O Centro de Meios Aéreos (CMA) de Pombal deverá deixar, definitivamente, o parque industrial Manuel da Mota para ocupar a pista de aeromodelismo, localizada no lugar de Casalinho. A Câmara vai submeter à aprovação da Assembleia Municipal a Declaração de Interesse Público para o efeito.
Com aquela deliberação, o executivo presidido por Narciso Mota, pretende iniciar o processo de licenciamento da infraestrutura que acolhe o CMA, uma vez que ocupa áreas da Reserva Ecológica Nacional (REN).
A Câmara Municipal já dispõe dos pareceres da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) que declara que a infraestrutura em causa fez parte integrante do Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Florestais em 2010, sendo expectável o seu contínuo uso em anos futuros; da Administração da Região Hidrográfica do Centro, que refere que em termos de domínio hídrico o projeto apresenta viabilidade; e do Instituto Nacional de Aviação Civil, que informa que o projeto reúne as condições necessárias para que a pista para ultraleves possa ser aprovada e respetiva aprovação da utilização da pista para aquele fim.
O executivo municipal considera que o Centro de Meios Aéreos «se reveste de elevada importância à escala local e regional» pois «além de potenciar todas as atividades ligadas à aeronáutica assume especial importância quanto à minimização do risco de incêndio florestal, permitindo operações com qualquer tipo de aeronave utilizada no nosso país pelo Sistema de Combate a Incêndios Florestais» ou seja «aeronaves de asa móvel ou asa fixa, conforme se constatou no período crítico de incêndio florestal do ano de 2010».
Narciso Mota considera que o atual CMA no parque industrial Manuel da Mota, implementado há cerca de duas dezenas de anos, «está mal localizado» e que a pista do Casalinho «é uma infraestrutura polivalente» que tem sido utilizada para a prática de aeromodelismo, paraquedismo e atletismo, onde recentemente acolheu uma prova de corta-mato no âmbito do desporto escolar.
Por outro lado, o autarca pretende aumentar a referida pista para 1,2 quilómetros, permitindo a «aterragem de pequenos aviões civis em caso de necessidade».
A Declaração de Interesse Municipal da construção do CMA foi aprovada por maioria, tendo os dois vereadores socialistas se abstido.
No entender de Adelino Mendes, «a pista do Casalinho começou como pista de aeromodelismo, destinada à realização do campeonato europeu da modalidade e, mais tarde, atendendo à necessidade de licenciar a infra-estrutura, cuja implantação colide com a Reserva Ecológica Nacional, foi requalificada para centro de meios aéreos» o que faz com que o CMA não tenha nascido de uma «opção estratégica» mas sim de uma «solução de recurso para o problema do licenciamento».
O vereador socialista considera, também, que aquela obra «foi um mau investimento de dinheiros públicos». Esclarece que «como pista de aeromodelismo foi sobredimensionada» até porque «o campeonato poderia ter sido realizado com uma pista muito mais pequena». «Como centro de meios aéreos foi uma duplicação do que já existia», acrescenta.
Adelino Mendes refere que «durante muitos anos, funcionou no Parque Industrial Manuel da Mota um centro de meios aéreos, com helicópteros médios e pesados no período crítico de incêndios, sem perturbar as populações, com acesso rápido a um ponto de água de grande capacidade e com óptimo desempenho operacional».
«Caso tivesse sido identificada, no âmbito do sistema de protecção civil, a necessidade de construção de uma nova pista, então deveria ter sido estudada uma solução numa área não residencial e dimensionada para aviões de combate a incêndios de maior capacidade», afirma.
Fonte: Noticias do Centro