
O discurso proferido ontem pelo Ministro da Administração Interna, na cerimónia oficial da inauguração do novo quartel dos Bombeiros Voluntários de Ponte de Lima, na Feitosa, incidiu em duas questões: protecção civil, anunciando medidas que serão tomadas para a racionalização de recursos; e segurança, face ao período “quente” que se avizinha em matéria de contestação social provocada pela crise que o país atravessa.
Miguel Macedo, perante uma plateia que enchia o espaço amplo do rés-do-chão do novo novo edifício, em dia de comemoração dos 124 anos da fundação daquela corporação, enalteceu o voluntariado.
O mais importante não é o quartel, mas sim as pessoas que ali trabalham, ou seja, o corpo activo de bombeiros.
Mas, perante as dificuldades que o país atravessa, há que racionalizar os meios disponíveis, sendo importante a existência de uma carta de risco no país.
“Não faz sentido que uma corporação de bombeiros, num município que não tenha floresta, tenha um carro de combate de incêndios na floresta”, disse.
Daí a necessidade de se racionalizarem os apoios que são concedidos, localizar bem os meios e, através da formação, fazer a especialização em matéria de risco maior que exista por cada local.
Para tanto, há que encontrar consensos e prioridades e estabelecer regras a cumprir por todos, exigindo-se o cumprimento dessas metas.
Por isso é que estão a ser fe itas algumas alterações nesse domínio que, fundamentalmente, “visam, no conjunto do país, reforçar e localizar melhor os meios que temos para a área da protecção civil”
E esse trabalho, que é “um de-ver do Estado, vamos fazê-lo mesmo. É imperioso que assim aconteça”, frisou
“Leviandade” governativa
O ministro voltou a insistir na questão da segurança. Porque “ter um país seguro significa ter um país seguro também para os turistas. E nós sabemos a importância que o país tem em Portugal no conjunto da economia portuguesa”. Por isso, por ser essencial, “nós vamos garanti-la”.
Miguel Macedo referiu as existências da disciplina financeira e orçamental para o país continuar a levantar a cabeça e vencer a crise.
No final da cerimónia e abordado por jornalistas sobre a questão do novo sistema remuneratório dos polícias, Miguel Macedo sublinhou que a sua aplicação teve um impacto adicional de 68,7 milhões de euros em dois anos. A sua aplicação “está suspensa por força da lei” que tem de ser cumprida.
Para Miguel Macedo, esse “processo decorreu de forma muito leviana do ponto de vista político”, e que “não foram acauteladas questões básicas, como saber quanto envolve em termos de necessidades orçamentais e garantir que o novo sistema fosse aplicado a todos”.
Discursos e condecorações marcaram a jornada festiva.
por Luís M. Fernandes
fonte: Correio do Minho