diariobombeiro

A pouco mais de uma semana do 10º aniversário do 11 de Setembro, o "terror" ainda não acabou. Um estudo publicado pela revista The Lancet indica que bombeiros e outros socorristas que trabalharam nos destroços das torres gémeas têm quase 20 por cento mais de hipóteses de desenvolverem cancro.

O estudo publicado pela revista médica The Lancet é o primeiro, dez anos depois dos atentados, a demonstrar que os bombeiros e outras pessoas que colaboraram nas buscas correm mais riscos de serem vítimas de um cancro, cerca de 20 por cento mais elevado.

Já se sabia que quem trabalhou nos escombros do World Trade Center esteve exposto a vários agentes cancerígenos mas estava por demonstrar a existência de uma relação de causa e efeito.

Muito recentemente, em Julho, um relatório de um instituto público afirmava de forma clara que não existia qualquer evidância sobre uma relação directa entre a exposição às poeiras e fumos do 11 de Setembro e o cancro.

Para o estudo, agora divulgado, foram inquiridos dez mil bombeiros que estiveram no World Trade Center.

A comparação com pessoas que não estiveram expostas aos destroços do 11 de Setembro demonstra um aumento de todos os tipos de cancro.

O estudo da The Lancet poderá ser o ponto de partido para que quem colaborou nas buscas e remoção dos destroços do 11 de Setembro possa ter acesso a apoios do estado norte-americano.

O tratamento de doenças respiratórias como a asma já é apoiado mas do cancro ainda não.

O argumento das autoridades federais norte-americanas para recusar esse apoio tem sido, precisamente, o facto de não haver uma evidência científica que prove a existência de uma relação entre os aumentos dos casos de cancro e os atentados contra as torres gémeas.