Os bombeiros são os primeiros a chegar aos locais onde foram identificados casos de paragens cardiorrespiratórias. Foram-no em 62% dos registos entre 2007 e 2009. No entanto, estes profissionais não dispõem de meios nem têm formação adequada para os utilizar, refere o relatórios do TC.
O documento refere que apenas as ambulâncias do INEM (VMER, suporte básico e imediato de vida) possuem desfibrilhadores automáticos externos, ou seja, um quinto dos meios da rede de socorro pré-hospitalar. Quando aplicados no primeiro minutos, podem ter uma eficácia de 100%, mas esta pode ser nula entre oito e dez depois da ocorrência.
O TC refere que os equipamentos devem existir nas 222 postos dos bombeiros, mas o INEM reagiu ontem, confirmando que 30 parceiros terão desfibrilhadores e que até ao final do ano os bombeiros irão ter mais cem. Até agora há 145 equipamentos licenciados 97 em espaços públicos e 887 pessoas com formação para os usar.
A Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), representante da "maior rede de socorro do País", concorda com a necessidade de rever a localização de alguns meios de socorro e a necessidade de aumentar a formação. Mas a LBP, que "é o maior parceiro do INEM", lembra que muitas das recomendações do TC "já estão em curso".
Na auditoria, o TC recomendou ao Governo a necessidade de "adequar a distribuição geográfica dos meios de socorro, tendo em conta o tempo e a distância entre a ocorrência e a unidade de saúde a par da necessidade de maior formação dos operadores das ambulâncias de socorro". Preocupações que o vice-presidente da LBP garante que "estão a ser tidas em conta pelo INEM e pelos bombeiros, o maior parceiro do instituto". Paulo Hortênsio lembra que "existe uma comissão científica activa e que tem corrigido alguns dos estrangulamentos existentes".
in: DN