O ex-comandante operacional da Autoridade Nacional de Proteção Civil Gil Martins reclamou, esta quarta-feira, estar inocente dos crimes de peculato e de falsificação de documentos, alegando que a acusação "enferma de erros".
"Os atos de que sou acusado enfermam de erros que poderão ser esclarecidos, uma vez que o Sistema de Proteção e Socorro incorpora realidades específicas e complexas a que importa dar atenção. As minhas funções que eram de comando e exclusivamente operacionais e deve ser nesse âmbito que devem ser consideradas todas as minhas responsabilidades", refere Paulo Gil Martins, numa nota enviada à agência Lusa.
O Ministério Público (MP) acusou o ex-comandante operacional nacional da ANPC dos crimes de peculato e de falsificação de documentos.
O MP indica que, de acordo com os indícios, foram transferidas, entre 2007 e 2009, para a Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários Barcarenense, quantias superiores às necessárias que ficavam afetas à ANPC e, face à ausência de controlo assim obtida, eram utilizadas em proveito pessoal e de outros.
O ex-comandante operacional nacional da ANPC sublinha que os tribunais vão provar a sua inocência.
"Depois de muitas considerações públicas, entramos agora na fase em que poderei, com total transparência, apresentar a minha defesa e esclarecer o que houver junto das instituições judiciais, em quem acredito", adianta.
Gil Martins diz ainda que sua atuação "foi sempre de total lealdade" tendo apresentado a demissão "para que o processo decorresse e continue a decorrer com toda a rapidez e cabal transparência". Anteriormente tinha sido suspenso de funções por decisão do antigo ministro da Administração Interna, Rui Pereira, no seguimento de uma proposta da Inspeção-Geral da Administração Interna (IGAI).
O arguido está suspenso de exercício de funções públicas ou de outras entidades que impliquem a gestão discricionária de dinheiros públicos, tendo ainda sido deduzido um pedido de indemnização civil no valor de cerca de 116 mil euros.
fonte: JN