O inspetor da PJ António Carvalho disse hoje que os recentes incêndios começam muitas vezes em queimadas, atividade normal para a época do ano, e que até podem funcionar como prevenção contra os grandes fogos de verão.
Em declarações à agência Lusa, o inspetor chefe da Polícia Judiciária descartou a possibilidade de mão criminosa nestes incêndios fora de época, considerando-os mesmo "benéficos", caso ardam apenas matos e zonas de incultos, já que são preventivos contra os grandes fogos de verão, dado que os locais ficam limpos.
"Os últimos incêndios devem-se sobretudo a situações que resultam de ações negligentes. As pessoas não queriam provocar incêndios, o que queriam era fazer determinadas atividades que são próprias desta época do ano", adiantou o coordenador do grupo de investigação às causas de incêndio da PJ.
António Carvalho falava à Lusa a propósito dos inúmeros incêndios florestais que têm deflagrado neste inverno e que já levou o Ministério da Administração Interna a reforçar os meios operacionais de combate.
A Autoridade Nacional de Protecção Civil registou só no mês de fevereiro mais de quatro mil ocorrências de incêndios florestais.
O inspetor chefe da PJ explicou que as queimadas são comportamentos típicos desta época do ano no mundo rural.
Porém, este ano existe uma "situação de risco" devido às condições meteorológicas, fazendo com que os combustíveis finos, aqueles que facilmente se propagam, estejam secos.
Segundo António Carvalho, há quase 60 dias que não chove e a juntar a isso há muito vento e sol, levando a que esses comportamentos normais se tornem de risco e ponham em perigo os materiais que estão secos e provocam incêndios.
O mesmo responsável disse ainda que os povoamentos florestais não estão a ser ameaçados com os últimos fogos, uma vez que os incêndios estão a começar em matos e só depois, por qualquer motivo, se desenvolvem para povoamentos.
fonte: RTP/Lusa