Cerca de 400 bombeiros de Lisboa desfilaram entre os Paços do Concelho e o Intendente, para entregar uma moção ao presidente da câmara, contestando a "criação de um novo turno" que "pode pôr em causa a segurança da cidade".
"Quase todos os bombeiros que estão hoje de folga, ou seja 400, juntaram-se pelas 10:00 nos Paços do Concelho onde fizeram um plenário e aprovaram uma moção a entregar ao presidente da Câmara de Lisboa. Como o gabinete do presidente é no Intendente desfilámos até cá", disse à agência Lusa o coordenador do serviço de bombeiros da autarquia, António Pascoal, no final da concentração.
De acordo com António Pascoal, os sapadores bombeiros estão "contra a intenção da câmara de acrescentar um novo turno", aos quatro já existentes, "sem recrutar novos profissionais" o que "pode pôr em causa a segurança da cidade".
O coordenador afirmou que "com a introdução do novo turno terá de ser reduzido em mais de 20 por cento o número de elementos disponíveis diariamente".
Os bombeiros sapadores consideram que este novo turno "pode pôr em causa o socorro da cidade porque o regimento deixa de ter capacidade para dar resposta às ocorrências".
António Pascoal disse ainda que "actualmente [sem o novo turno] do quadro de pessoal do Regimento faltam mais de 200 efectivos" o que "já tem alguma influência na resposta às cerca de 22 mil solicitações anuais".
Por isso, os bombeiros exigem a "abertura de concurso de ingresso com o objectivo de preencher os lugares em falta no quadro de pessoal", bem como "meios humanos e materiais que respondam integralmente as ordenanças estabelecidas" e "que garanta as guarnições locais", lê-se na moção entregue no gabinete de António Costa.
O coordenador do serviço de bombeiros da Câmara de Lisboa admitiu ainda à agência Lusa "avançar para qualquer acção de luta", mesmo as "mais gravosas, como as greves", para que "não se avance com o novo turno".
Contactado pela agência Lusa o vereador da Protecção Civil da autarquia, Manuel Brito, disse que a introdução de "um novo turno ainda está a ser estudada ao nível dos recursos humanos", encontrando-se numa fase "muito inicial" e que "ainda não está nada decidido", mas que "a segurança operacional tem de ser assegurada".
Quanto à falta de efectivos, Manuel Brito disse que "acabaram de entrar cerca de 160 estagiários e que acabam a formação em Novembro, dando assim resposta aos efectivos que entraram em aposentação".
O autarca assegurou que "caso haja alguma decisão nesse sentido, os sindicatos vão ser os primeiros a saber".
fonte: Publico