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diariobombeiro



Segunda-feira, 25.03.13

Manutenção dos Veículos de Socorro


A utilização dos veículos de socorro pelos Agentes de Proteção Civil em situações extremas, implica que os condutores, muitas vezes, sejam levados ao limite das suas capacidades, o que obriga a uma confiança elevada no estado de conservação e segurança dos mesmos; para isso é fundamental a sua manutenção, uma vez que os veículos de socorro devem de ter uma manutenção preventiva, eficaz que os mantenha sempre com bons níveis de operacionalidade.

Não nos podemos esquecer que:
“O êxito de uma operação de socorro depende do bom estado do veículo, bem como do seu perfeito conhecimento por parte do condutor.”

Nesse sentido é importante que semanalmente sejam efetuadas as verificações periódicas referentes a:
- Níveis de Fluídos (liquido de refrigeração, óleo de motor, óleo de travões - sistema pneumático, óleo de direção, combustível);
- Verificação das correias dos diversos sistemas;
- Verificação das Baterias (estado e nível de eletrólito) e sistemas elétricos;
- Estado e Pressão dos Pneumáticos;
- Estado dos Filtros de Ar, Óleo e Combustível;
- Purga das Garrafas de Ar dos sistemas pneumáticos;
- Acondicionamento da carga do veículo;
- Verificação do nível de água no depósito;
- Limpeza interior e exterior.

Em relação à manutenção preventiva existem algumas considerações que devem de ser tidas em conta, nomeadamente o Sistema de Travagem e os Pneumáticos.

Quanto ao sistema de travagem existem duas realidades distintas, uma das Ambulâncias e outra dos restantes veículos de socorro.

Em relação às Ambulâncias e ao tipo de condução efetuada que obriga a uma utilização mais intensiva dos sistemas de travagem, implica que os intervalos de manutenção, substituição de pastilhas e discos de travão, tenham de ser menores do que o recomendado pelas marcas (não nos podemos esquecer que o que as marcas recomendam é uma utilização normal).

Em relação aos restantes veículos de socorro deve-se ter em atenção o período temporal e não os quilómetros efetuados, pois por vezes as pastilhas ou calços de travão têm muitos anos e poucos quilómetros, o que leva a que percam as suas características originais. Outro fator muito importante está relacionado com os longos períodos de imobilização que alguns veículos são detentores, como por exemplo, os Florestais, visto que são raras as saídas após o período do verão. Nesse caso e antes do início do DECIF o ideal será desmontar os sistemas de travagem e proceder à limpeza dos mesmos removendo impurezas ou ferrugem que apresentem, aproveitando para verificar se os discos de travão ou polis estão estalados ou com sinais evidentes de desgaste.

Quanto aos pneumáticos são o grande calcanhar de Aquiles dos veículos de socorro sejam eles de que tipo forem. Teoricamente os pneumáticos têm uma vida útil até, no máximo, 5 anos  após a data de fabrico, ou seja, após este período os pneumáticos começam a perder as suas características. Além disso, a pressão correta de trabalho e o equilíbrio de pneumáticos no mesmo eixo também são fatores que muitos descuram e são fundamentais para a segurança do veículo.

Segundo dados do NICAV da GNR a grande maioria dos despistes têm origem em problemas nos pneumáticos seja por pressão incorreta, ou por desgaste e lesões nas telas.
Por isso, é de extrema relevância que se faça uma inspeção visual e atenta dos pneumáticos e que se verifique a pressão de trabalho, tendo o cuidado de igualar sempre a pressão dos pneus no mesmo eixo, além de procurar sinais de desgaste irregular ou lesões no corpo do pneu.

Em relação às pressões de trabalho dos pneumáticos é importante distinguir os veículos de uso em estrada e os de uso em Fora-de-Estrada (ou Todo-o-Terreno); os primeiros devem utilizar as pressões de Estrada; em relação à utilização em Fora-de-Estrada existem três tipos de pressão de trabalho: a Pressão de Estrada, a Pressão Mista e a Pressão de Todo-o-Terreno.
Os valores destas pressões devem de estar inscritos junto das caves de rodas do Veículo; as pressões deverão ser utilizadas consoante a situação em curso.
Estas são indicadas pelas empresas transformadoras dos veículos que as calculam em função do tipo de carroçamento efectuado, as especificações dos construtores e o tipo de Pneumático utilizado.

Em relação aos pneumáticos existem outros cuidados fundamentais que devem ser tidos em conta e têm a ver com o Parqueamento das viaturas nos Quartéis, especialmente das viaturas pesadas. Semanalmente as viaturas devem ser deslocadas dos lugares de parqueamento de forma a que os pneus rolem e não fiquem na mesma posição, evitando assim a deformação dos pneus.
Com os Veículos Florestais existe um cuidado adicional que deverá ser implementado, relacionado com a colocação da pressão de Estrada quando os veículos estão parqueados fora da época do DECIF; esta medida evita que os pneus fiquem deformados por estarem com uma pressão mais baixa, não esquecendo também dos cuidados já acima referidos.

Este breve apontamento teve como principal objetivo alertar todos os condutores e responsáveis pelos parques de viaturas para um conjunto de pequenas medidas simples de executar e que permitem aumentar os níveis de operacionalidade bem como da Segurança na utilização dos veículos de socorro.

Aproveito também para deixar outro pequeno conselho:
Não se esqueçam de Usar Sempre o Cinto de Segurança, especialmente quando os Veículos circulam em Marcha de Urgência, pode-vos salvar a vida.


Autor:
Tiago Catrola Raposeira
Inspector Técnico de Veículos
Aluno de Engenharia da Segurança do Trabalho – ISLA Santarém
Subchefe – Bombeiros Voluntários de Almeirim

Publicado:
Boletim Informativo do Comandando Distrital de Operações de Socorro de Santarém (CDOS), da Autoridade Nacional de Proteção civil (ANPC), Nº 48, ultimo trimestre de 2012.
Link 
http://www.prociv.pt/CDOS/Santarem/newsletter/2012-out%20dez%20N48%20CDOS%20Str.pdf

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por Diário de um Bombeiro às 12:47



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