A calota polar do oceano Árctico atingiu um novo recorde de degelo, revelaram esta segunda-feira investigadores norte-americanos, que vêem no fenómeno um novo sinal dos efeitos a longo prazo do aquecimento climático.
Segundo um comunicado da Universidade do Colorado, em Boulder, a calota polar no Árctico (Pólo Norte) também designada por campo de gelo ou banquisa (massa de gelo flutuante que se forma pela congelação da água do mar), ocupa uma extensão de 4,10 milhões de km2, ou seja, menos cerca de 70 mil km2 do que o precedente recorde de 18 de Setembro de 2007.
O Verão ainda não terminou e os cientistas do centro de dados sobre os glaciares estimam que a diminuição da calota polar poderá ser ainda maior nas próximas semanas.
A diminuição do campo de gelo no Árctico é um "sinal forte do aquecimento climático a longo prazo".
"Esse recorde é um número, mas também um sinal de uma alteração fundamental da cobertura glaciar do Árctico", alertou o cientista Walt Meier, da Universidade do Colorado.
"O glaciar está agora muito fino e frágil", disse em comunicado o director do centro, Mark Serreze.
Nos últimos anos, o planeta Terra registou vários recordes de temperaturas máximas. Treze dos últimos 15 anos foram os mais quentes jamais conhecidos.
Segundo os cientistas, o efeito de estufa causado pelas emissões de CO2 devidas à actividade humana é a principal causa das alterações climáticas.
Fonte: CM
A degradação das condições de vida da população, resultante das medidas de austeridade impostas pela troika e pelo governo português, contribui, tal como aconteceu na Grécia, para o aumento do número de suicídios.
Em 2011, registaram-se mais 110 suicídios do que em 2010, segundo o Instituto de Medicina Legal (IML). Os 1208 casos registados no ano passado, que correspondem a três suicídios por dia, e os 490 casos confirmados até julho deste ano, estão, contudo, longe de representar a real dimensão deste fenómeno, já que “muitas vezes o Ministério Público dispensa a autópsia quando tem suspeitas fundadas de que não houve crime”, conforme esclarece Duarte Nuno Vieira, presidente do IML.
Ainda que assuma que “ainda não se pode, dada a fragilidade dos dados, avaliar a relação entre a crise social e o aumento do suicídio”, o presidente da Associação Portuguesa de Suicidologia, José Carlos Santos, citado pelo jornal Sol, admite que “será expectável um aumento do número de casos, dado o número dos fatores de risco – nomeadamente, o desemprego, a taxa de pobreza, a instabilidade social e a diminuição dos apoios sociais”.
Esta tendência é, aliás, confirmada pelo aumento do número de chamadas relativas a comportamentos suicidas recebidas pelos psicólogos do INEM entre janeiro e julho de 2012. Durante este período, estes técnicos receberam 904 contactos de pessoas que planeavam ou tentaram matar-se, o que representa um aumento de 27% face ao mesmo período de 2011 e constitui o número mais alto desde a criação do centro de Apoio Psicológico e de Intervenção em Crise (CAPIC) do INEM, em 2004.
Mário Pereira, coordenador do CAPIC, adiantou, em declarações ao jornal Sol, que, “embora não explique tudo”, a crise “agudizou problemas e vulnerabilidades já existentes”. "Muitas famílias admitem que não conseguem fazer face às despesas nem alimentar os filhos”, avançou ainda Mário Pereira.
Grécia também registou aumento do número de suicídios
Se antes da crise financeira, em 2009, a Grécia tinha uma das mais baixas taxas de suicídio do mundo, mediante a imposição, por parte da troika e do governo grego, de duras medidas de austeridade, este país registou um aumento de 40 por cento nos suicídios no primeiro semestre de 2010, de acordo com o Ministério da Saúde.
Ainda que não existam, à data, estatísticas oficiais sobre o ano de 2011, vários especialistas alertam para o facto de a taxa de suicídios ter duplicado na Grécia.
Os casos mais recentes de suicídios públicos, como por exemplo o caso do farmacêutico septuagenário
Dimitris Christoulas, que pôs fim à própria vida na praça Syntagma por não querer “deixar dívidas” aos seus filhos, espelha bem esta realidade.
Fonte: Esquerda.net