamente à gravidade do incêndio do ponto de vista do combate e da área de risco.

  • Dimensão das chamas: altura, profundidade e sobretudo comprimento;
Dimensão da chama: é a altura, comprimento e profundidade que podem alcançar as chamas num incêndio. O tamanho depende da quantidade, humidade, e altura dos combustíveis e também do declive do terreno e condições do vento. A Dimensão da chama, mede-se em centímetros ou metros.

A altura da chama: é a distância, medida na vertical, desde a base até ao seu ponto mais alto.
 
A profundidade da chama: é a dimensão da base da chama tomada no sentido da sua progressão.

O comprimento da chama: está associado à intensidade do incêndio, exprime-se em metros e permite-nos avaliar a possibilidade de um incêndio de superfície se vir a transformar num incêndio de copas. É a distância entre o ponto médio da base e o ponto mais alto.

  • Intensidade de propagação;
    Intensidade do fogo é a taxa de energia ou calor liberada por unidade de tempo e por unidade de comprimento da frente de fogo. Numericamente é igual ao produto da quantidade de combustível disponível pelo seu calor de combustão e pela velocidade de propagação do fogo, como mostra a equação de Byram:
    I = H.w.r

    sendo,
    I = intensidade do fogo em kcal / m.s
    H = calor de combustão em kcal / Kg (± 4.000 kcal / Kg)
    w = peso do combustível disponível em Kg/m2
    r = velocidade de propagação do fogo em m/s
  • Direcção de propagação.
Direcção de propagação do incêndio florestal: É a orientação que segue a cabeça do incêndio, e, Expressa-se segundo os pontos cardeais.

 
Os factores que influenciam o início e desenvolvimento dos incêndios são:
• Combustíveis florestais;
• Condições meteorológicas;
• Topografia;
• e o factor tempo dinâmica do incêndio

COMPORTAMENTO DO INCÊNDIO FLORESTAL
COMBUSTÍVEL
  • Relevo
  • Condições
  • Meteorológicas
  • Dinâmica do Incêndio
Avaliação e reconhecimento do combustível

COMBUSTÍVEL
  • Compactação Tipo, dimensão e forma
  • Continuidade horizontal
  • Continuidade vertical
  • Composição
  • Humidade
  • Carga
A influência dos combustíveis

Nas zonas em que não há limpeza de matos (desmatação), as partículas incandescentes podem propagar o incêndio por saltos a dezenas de metros ou até quilómetros, formando focos secundários;

• A vegetação fornece o “combustível ao incêndio”;
• A sua inflamabilidade é função da sua dissecação que pode,
dentro de certa medida, ser apreciada em medida do grau de
higrometria do ar;
• A densidade é determinante para a propagação;
• A emissão de partículas incandescentes pode ser muito
importante (pinheiro, sobreiro, urzes, mimosas, eucalipto…)
• A continuidade vertical permite a passagem dos incêndios de
superfície a incêndios de copas;
• A velocidade de desenvolvimento do fogo faz com que muitas
vezes apenas os combustíveis finos sejam consumidos, ficando os
troncos apenas chamuscados;
• Os focos secundários desenvolvem-se também através dos
combustíveis finos e mortos. 

Toma em conta todos estes Factores e Fenómenos, e...

Combate Firmemente o Incêndio tendo
SEMPRE em conta a SEGURANÇA


Acompanha a nossa Campanha, e os Artigos por nós postados.
Para breve será publicada a Parte II, sobre o Comportamento dos Incêndios Florestais. Acompanha-nos

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por Diário de um Bombeiro às 12:44

Segunda-feira, 25.03.13

Manutenção dos Veículos de Socorro


A utilização dos veículos de socorro pelos Agentes de Proteção Civil em situações extremas, implica que os condutores, muitas vezes, sejam levados ao limite das suas capacidades, o que obriga a uma confiança elevada no estado de conservação e segurança dos mesmos; para isso é fundamental a sua manutenção, uma vez que os veículos de socorro devem de ter uma manutenção preventiva, eficaz que os mantenha sempre com bons níveis de operacionalidade.

Não nos podemos esquecer que:
“O êxito de uma operação de socorro depende do bom estado do veículo, bem como do seu perfeito conhecimento por parte do condutor.”

Nesse sentido é importante que semanalmente sejam efetuadas as verificações periódicas referentes a:
- Níveis de Fluídos (liquido de refrigeração, óleo de motor, óleo de travões - sistema pneumático, óleo de direção, combustível);
- Verificação das correias dos diversos sistemas;
- Verificação das Baterias (estado e nível de eletrólito) e sistemas elétricos;
- Estado e Pressão dos Pneumáticos;
- Estado dos Filtros de Ar, Óleo e Combustível;
- Purga das Garrafas de Ar dos sistemas pneumáticos;
- Acondicionamento da carga do veículo;
- Verificação do nível de água no depósito;
- Limpeza interior e exterior.

Em relação à manutenção preventiva existem algumas considerações que devem de ser tidas em conta, nomeadamente o Sistema de Travagem e os Pneumáticos.

Quanto ao sistema de travagem existem duas realidades distintas, uma das Ambulâncias e outra dos restantes veículos de socorro.

Em relação às Ambulâncias e ao tipo de condução efetuada que obriga a uma utilização mais intensiva dos sistemas de travagem, implica que os intervalos de manutenção, substituição de pastilhas e discos de travão, tenham de ser menores do que o recomendado pelas marcas (não nos podemos esquecer que o que as marcas recomendam é uma utilização normal).

Em relação aos restantes veículos de socorro deve-se ter em atenção o período temporal e não os quilómetros efetuados, pois por vezes as pastilhas ou calços de travão têm muitos anos e poucos quilómetros, o que leva a que percam as suas características originais. Outro fator muito importante está relacionado com os longos períodos de imobilização que alguns veículos são detentores, como por exemplo, os Florestais, visto que são raras as saídas após o período do verão. Nesse caso e antes do início do DECIF o ideal será desmontar os sistemas de travagem e proceder à limpeza dos mesmos removendo impurezas ou ferrugem que apresentem, aproveitando para verificar se os discos de travão ou polis estão estalados ou com sinais evidentes de desgaste.

Quanto aos pneumáticos são o grande calcanhar de Aquiles dos veículos de socorro sejam eles de que tipo forem. Teoricamente os pneumáticos têm uma vida útil até, no máximo, 5 anos  após a data de fabrico, ou seja, após este período os pneumáticos começam a perder as suas características. Além disso, a pressão correta de trabalho e o equilíbrio de pneumáticos no mesmo eixo também são fatores que muitos descuram e são fundamentais para a segurança do veículo.

Segundo dados do NICAV da GNR a grande maioria dos despistes têm origem em problemas nos pneumáticos seja por pressão incorreta, ou por desgaste e lesões nas telas.
Por isso, é de extrema relevância que se faça uma inspeção visual e atenta dos pneumáticos e que se verifique a pressão de trabalho, tendo o cuidado de igualar sempre a pressão dos pneus no mesmo eixo, além de procurar sinais de desgaste irregular ou lesões no corpo do pneu.

Em relação às pressões de trabalho dos pneumáticos é importante distinguir os veículos de uso em estrada e os de uso em Fora-de-Estrada (ou Todo-o-Terreno); os primeiros devem utilizar as pressões de Estrada; em relação à utilização em Fora-de-Estrada existem três tipos de pressão de trabalho: a Pressão de Estrada, a Pressão Mista e a Pressão de Todo-o-Terreno.
Os valores destas pressões devem de estar inscritos junto das caves de rodas do Veículo; as pressões deverão ser utilizadas consoante a situação em curso.
Estas são indicadas pelas empresas transformadoras dos veículos que as calculam em função do tipo de carroçamento efectuado, as especificações dos construtores e o tipo de Pneumático utilizado.

Em relação aos pneumáticos existem outros cuidados fundamentais que devem ser tidos em conta e têm a ver com o Parqueamento das viaturas nos Quartéis, especialmente das viaturas pesadas. Semanalmente as viaturas devem ser deslocadas dos lugares de parqueamento de forma a que os pneus rolem e não fiquem na mesma posição, evitando assim a deformação dos pneus.
Com os Veículos Florestais existe um cuidado adicional que deverá ser implementado, relacionado com a colocação da pressão de Estrada quando os veículos estão parqueados fora da época do DECIF; esta medida evita que os pneus fiquem deformados por estarem com uma pressão mais baixa, não esquecendo também dos cuidados já acima referidos.

Este breve apontamento teve como principal objetivo alertar todos os condutores e responsáveis pelos parques de viaturas para um conjunto de pequenas medidas simples de executar e que permitem aumentar os níveis de operacionalidade bem como da Segurança na utilização dos veículos de socorro.

Aproveito também para deixar outro pequeno conselho:
Não se esqueçam de Usar Sempre o Cinto de Segurança, especialmente quando os Veículos circulam em Marcha de Urgência, pode-vos salvar a vida.


Autor:
Tiago Catrola Raposeira
Inspector Técnico de Veículos
Aluno de Engenharia da Segurança do Trabalho – ISLA Santarém
Subchefe – Bombeiros Voluntários de Almeirim

Publicado:
Boletim Informativo do Comandando Distrital de Operações de Socorro de Santarém (CDOS), da Autoridade Nacional de Proteção civil (ANPC), Nº 48, ultimo trimestre de 2012.
Link 
http://www.prociv.pt/CDOS/Santarem/newsletter/2012-out%20dez%20N48%20CDOS%20Str.pdf

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por Diário de um Bombeiro às 12:47

Quarta-feira, 20.03.13

Organização das Forças de Combate aos Incêndios Florestais

Hoje iremos relembrar como são Organizadas as Forças Terrestres de Combate aos Incêndios Florestais.
Este artigo tem como base de pesquisa, a Directiva Operacional Nacional N.º2 / DECIF2012.

As forças de combate a incêndios florestais organizam-se nas seguintes unidades:
  • Equipa de Combate a Incêndios Florestais (ECIN):
Equipa constituída por um veículo de intervenção e respectiva guarnição de 5 (cinco) elementos;
  • Equipa de Intervenção Permanente (EIP):
Equipa constituída por um veículo de intervenção e respectiva guarnição de 5 (cinco) elementos;
  • Equipa de Logística de Apoio ao Combate (ELAC):
Equipa constituída por 2 ou 3 elementos e um meio técnico de apoio logístico às operações ou a veículos de ataque.
  • Equipa do Grupo de Análise e Uso do Fogo (E.GAUF):
Coordenada tecnicamente pela AFN e constituídas por equipas de 3 elementos cada, accionadas e coordenadas operacionalmente pelo CNOS, por sua iniciativa ou por solicitação do CDOS;
  • Equipa de Sapadores Florestais:
Coordenada tecnicamente pela AFN e constituídas por 5 elementos cada, accionadas e coordenadas operacionalmente pelos CDOS;
  • Equipa de Reconhecimento e Avaliação de Situação (ERAS):
Constituída a nível nacional por 2 elementos cada, à ordem do CNOS deslocando-se para o T.O. para avaliação e apoio operacional.

  • Equipa de Observação (EOBS) ou Observadores (OBS):
Principal e único objectivo, perante a previsibilidade de acontecer um evento, actuar proactivamente e, através de informação imediata e indispensável ao processo de tomada de decisão, garantir a antecipação de medidas operacionais. Têm uma grande mobilidade e garantem permanente a interligação com o respectivo COS e CDOS;

  • Brigada de Bombeiros Sapadores Florestais (BBSF):
Brigada constituída por Distrito e formada por elementos dos C.B. Voluntários, num total de 15 elementos cada, à ordem do CDOS sem prejuízo de ser utilizada a nível nacional à ordem do CNOS;

  • Brigada de Combate a Incêndios(BCIN):
Brigada constituída até 3 ECIN, num total de 15 elementos;

  • Grupo de Combate a Incêndios Florestais (GCIF):
Constituídos por Distrito, agrupando dos C.B., à ordem dos CDOS, 4 VCI, 2 VTT e 1 VCOT e as respectivas equipas, num total de 26 elementos;

  • Grupo de Reforço para Incêndios Florestais (GRIF):
Constituídos por Distrito, agrupando dos C.B., à ordem dos CNOS, 1 GCIF, 1 VTPT, 1 ABSC e as respectivas equipas, num total de 32 elementos;


  • Grupo Logístico de Reforço (GLOR):
Constituídos por Distrito, agrupando dos C.B., à ordem dos CNOS, 5 VTGC, 1 VCOT e as respectivas equipas, num total de 12 elementos ;

  • Companhia de Reforço para Incêndios Florestais (CRIF):
Constituída agrupando dos C.B., à ordem dos CNOS, 3 GRIF, 1 VCOT, 1 VGEO, 1 VOPE e as respectivas equipas, num total de 106 elementos;

Meios Aéreos

  • Equipas Helitransportadas de Ataque Inicial (EHATI):
Constituídas por 5 elementos, transportadas num helicóptero, com a missão específica de intervenção imediata em incêndios florestais;
  • Brigada Helitransportadas de Ataque Inicial (BHATI):
Constituídas por 2 ou mais EHATI, transportadas por helicóptero ou helicópteros, agrupados em Task Force;

A constituição de dez grupos de reforço de ataque ampliado, denominados GRUATA, a utilização de máquinas de rastos, no apoio às ações de combate a incêndios florestais, e a cooperação com a Força Aérea Portuguesa, que disponibiliza o avião C-295M, são outras das alterações significativas no DECIF para 2013.


Os Meios Terrestres de Combate a Incêndios Florestais, são na sua grande maioria, Veículos de Socorro e Combate a Incêndios Florestais. Ou seja, são veículos de primeira intervenção equipados com bomba de incêndio, tanque de água e outros equipamentos necessários para o salvamento e combate a incêndios.
  • Veículo Ligeiro de Combate a Incêndios (VLCI)
− VLCI: veículo ligeiro do tipo todo-o-terreno (4x4), dotado de bomba de serviço de incêndios, destinado prioritariamente à intervenção nos incêndios rurais (florestais) e urbanos;
− O tanque de água, poderá possuir a capacidade mínima de:
• Tanque A: 500 litros (± 5%), para chassis homologados até 3,5 toneladas;
• Tanque B: 1000 litros (± 5%), para chassis homologados até 7.5 toneladas;

  • Veículo Florestal de Combate a Incêndios (VFCI)
− VFCI: veículo todo-o-terreno (4x4), dotado de bomba de serviço de incêndios, destinado prioritariamente à intervenção nos incêndios florestais e rurais;
− O tanque de água, poderá possuir a capacidade mínima de:
• Tanque A: 3000 litros (± 5%);
• Tanque B: 3500 (± 5%).
− Deve possuir um reservatório de emergência, cuja água não deve ser utilizada no serviço de incêndios, com a capacidade de 300 litros (± 5%), enchimento autónomo e simultâneo com o tanque principal e possuir um sistema de bombagem adequado.

  • Veículo Florestal de Combate a Incêndios (VRCI)
− VRCI: veículo do tipo 4x4, dotado de bomba de serviço de incêndios, destinado prioritariamente à intervenção nos incêndios rurais;
− Tanque com uma capacidade mínima 1500 litros;



  • Veículo Especial de Combate a Incêndios (VECI)
− VECI: é um veículo de combate a incêndios que utiliza meios especiais de extinção, com ou sem agentes extintores, com capacidade superior a 4000 litros.

Veículos de Apoio Logístico
Veículo destinado a transportar equipamento ou meios de apoio, extinção e/ou reforço.
  • Veículo Tanque Táctico Rural (VTTR):
- Veículo de apoio com chassis 4×4;
- Dotado de bomba de serviço de incêndios;
- Destinado ao abastecimento de veículos de combate a incêndios e outras actividades de apoio;
- Possui um tanque com capacidade mínima de 8.000 litros;

  • Veículo Tanque Táctico Florestal (VTTF):
 
- Chassis todo-o-terreno;
- Equipado com bomba de incêndios e tanque de água, para apoio a operações de socorro e ou assistência;
- Capacidade mínima de 8.000 litros;
  • Veículo Tanque Grande Capacidade (VTGC):
- Equipado com bomba de incêndios e tanque de água, para apoio a operações de socorro e ou assistência, podendo ser articulado;
- Capacidade do tanque superior a 16.000 litros.



Veículos de Comando Operacional
Veículo equipado com meios de comunicação e equipamento diverso que
permita o reconhecimento e/ou a coordenação e/ou o comando e controlo de operações.
  • Veículo de Comando Táctico (VCOT):
- Veículo destinado ao reconhecimento e comando táctico;
  • Veículo de Comando e Comunicações (VCOC):
- Concebido para a montagem de Postos de Comando Operacional com uma área de Transmissões e uma área de Comando, perfeitamente delimitadas;
  • Veículo de Planeamento, Comando e Comunicações (VPCC):
- É um veículo concebido para a montagem de Postos de Comando Operacional com uma área de Planeamento, uma área de Transmissões e uma área de Comando, perfeitamente delimitadas.
  • Veículo de Gestão Estratégica e Operações (VGEO):
- Preparado para gestão de grandes ocorrências.

 * Este Artigo, tem como base de pesquisa, documentação disponibilizada pela ENB

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por Diário de um Bombeiro às 11:48

Terça-feira, 19.03.13

Segurança no Combate aos Incêndios Florestais - Parte IV

Deve ser dada muita atenção ao comportamento do incêndio. Os incêndios sem aparência de dar problemas podem mudar de direcção repentinamente e aumentar a velocidade.
Um comportamento errado por parte do pessoal combatente pode dar origem a acidentes, logo, o pessoal pode ser apanhado desprevenido pelo comportamento do incêndio.
Devemos também ter atenção à forma como está a evoluir o incêndio;
  • Estar informado sobre as condições meteorológicas;
  • Redobrar a atenção se o vento se tornar mais quente e seco;
  • Estar atento à mudança do rumo ou da intensidade do vento;
  • Vigiar o fogo, a fim de evitar ficar encurralado pelas chamas;
  • Ter particular atenção sempre que existam condições para a criação de focos secundários;Ficar atento à vegetação que existe, por arder, entre o local onde se encontra a equipa e o incêndio…
“Efeito de chaminé ou comportamento eruptivo”

Em locais de desfiladeiro (vale encaixado) ou declives acentuados o incêndio poderá ter o “efeito de chaminé” aumentando em muito a sua intensidade!

O relevo pelo seu declive e pela sua forma, pode vir a ser tão ou mais importante que o vento na determinação da velocidade de propagação do incêndio.
O trabalho em equipa também é muito importante:
Manter sempre o contacto entre o chefe o os restantes elementos da equipa:
  1. Nunca actuar isoladamente;
  2. Comunicar permanentemente com o seu chefe;
  3. Cumprir as instruções do chefe de equipa;
    Certificar-se que as instruções dadas ou recebidas são perfeitamente entendidas;
Quando está cansado e sonolento próximo do incêndio:
- Descansar por turnos e em grupo (por ordem do chefe de equipa);
- Não vaguear;
- Manter a equipa sempre unida!
- Nunca descansar numa zona verde, mas sim na área já ardida.
Atitude na actuação: 
  • Actuar sempre em função do comportamento do incêndio;
  • Combater o incêndio com energia, mas garantindo a segurança;
  • Prever caminhos de fuga e locais seguros para se proteger;
  • Estar sempre alerta, manter a calma pensar com clareza e agir com prontidão…
  • Actuar sempre em função do comportamento do incêndio;
  • Combater o incêndio com energia, mas garantindo a segurança;
  • Prever caminhos de fuga e locais seguros para se proteger; 
  • Ter atenção à formação de focos secundários; 
De noite, quando se permanece numa área desconhecida, deve-se permanecer sempre junto à equipa para não se perder;
- Usar lanterna em todas as actividades nocturnas;
- Garantir sempre o contacto visual com a sua equipa;
- Ficar próximo da faixa de contenção

Quando se combate numa encosta onde materiais a arder podem rolar e incendiar a vegetação abaixo do local indicado, devemos:
- Construir valas na encosta capazes de reter o material rolante;
- Saber sempre a localização dos caminhos de fuga;
- Atravessar pelas zonas já ardidas, não devendo andar
pelas zonas verdes;

Nos percursos pedestres, evite caminhar junto a linhas de água pois aí a vegetação é mais densa e os declives mais acentuados. Em terrenos inclinados caminhe segundo as curvas de nível, em caso de dificuldade a caminhar (sem incêndio) lembre-se:
É preferível subir do que descer
A equipa deve caminhar de forma confortável e manter um ritmo adequado a todos os seus elementos. 
Ao efectuar o Reconhecimento, É OBRIGATÓRIO verificar alguns pontos muito Importantes.

Deve observar:
  1. Tipo de terreno, ou, a Natureza do terreno - Se é, terra dura, pedra solta, areia, rocha, etc...
  2. Identificar e Avaliar os Obstáculos - Cepos, caminhos de rocha, rochas, muros, cursos de água, etc...
  3. Avaliar os Declives e as Elevações - Percentagem máxima de segurança é de 50%
  4. Avaliar as Inclinações Laterais - Percentagem máxima de segurança é de 30%

Segurança com a actuação dos meios aéreos

Todos os pilotos e pessoal envolvido nas operações, devem estar alerta do efeito de sopro do “Downwash”
dos rotors no incêndio.

E o que é o "Downwash"?

Basicamente o mais baixo e devagar que se voar, e com carga elevada do rotor, maior é o “Downwash” gerado pelo rotor principal, com ventos fortes e com rajadas, o “downwash” geralmente é dissipado ao ponto de não surtir qualquer efeito no incêndio.

Lembra-te do 2.º Mandamento de um Bombeiro:

"No momento do perigo esquece a tua família e a ti próprio e põe defronte dos olhos a Nossa Divisa- Vida por Vida."

Mas Sempre, Sempre... 
                                       Em SEGURANÇA



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Para breve publicaremos mais Artigos sobre o Combate a Incêndios Florestais. Convém relembrar ou adquirir, antes do inicio do Dispositivo que se aproxima.



* Este Artigo, tem como base de pesquisa, documentação disponibilizada pela ENB

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por Diário de um Bombeiro às 19:12

Sábado, 16.03.13

Segurança no Combate aos Incêndios Florestais - Parte III

Dando seguimento ao Artigo de Segurança no Combate aos Incêndios Florestais, hoje iremos falar sobre os Princípios Básicos de Segurança, e, Protocolo de Segurança 'LACES'.

Existem 3 grupos de regras de segurança que mais frequentemente são utilizadas pelos operacionais:
AS 18 SITUAÇÕES QUE GRITAM PERIGO
 • Inicialmente eram 13, passaram a 16 e actualmente são 18.
• Redundância entre elas e geralmente num acidente observa-se o desrespeito de mais do que uma.
  • 18 Situações que Gritam PERIGO:
  1. Não foi realizado o reconhecimento do incêndio;
  2. O incêndio evolui durante a noite em local desconhecido;
  3. Não há zonas de segurança e caminhos de fuga identificados;
  4. Não há conhecimento da meteorologia e dos factores locais que afectam o comportamento do incêndio;
  5. Não há conhecimento das estratégias, tácticas e perigos;
  6. Há instruções e tarefas pouco claras;
  7. Há falta de comunicação entre as equipas e o comando das operações;
  8. Se constrói linhas de contenção sem ponto seguro de ancoragem;
  9. Se constrói uma linha de contenção numa localização com fogo abaixo dessa posição;
  10. Se tentar atacar frontalmente um incêndio com grande intensidade;
  11. Se existir combustível por arder entre a equipa e o incêndio;
  12. Se não consegue ver o foco principal nem comunicar com alguém que consiga;
  13. Se estiver numa encosta onde o material pode rolar e provocar focos secundários;
  14. O ar torna-se mais quente e seco;
  15. O vento aumenta de intensidade e/ou muda de direcção;
  16. Se acontecerem projecções frequentes de partículas incandescentes;
  17. Se o terreno e combustível tornarem difícil a fuga para zonas de segurança;
  18. Se descansar perto da frente de incêndio;

Quando estas Situações se Observarem, o Perigo está Iminente

AS 10 REGRAS DE SEGURANÇA PODEM SER AGRUPADAS EM 3 CATEGORIAS
COMPORTAMENTO DO FOGO
  • Manter-se informado sobre as condições meteorológicas e da sua previsível evolução;
  • Manter-se sempre informado sobre o comportamento actual do incêndio;
  • Basear todas as acções de combate no comportamento actual e esperado do incêndio:

SEGURANÇA NO COMBATE
  • Identificar os caminhos de fuga e manter todos os elementos da equipa/grupo informados;
  • Colocar observadores quando há perigo previsível;
  • Manter-se alerta, calmo e actuar decisivamente;

ORGANIZAÇÃO
  • Manter comunicações com os operacionais no terreno, elementos de comando directo e intervenientes de outras organizações;
  • Dar instruções claras e assegurar-se que são compreendidas;
  • Manter todo o seu pessoal sob controlo a todo o instante;
Durante as operações de extinção a incêndios florestais, existem um conjunto de situações, das quais podem resultar em risco para os bombeiros, resumidas no LACES.
O conceito surgiu nos EUA em resultado da dificuldade que os combatentes evidenciavam em se lembrarem das 10 Normas de Segurança e/ou das 18 Situações que Gritam Perigo.
LACES reduz o número de princípios e exemplos de segurança num simples acrónimo, o qual é facilmente memorizado e de fácil implementação.

Protocolo de Segurança LACES

Este protocolo assenta em dois princípios básicos:
  1. Deve ser estabelecido e conhecido por todos os bombeiros e estarem informados de como será usado;
  2. Deve ser continuamente reavaliado à medida que as condições do incêndio vão mudando.
Os elementos que constituem este protocolo, fazem parte de um sistema de segurança, e devem ser implementados antes de iniciar o combate.
O acrónimo LACES deriva do original LCES. O (A) de Anchor points/Awareness foi introduzido em algumas partes dos EUA e Canadá, e adoptado de uma forma geral.

L(A)CES
  • Lookouts (Vigias)
  • Anchor points/Awareness (Pontos de Ancoragem/ Estado de Alerta)
  • Communications (Comunicações)
  • Escape Routes (Caminhos de Fuga)
  • Safety zones (Zonas de Segurança)

  • Lookouts (vigias)
• Vigias em locais estratégicos;
Preferencialmente de uma localização que permita a visualização em simultâneo do sinistro e dos combatentes.
• Tipologia;
Terrestres e aéreos (estes últimos têm uma visão privilegiada sobre o sinistro).
• Noções de comportamento do fogo;
No sentido de analisarem o ambiente do incêndio, e reconhecerem e anteciparem alterações no comportamento.
• Função;
Identificar e comunicar possíveis situações de perigo.

  • Anchor points/Awareness (Pontos de Ancoragem/ Estado de Alerta)
• Pontos de Ancoragem;
Locais seguros, nos quais as linhas de supressão devem ser iniciadas (ancoradas) de modo a garantir que numa eventual alteração do comportamento do incêndio, os combatentes possam sair em segurança dessa posição.
• Estado de Alerta;
Embora segundo este protocolo exista um ou mais vigias, todos os elementos que constituem uma equipa/grupo, devem estar em alerta permanente.

  • Communications (comunicações)
• Importância das Comunicações;
Todos devem ter consciência da importância das comunicações e não utilizar os canais rádio fora do enquadramento previsto.
• Sentido das Comunicações;
Quem comunica com quem? Dos vigias para a equipa/grupo e dentro e para fora da equipa/grupo.
• Tipo de informação;
Avisos sobre eventuais situações de fogo que possam colocar em perigo a equipa/grupo (ex. projecções, entrada do fogo num vale - efeito chaminé)

  • Escape Routes (Caminhos de fuga)
• Momento da sua definição;
Obrigatoriamente devem ser definidas antes de iniciar o combate e serem do conhecimento de todos.
• Quantas Alternativas;
No mínimo deve-se estabelecer duas alternativas e verificar se são viáveis.
• Análise do comportamento do incêndio;
A sua definição deve ser feita considerando sempre a pior situação de incêndio, e não só a actual ou passada.

  • Safety zones (zonas de segurança)
• Definição das Zonas de Segurança;
A identificação das zonas de segurança é feita antes de começar qualquer acção de combate e todos devem saber a da sua localização.
• Critérios de Selecção;
Deve-se escolher zonas sem combustível ou já ardidas e sem possibilidade de arderem novamente (não esquecer a verdadeira definição de zona de segurança).
• Influência do comportamento do incêndio;
A sua definição deve ser feita considerando sempre a pior situação de incêndio e a possibilidade de ocorrência de focos secundários

Se todas as Regras anteriores forem cumpridas:

Combater Firmemente o Incêndio tendo
SEMPRE em conta a SEGURANÇA

Acompanha Este, e, outros Artigos que Aqui iremos publicar relacionados com a Temática de Combate a Incêndios Florestais!...

Contamos contigo...



* Este Artigo, tem como base de pesquisa, documentação disponibilizada pela ENB

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por Diário de um Bombeiro às 15:19

Quinta-feira, 14.03.13

Segurança no Combate a Incêndios Florestais - Parte II

Vestuário e Equipamentos de Protecção Adequados

O combatente deve usar roupa apropriada para a sua segurança pessoal!
Vestuário e Equipamentos de Protecção Adequados
  • Não deve usar roupas de material sintético;
  • Deve utilizar uma camisola de algodão, por debaixo da roupa exterior, para absorver o suor do corpo;
Os elementos da equipa ou de brigada devem utilizar vestuário de protecção apropriados para a missão;
Vestuário de protecção
  • Capacete
  • Cógula
  • Óculos
  • Luvas
  • Cinturão
  • Botas
  • Calças nº3 em Nomex
  • Dolman nº3 em Nomex.
  • T-shirt de algodão

Calçado de protecção

O calçado é importante e deve ser o apropriado;
A bota tipo “militar” ajustável à articulação tíbio-társica, é a mais adequada;
Botas de borracha, com biqueira de aço ou solas protectoras de aço, não devem ser usadas;

Equipamento de sobrevivência individual

Os elementos da equipa ou de brigada devem utilizar equipamento de sobrevivência individual apropriados para a missão:
− Cantil
− Lanterna
− Abrigo de incêndio florestal (fire shelter)


Utilização do Abrigo – Locais a Evitar

A escolha do local deve ter como principal critério, que o Abrigo fica o menos exposto possível ao calor e especialmente do contacto das chamas;
- Deve-se evitar vales encaixados, depressões nas linhas de cumeada, cotovelos formados por linhas de água;
- Usar o Abrigo afastado da vegetação, principalmente da pesada ou árvores em risco de caírem.
1 – Escolha um local apropriado para armar o Abrigo.
2 – Use o EPI completo e deixa afastado do local todos os materiais inflamáveis.
3 – Se tiver tempo crie uma zona sem combustível com 1,2 x 2.5 metros.
4 – Puxe a tira vermelha e remova o Abrigo da embalagem plástica.
5 – Pegue no Abrigo pelas pegas.
6 – Abane o Abrigo até que este esteja aberto.
7 – Deite-se no Abrigo de face para baixo, com os pés na direcção do fogo. Mantenha a boca junto ao solo e fixe o Abrigo com os braços através das tiras de fixação.
 
Durante o Cerco

- Uma vez no Abrigo, deve manter-se no chão dentro do Abrigo aconteça o que acontecer e proteger as vias respiratórias mantendo a boca o mais próximo do solo possível.
- O incêndio pode originar facilmente ventos com velocidades superiores a 80km/h, como tal, segure firmemente o seu Abrigo pelas pegas.
- Os cercos podem ser bastantes assustadores, não entre em pânico nem tente levantar-se. Pense na família ou reze para se manter calmo e confiante.
- Mudar de posição pode ser arriscado, se quiser mudar de lugar, faça-o rastejando/gatinhando, evitando levantar demasiado o Abrigo.
- Por vezes quando um cerco demora muito tempo, as temperaturas no interior do Abrigo podem elevar-se a um nível desconfortável. Mantenha-se calmo e respire ar fresco junto ao solo.
- Mesmo que um Abrigo sofra algum dano e apareça uma abertura, esta não irá reduzir a protecção. Por muito grande que seja o buraco, mantenha-se no Abrigo
- Use luvas e evite o contacto com as paredes do Abrigo.

Quando Sair do Abrigo?

- Não há um período de tempo pré-definido ao fim do qual se poderá sair do Abrigo (cercos podem durar 10-90 minutos ou mais).
- Não saia até que tenha a certeza de que a frente de fogo já passou por completo.
- Indicações como, diminuição do barulho, do vento, do calor, a cor da luz que passa através do Abrigo podem ser indicativos de segurança.
- Saia só quando as temperaturas baixarem significativamente ou então quando o seu supervisor o indicar.
- Deixe o Abrigo no local onde o usou e assegure que o seu chefe sabe da sua utilização.


Atenção às facilidades!
Estudos sobre as causas de incêndios trágicos revelam factores comuns:
• Avaliação do incêndio minimizando a sua importância considerando-o “inofensivo”;
• Declives acentuados;
• Existência de desfiladeiros “efeito de chaminé”;
• Existência de combustível fino morto (aumento da velocidade do incêndio e formação de focos secundários);
• Turbulência do ar..
Regras Gerais de Segurança

Todos os elementos da Equipa/Brigada/Grupo devem entender e cumprir, sem excepções, as regras gerais de segurança:
• A evolução do incêndio e factores que determinam o seu comportamento;
• Trabalho em equipa;
• Atitude na actuação.
• O chefe deve dar ordens claras e estas serem entendidas e cumpridas (liderança);
• Manter-se sempre junto da equipa/ manter a equipa sempre unida;
• Antes de passar para a zona queimada, certificar-se de que não há um caminho seguro de fuga;
• Entrar para a área queimada por onde o calor e as chamas forem menores e onde a vegetação for menos densa;

Lembre-se que uma área ardida poderá ser um lugar seguro!

Se todas as Regras anteriores forem cumpridas:

Combater Firmemente o Incêndio tendo
SEMPRE em conta a SEGURANÇA

Acompanha este Artigo!...
Para breve iremos falar do Protocolo LACES, entre outras matérias, relativas a esta Temática muito Importante no Combate a Incêndios Florestais.



* Este Artigo, tem como base de pesquisa, documentação disponibilizada pela ENB

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por Diário de um Bombeiro às 14:10

Quarta-feira, 13.03.13

Segurança no Combate a Incêndios Florestais - Parte I

Os acidentes com pessoal combatente, durante as operações de combate aos incêndios florestais, podem ser reduzidos ou evitados se forem cumpridas as regras de segurança

Triângulo de Segurança
A Segurança Individual dos Combatentes baseia-se na Conjugação de:
  1. Uma boa aptidão física;
  2. Vestuário e equipamento de protecção individual
    adequados;
  3. Bons conhecimentos dos riscos e cumprimento
    dos procedimentos de segurança!

A aptidão física no combate aos incêndios florestais depende dos seguintes factores:
  • Hidratação;
  • Nutrição: alimentação;
  • Boa preparação física e psíquica do pessoal;
  • Treinos físicos;
  • Fadiga;
  • Estado anímico;
  • Stress à temperatura e ao calor;
  • Aclimatação.
Mantenha-se em áreas livres de fumo, calor e de gases
tóxicos sempre que sentir sintomas de intoxicação;
A actividade de combate aos incêndios florestais é muito exigente e origina elevado desgaste físico ao bombeiro. Com o tempo diminui o rendimento e a qualidade do seu trabalho, quanto maior a duração e a complexidade do incêndio, maior é a fadiga dos bombeiros.

O combatente do fogo para manter as aptidões físicas, necessita de uma boa alimentação, as calorias gastas pelo esforço físico de combate aos Incêndios florestais têm que ser repostas logo que possível, e, as refeições dos combatentes devem ser acompanhadas por água, sumos naturais, pois as mesmas contêm glucose que é um restaurador de energia.

É importante não só proporcionar energia para o trabalho mas também evitar a desidratação, produto da exposição a altas temperaturas. Tanto as perdas de líquido como as necessidades energéticas estão relacionadas com o tempo de exposição ao incêndio e duração do trabalho.



• Nutrição:
– A perda de suor nas condições de combate aos incêndios florestais é muito alta;
– A dieta alimentar deve ser rica em líquidos;
– É muito importante a provisão de líquidos que deve estar disponível em quantidades adequadas;
– Perante o desgaste no combate aos incêndios é
fundamental ter atenção à hidratação, que deve ser
constante.


• Nutrição - Hidratação:
– Os combatentes poderão vir a evaporar cerca de 1 litro de suor ou transpiração durante cada hora de trabalho;
– A hidratação melhora quando são ingeridos líquidos ou alimentos que contêm sódio e potássio.

Alguns sintomas de desidratação são:
– Cansaço mental e corporal (fadiga);
– Sensação de aumento de temperatura corporal;
– Vertigens e tonturas;
– Cefaleias;
– Náuseas ou vómitos;
– Alterações visuais e auditivas (aturdimento/
atordoamento);

Para evitar a desidratação deve:
– Evitar ingerir bebidas alcoólicas;
– Limitar o consumo de café e bebidas com cafeína (“colas”) porque aumenta a perda de líquidos via urina; 

Manter-se hidratado é fundamental - ingerir água e bebidas isotónicas.

Hidratação antes do combate:
• Ingerir líquidos extra e preparar-se para o calor:
– Beber um ou dois copos de água, sumo ou bebidas desportivas antes do trabalho de combate;
– Evitar o excesso de café ou cafeína.

Hidratação durante o combate:
– Tomar ou beber líquidos em quantidade adequada de 15 em 15 minutos;
– Durante o descanso e as refeições, beber tanto líquido quanto seja possível.

Hidratação após o combate:
– Continuar a beber água ou sumo, para repor o líquido perdido e voltar a hidratar-se;
– A sede subestima a quantidade de líquido de que necessita, pelo que, é necessário beber mais do que pensa que é necessário. 
Importância do descanso (pausas):

Na abertura de faixas de contenção, assim como noutro tipo de actividades de combate ao incêndio florestal, devem existir pausas programadas;


– As pausas devem ser dinâmicas para minorar o efeito da fadiga;
– Devem ser programadas em função da actividade;
– Outra vantagem é que o descanso dá tempo para recuperar líquidos, o que é muito necessário em incêndios florestais, especialmente quando se prevê que o incêndio se pode prolongar no tempo.



E é neste ultimo capitulo desta Parte I, que cada vez mais, nós, Bombeiros Portugueses, devemos Sensibilizar os Cidadãos para acabar com a critica e sátira a todos os Combatentes de Incêndios Florestais.

Sabemos que é muito mais fácil criticar do que proceder ou ajudar, e, a população tem de compreender que todos estes factores, e outros que poderão ler nas próximas publicações, são factores que metem em risco a Integridade Física dos Combatentes, bem como toda a Operação de Combate aos Incêndios Florestais.

Por isso é que TODOS os Cidadãos quando virem Bombeiros ou outros Combatentes a descansar, não critiquem, não difamem, nem tão pouco injuriem!...
Procurem sim, junto deles, se necessitam de algo para ajudar a recuperar a Fadiga e Condição Física necessária para continuar o combate.


Acompanha este Artigo!...
Para breve será disponibilizada mais matéria relativa a esta Temática muito Importante no Combate a Incêndios Florestais.


* Este Artigo, tem como base de pesquisa, documentação disponibilizada pela ENB

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por Diário de um Bombeiro às 20:00

Quarta-feira, 13.03.13

Liderança e Chefia

No interior dos Grupos estabelece-se uma divisão de funções e relações de cooperação entre os seus elementos.
O tipo de Tarefas, Estrutura, Organização e Normas varia.
Contudo há um elemento comum a quase todos os grupos -  a Existência de um Líder!

Um Grupo pode ser definido pelo conjunto de pessoas que:

  1. Interagem com frequência
  2. Partilham de normas e valores
  3. Participam de um sistema de papéis
  4. Cooperam para atingir determinado Objectivo
  5. Reconhecem e são Reconhecidos pelos outros, como pertencentes ao Grupo

A Liderança é a Capacidade de Orientar, Guiar, um grupo no sentido da conquista dos seus Objectivos.
Os Líderes podem, nesta perspectiva, ser formalmente designados, ou, emergir de dentro dos Grupos ou Sub-Grupos.

Eisenhower definiu a Liderança como a "Habilidade para decidir o que deve ser feito, e depois, levar os outros a desejarem isso"

É um fenómeno de Influência no grupo, exercida em determinada situação através da comunicação com vista ao cumprimento de determinados objectivos.

Líder:
- Reconhecimento voluntário da autoridade
- Legitimidade pessoal
- Independente da posição formal
- Tem seguidores
Chefe:
- Reconhecimento de autoridade legal
- Legitimidade institucional
- Dependente do estatuto formal
- Tem subordinados
São Funções de um Líder
• Definir os objectivos
• Planificar
• Informar
• Orientar e apoiar
• Avaliar
Distinguem-se três tipos de abordagens à liderança: Abordagem dos traços de personalidade do líder, Abordagem comportamental, Abordagem situacional

Quantos tipos de Líderes Existem?

O Líder Autoritário:
Decide sem consultar o grupo;
Não há espaço para a iniciativa pessoal;
São eficazes em situações que precisem de resposta urgente.
O Líder Democrático (Negociador)
Pergunta e ouve opiniões.
Coloca as decisões em discussão.
Eficazes para a coesão do grupo.
O Líder Liberal:
Deixa que o grupo tome as decisões, não intervém nas suas actividades, limitando-se a dar informações
quando solicitado.
Eficazes em grupos com ideias coesas.

Mas todos estes tipos de Liderança, tem as suas Características e Consequências!!

O líder autoritário - características
1. Fixa as directrizes
2. Determina a forma como o processo irá decorrer
3. Determina qual a tarefa que cada um deve executar e qual o
seu companheiro de trabalho
4. É dominador e é ‘pessoal’ nos elogios e nas críticas
O líder autoritário - consequências
1. Tensão, frustração, agressividade, ausência de iniciativa;
2. O grupo não revela satisfação;
3. O trabalho só se desenvolve na presença física do líder.
O líder democrático - características
1. As directrizes são debatidas e decididas pelo grupo, assistido pelo líder
2. O grupo determina a forma como o processo decorre, solicitando aconselhamento ao líder
3. O grupo decide sobre a divisão das tarefas e cada elemento escolhe o seu companheiro de trabalho
4. O líder procura ser um membro igual aos outros do grupo. Quando elogia ou critica limita-se aos factos.
O líder democrático - consequências
1. Desenvolve-se a amizade entre os vários membros do grupo;
2. O líder e os subordinados desenvolvem comunicações espontâneas, francas e cordiais;
3. O trabalho desenvolve-se a um ritmo suave, mesmo que o líder se ausente;
4. Existe um clima de satisfação

O líder liberal - características
1. O grupo têm liberdade completa para tomar decisões;
2. O líder esclarece apenas quem pode fornecer informações;
3. O grupo decide sobre a divisão das tarefas e escolhe os seus companheiros;
4. O líder não regula nem avalia o que se passa no grupo
O líder liberal - consequências
1. Apesar dos membros do grupo terem uma actividade intensa, a produção não é satisfatória.
2. As tarefas desenvolvem-se ao acaso e perde-se muito tempo com discussões. Fala-se mais de problemas pessoais que assuntos de trabalho
3. Há pouco respeito pelo líder

Esquema dos Tipos de Liderança
Ainda existe também outro tipo de Liderança, designada por Paul Hersey e Blanchard, como a Liderança Situacional!

Este modelo é designado pelo modo como o líder é visto pelos outros na sua função de liderar; A percepção que o próprio líder tem do seu estilo de liderança (auto-percepção da liderança); Os comportamentos de tarefa e de relacionamento.

Este modelo baseia-se na interacção entre:
• Comportamento de tarefa - directrizes que o líder emite;
• Comportamento de relações - apoio sócio-afectivo prestado pelo líder;
• O nível de maturidade dos colaboradores numa tarefa específica.


A Maturidade é designada pela Capacidade para estabelecer objectivos elevados, mas realistas e é relativa a uma tarefa específica, não sendo tratada como característica geral, independentemente das situações. (Jesuíno, 1987).

Pré-requisitos:
• Busca contínua pelo auto-conhecimento
• Comunicação eficaz
• Gestão correcta do tempo
• Dar e receber Feedback

Para uma Liderança / Chefia eficaz

• Não existe um tipo de liderança melhor que o outro, nem existe um líder ideal;
• No entanto, poderemos falar de alguns princípios relativamente gerais que o líder ou chefe deve ter em consideração para um bom desempenho do grupo.

• Ter pleno conhecimento do seu trabalho, funções e obrigações;
• Manter autocontrole e transmitir calma e confiança;
• Conhecer e compreender a sua hierarquia bem como a sua posição em relação aos outros;
• Ser prestável, sem favoritismos, sabendo distinguir entre amizade e competência.

• Manter uma acção junto dos seus homens de inovação, motivação, descoberta de soluções e não esperar que as coisas se vão resolvendo ou que aconteçam
• Preocupar-se com o seu aperfeiçoamento, acompanhar a evolução, adquirindo mais conhecimentos
• Promover a actualização dos outros e desenvolvimento das pessoas com quem trabalha

• Projectar uma imagem cordial, encorajadora e optimista;
• Evitar exageros, ansiedades e demasiada interferência;
• Ser exemplo de vida pessoal e socialmente integrado;
• Preocupar-se com os subordinados e demonstrá-lo;
• Ter a coragem moral de tomar a decisão certa, mesmo que impopular.

• Ter dedicação à causa e aos seus superiores;
• Ter a coragem de delegar;
• Saber ouvir e saber transmitir;
• Evitar conflitos e saber neutralizá-los;
• Manter uma boa relação de trabalho com todos.


Por favor, não imaginem a possibilidade de usar o raciocínio: “façam o que eu digo e não o que eu faço”. 
O exemplo é fundamental!


Ser chefe é… ser rei e plebeu, comandante e soldado, professor e aluno. É, enfim, um enorme desafio…

* Este Artigo, tem como base de pesquisa, documentação disponibilizada pela ENB

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por Diário de um Bombeiro às 12:29

Terça-feira, 08.01.13

Fogo e Incêndio Florestal

Fogo Florestal:
  • Combustão controlada de materiais combustíveis existentes nas áreas florestais.
Exemplos: Fogos controlados e queimadas, destinados a reduzir o volume do combustível (mato, restolho, etc)

Incêndio Florestal:
  • Combustão, sem controlo no espaço e no tempo, dos materiais combustíveis existentes nas áreas florestais.

Existem vários factores que afectam o comportamento do Incêndio Florestal. E são eles:

  • Condições Meteorológicas: Temperatura, Humidade e Vento
Temperatura - quanto maior for, mais seca fica a vegetação
Humidade - influência a humidade dos combustíveis
Vento - altera a propagação dos Incêndios

  • Características dos Combustíveis: Carga, Tamanho, Continuidade, etc
Existem Combustíveis Vivos e Mortos.
Combustíveis Vivos, são todos os combustíveis em crescimento normal, e com quantidade de água elevada.
Combustíveis Mortos, tem pouca quantidade de água e varia com humidade do ar. Como por exemplo: Caruma de pinheiro, erva e ramos secos.
Os Combustiveis finos Mortos são Responsáveis pela facilidade de ignição e pela velocidade de propagação da frente de um Incêndio florestal.

  • Características do Relevo:  Forma, Declive e exposição das vertentes.
Um Incêndio progride mais violentamente quando sobe uma encosta do que quando desce.

Estas são as principais diferenças entre um Fogo e um Incêndio Florestal.
Aqui fica o exemplo de um Combustão em uma folha:
1.º - A água contida na folha absorve o calor.
(Não se observa nada)
2.º - A água contida na folha vaporiza-se
(Fumo branco)
3.º - Libertam-se gases que inflamam
(Aparece chama)


(a) Este artigo é Exclusivo do Diário de um Bombeiro. É proibida a sua cópia ou reprodução sem aviso e autorização prévia da Administração.

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por Diário de um Bombeiro às 20:08

Segunda-feira, 07.01.13

Sabe como usar um Fire Shelter?

Fire shelter use from Marco Francisco
 

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por Diário de um Bombeiro às 19:57


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