Os primeiros resultados da greve geral de quinta-feira apontam para uma adesão superior a 90 por cento dos bombeiros sapadores de Lisboa e para o desvio de mais de 15 navios, impedidos de atracar nos portos portugueses, informou hoje a CGTP.
O secretário-geral da CGTP (Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses), que convocou a paralisação, deslocou-se hoje à corporação de intervenção especial do Regimento de Sapadores Bombeiros de Lisboa, em Chelas, para constatar os primeiros efeitos da greve, dado que ali a mudança de turno ocorreu às 20:00.
Em declarações aos jornalistas, Arménio Carlos, que estava acompanhado por uma delegação da central sindical, disse que "mais de 15 navios foram desviados para outros portos porque não puderam atracar nos portos portugueses devido à greve dos estivadores".
Um comunicado divulgado às 21:05 pela FECTRANS -- Federação de Sindicatos de Transportes e Comunicações, afeta à CGTP, informou que os portos do Algarve, Setúbal, Lisboa, Figueira da Foz, Aveiro, Viana do Castelo e Caniçal estavam encerrados devido à adesão dos trabalhadores à greve geral.
Por sua vez, António Pascoal, da direção do Sindicato dos Trabalhadores do Município de Lisboa, que representa os bombeiros sapadores, adiantou que a adesão "em todos quartéis do regimento está a ultrapassar os 90 por cento".
Segundo o sindicalista, no quartel de Chelas estão a trabalhar 27 elementos, 25 dos quais a assegurar os serviços mínimos. Apenas dois bombeiros não aderiram à greve.
As vidas humanas estão salvaguardadas no âmbito dos serviços mínimos, que asseguram o combate a fogos e o desencarceramento de vítimas de acidentes de viação.
Arménio Carlos foi recebido no pátio do quartel de Chelas pelos trabalhadores em greve, que empunhavam bandeiras e faixas alusivas ao protesto, mas não foi autorizado a entrar nas instalações, o que considerou grave.
A greve geral de quinta-feira é a oitava convocada pela CGTP. O protesto surge contra o agravamento da legislação laboral, o aumento do desemprego e do empobrecimento e as sucessivas medidas de austeridade, ocorrendo quatro meses após a última greve geral.
Desta vez, a UGT não se junta ao protesto, ao contrário do que aconteceu a 24 de novembro de 2011 e em 2010, porque a central sindical liderada por João Proença assinou o acordo para a Competitividade, o Crescimento e o Emprego que está na origem da revisão da legislação laboral.
fonte: RTP