Criar um posto avançado com meios próprios para rega e de combate aos incêndios, com espaço para as viaturas dos bombeiros e do PEF é um dos projectos previstos para o Parque Ecológico.
O Parque Ecológico do Funchal vai sofrer uma grande transformação no próximo ano, a par do trabalho de regeneração florestal que a própria natureza está encarregue de fazer nos próximos anos. Para além da prevenção anti-incêndios e dos trabalhos de reflorestação que decorrem por consequência dos prejuízos causados pelo fogo em Agosto do ano passado, que queimou 92 por cento da área em causa, a Câmara Municipal do Funchal e uma empresa privada vão implementar dois projectos inovadores no local. Assim, e no caso concreto do investimento privado, será criado um parque de aventura ou zona radical para actividades radicais de montanha.
Já da parte da edilidade funchalense, será construída uma quinta pedagógica de carácter intergeracional, que vai representar a ruralidade madeirense que tem vindo a se perder com o progresso.
Em declarações ao Jornal da Madeira, o vice-presidente da CMF explicou cada uma das valências que estão projectadas. No que se refere à zona radical, que deverá ficar concluída no próximo ano, o projecto está a cargo de uma empresa privada com alvará de animação turística. A Câmara já procedeu à adjudicação da concessão do terreno. No decorrer deste ano, a concessionária deverá iniciar os trabalhos com vista à criação do parque que vai integrar zonas para a realização de actividades radicais como o rappel, slide, escalada, BTT, cannyoning, entre outras ligadas à montanha.
«Dada a riqueza do parque, foi entendido que este espaço deve ser cada vez mais aberto à população», não só a madeirense mas também aos turistas e em faixas jovens, referiu Bruno Pereira. «Pela proximidade que existe, o Parque Ecológico é dos espaços de maior interesse do ponto de vista paisagístico e da sua biodiversidade e de menor distância da cidade do Funchal», destacou ainda o vice-presidente da autarquia, que divulgou também que o parque de aventura deverá funcionar na Primavera-Verão, por causa das condições meteorológicas.
No que se refere ao projecto da autarquia para a construção de quinta pedagógica, a intenção é a de criar «um centro de interpretação da ruralidade madeirense e do próprio Parque Ecológico». Vocacionado para a população em geral e para o turismo, a quinta vai mostrar o património natural do Funchal, dando a conhecer a sua fauna e flora e, por outro lado, manter uma quinta virada para a agro-pecuária, com aproveitamento dos terrenos para a criação de animais como vacas, porcos, galinhas, cabras, entre outros. Recordar e/ou dar a conhecer as tradições rurais é também o objectivo, num reconhecimento aos agricultores e a um «conceito de ruralidade que se está a perder no Funchal. Será, portanto, um espaço intergeracional e de defesa do ambiente», concluiu Bruno Pereira.
No que diz respeito à recuperação florestal do parque e trabalhos de prevenção e combate aos incêndios, procede-se à estratégia definida pela Comissão de Acompanhamento do Plano de Recuperação do Parque Ecológico do Funchal, aprovada pela autarquia. Assim, e para além das limpezas, corte das árvores afectadas e da plantação de novas espécies, que estão a ser efectuados por empresas sub-contratadas em todo o PEF.
Com um projecto aprovado no âmbito do PRODERAM, a autarquia tem ainda apresentadas candidaturas para o reforço das condições e dos meios para a defesa da floresta, nomeadamente ao nível da «adaptação de todos os poços de rega com equipamento de combate de incêndio, a existência de maior número de hidrantes ou de marcos de água dentro do parque para combate de incêndios e a criação de uma área para colocação de veículos de bombeiros e do Parque», expôs Bruno Pereira. Será, «um posto avançado com meios próprios para rega e de combate a incêndios nessa mesma área», resumiu.
«Tudo isto significará um trabalho muito grande em que só veremos os seus resultados dentro de 20 a 30 anos, mas que melhorando aquilo que é o ordenamento florestal do Parque Ecológico e os acessos, dotando de mais condições do ponto de vista de meios de primeira intervenção e de preparação de aceiros, ou de zonas de corta-fogo, teremos condições para um combate mais eficaz em caso de incêndio».
Projectos vão ocupar 30 mil metros quadrados
A zona radical será explorada por uma empresa privada, que ganhou a concessão dos terrenos. A área para as actividades de montanha será de 15 mil metros quadrados. Área idêntica será usada para a quinta pedagógica, a ser gerida pela Câmara Municipal. Assim, os dois projectos, que ficarão em zonas contíguas – numa estratégia que visa atrair os visitantes a ambos os espaços – vão ocupar 30 mil metros quadrados do Parque Ecológico do Funchal e ficarão situados entre o portão sul e o centro de recepção do PEF.
fonte: JM