Se a sirene dos bombeiros falhar, o cão Zeus é o plano B. Sempre que a sirene toca, o cão imita-a. A história passa-se numa cidade dos Estados Unidos, conta o «Globo».
Parece mesmo um sistema de alarme à séria. Quem sabe se noutra vida, Zeus não era cão.
Os rostos marcados pela dor enchiam-se de lágrimas a todo o instante e as mãos de vários bombeiros agarravam com força o caixão, incapazes de dizerem o último adeus ao chefe Fernando Reis. O bombeiro da corporação da Aguda, em Gaia, que morreu na segunda-feira num acidente durante o transporte de uma doente, foi ontem a enterrar no cemitério de Serzedo, numa cerimónia que contou com centenas de pessoas.
"Temos de ser fortes, temos de aguentar e honrar o chefe", dizia uma bombeira da Aguda, que tentava reconfortar um colega lavado em lágrimas.
Corporações de todo o País, elementos da GNR, da autarquia e até o secretário de Estado da Administração Interna, Filipe Lobo d'Ávila, estiveram no adeus ao chefe Reis. Emocionados, todos lembravam com saudade o bombeiro e frisavam que aquele morreu tal como viveu: a servir os outros.
"Era um homem muito bom, com um coração enorme. Marcou todos os que o conheceram", dizia um outro bombeiro, entre lágrimas.
Susana Reis, filha do chefe Fernando Reis e também ela bombeira, gritava desesperada ao ver o caixão descer à terra. "Meu pai, não vás embora, por favor. Não merecias este fim, ainda tinhas tanto para viver", exclamava a jovem.
Diogo Matos, o colega de Fernando que ficou ferido no acidente, continua internado em estado muito crítico na Unidade de Cuidados Intensivos do Hospital de S. João, no Porto. O prognóstico é reservado.