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O Diretor Regional de Florestas da Madeira disse que o violento incêndio que destruiu no ano passado o Parque Natural do Funchal obrigou a que se tomassem medidas adicionais de prevenção contra incêndios, embora essa seja uma preocupação anual.
Em declarações à agência Lusa, Rocha da Silva adiantou que este ano, nas serras de Santo António, sobranceiras à cidade do Funchal, “foi aberta uma rede viária, e também está em preparação um concurso para a pavimentação de alguns desses caminhos, para permitir que as viaturas dos bombeiros tenham acessos mais rápidos”.
Dos 30 quilómetros de caminhos abertos, depois do incêndio de 13 de agosto de 2010, dois vão ser pavimentados.
“O trabalho que desenvolvemos é o trabalho que se faz sempre em termos de povoamentos florestais, em termos dos perímetros, ou seja, as beneficiações florestais, as limpezas e a manutenção dos aceiros”, especificou.
Rocha da Silva adiantou também que existe “todo um trabalho já feito no terreno”, mantendo-se, “nas zonas de floresta mais valiosa para a região, um trabalho de prevenção a nível da beneficiação florestal que é o trabalho que se faz todos os anos”.

O Governo vai investir este ano cerca de 30 milhões de euros na sensibilização e prevenção dos incêndios florestais, disse hoje o secretário de Estado das Florestas e Desenvolvimento Rural, Rui Pedro Barreiro.
"Vamos investir 30 milhões de euros na área da prevenção dos incêndios", disse o governante aos jornalistas. Rui Pedro Barreiro falava no final da cerimónia de apresentação da campanha de sensibilização para a prevenção dos incêndios, que decorreu hoje no Ministério da Agricultura, em Lisboa.
O secretário de Estado defendeu a importância de se potenciar o investimento na prevenção, afirmando que "ficamos cada vez mais pobres por cada hectare que arde".
Por seu lado, o secretário de Estado da Protecção Civil, Vasco Franco, justificou a redução, este ano, de meios aéreos no combate aos incêndios com a crise.


"A realidade daqui para a frente é que vamos ter de fazer melhor com menos dinheiro. Este ano decidimos empregar meios mais úteis e mais eficazes. Mantivemos o mesmo número de helicópteros e os 15 que reduzimos foram aviões que, entre cada descarga, têm de aterrar", explicou.
"O intervalo entre cada descarga era muito grande. Vamos apostar na eficácia em detrimento da quantidade", acrescentou.
Ambos os governantes destacaram a importância de os cidadãos se envolverem na prevenção dos incêndios, bem como do envolvimento social de mais de 30 empresas que, pela quarta vez, participam nesta campanha.
De acordo com Vitor Tito, representante do Movimento Eco, o investimento feito pelas empresas na sensibilização para a prevenção de incêndios é de cerca de oito milhões de euros.
O slogan deste ano - "Todos Contra Fogos, Floresta para Todos" - vai estar espalhado em todo o país através de panfletos, cartazes e nos meios de comunicação social.


Estará ainda presente em todos os postos de abastecimento, sacos de supermercado e saquetas de açúcar, entre outros suportes.
"Esperamos atingir os 100 milhões de contactos. Partindo do princípio que somos 10 milhões de portugueses, queremos que cada português veja, em média, dez vezes esta mensagem", disse Vitor Tito.
Presente também na cerimónia, o ministro da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas (MADRP), António Serrano, saudou o envolvimento das empresas na "protecção de um património muito valioso".


António Serrano defendeu a importância da prevenção para se alcançar o objectivo de reduzir o "número assustador" de incêndios que se registou no ano passado e que rondou os 22 mil.
Também o ministro da Administração Interna, Rui Pereira, defendeu que "tem de se apostar mais na prevenção" porque "não se pode pressupor que os fogos florestais são uma inevitabilidade".
Sublinhando o papel das forças de segurança, das forças armadas e dos bombeiros, entre outros, nos incêndios, Rui Pereira garantiu que vão continuar a estar ao lado das populações.


De acordo com dados da Autoridade Florestal Nacional, 25% dos incêndios de 2010 foram intencionais e 27% tiverem causa em atos negligentes, nomeadamente fogueiras, foguetes e cigarros.
A floresta portuguesa ocupa 39% do território nacional, representa três por cento do PIB e 11% das exportações e assegura mais de 260 mil postos de trabalho.