Nesta sociedade muito exigente e sobretudo muito intransigente, a Instituição Bombeiros, só perdurará enquanto souber continuar a garantir aos cidadãos a proficiência e a qualidade técnica do seu trabalho.
Não há instituições que perdurem se não merecerem, dos cidadãos a confiança e o respeito e se não satisfizerem com eficácia os propósitos para que foram constituídas.
É nesta confiança e neste respeito que reside a força e a determinação do Bombeiro Português, cujo lema “vida por vida”, reflecte a magnitude da sua nobre missão.
Missão que é global e transversal que é respondida com elevado grau de prontidão, desde as solicitações de carácter emergente de protecção e socorro, a acções de prevenção e combate em cenários de incêndios, acidentes graves ou catástrofes ou noutras missões no âmbito da Protecção Civil e socoro onde os sucessos nunca são individuais mas sim ganhos conjuntos conseguidos através de um esforço concertado, que só é possível através de uma permanente partilha de informações, de conhecimentos e de responsabilidades.
Os Bombeiros Portugueses têm sempre demonstrado que é na lealdade de princípios, no esforço colectivo e na disciplina, que se fortalece o espírito que continua a juntar mulheres e homens à volta do lema “ Vida por Vida ”, que ontem uns, hoje vós, amanhã outros, souberam, sabem e saberão construir e dignificar a cada momento.
O Bombeiro do futuro será um técnico especializado, com preocupações centradas na criação e manutenção de uma cultura de prevenção e protecção, na intervenção em ambiente pré hospitalar, no combate a incêndios e outros desastres, onde continuará a ter um papel decisivo.
Terá uma forte sensibilidade e dará prioridade absoluta à sua segurança e auto protecção, mas também à cooperação, conceito maior no relacionamento entre organizações diferenciadas, já que o esforço contínuo nesta área, terá sempre como primeiro objectivo a preservação da vida e de um património que a todos pertence.
Também a forte integração e empenhamento de todas as organizações, tendo em vista a cooperação ao nível global, antecipando-se problemas mais complexos, é determinante. A proactividade deve ser uma ideia chave. A importância das novas tecnologias e dos sistemas de comunicação de apoio permanente á decisão são também de capital importância.
Mas gostaria de alertar para o facto de ninguém ter as valências todas. Todos são necessários, ninguém é dispensável. Todos são importantes. Todos têm o seu papel na emergência. É tudo uma questão de organização.
Não podemos perder tempo com pseudo contendas fúteis, sobretudo quando interpretadas num conjunto que tem como pressupostos primeiros, a solidariedade, a competência, a confiança e a determinação.
O trabalho integrado e o planeamento unificado são factores críticos de sucesso. A sistematização dos métodos de trabalho e a unidade de comando e controlo operacional, a par da recolha e gestão da informação e a elevada capacidade de antecipação e reacção são condições determinantes para se obterem resultados positivos e motivadores.
Nestes anos mais recentes ganhámos consciência das nossas limitações, mas também tomámos consciência das nossas capacidades, enquanto indivíduos e instituições.
Nos últimos anos todos nós aprendemos. E todos nós aprendemos porque todos nós participámos, todos nós nos envolvemos, todos nós nos empenhámos.
O Sistema Integrado de Operações de Protecção e Socorro permitiu uma articulação muito próxima entre todas as entidades, possibilitando o conhecimento mútuo das capacidades de cada um, a criação de laços de confiança interinstitucional, abrindo novos espaços de diálogo técnico e operacional.
Andy Warhol dizia “que não é o tempo que muda as coisas, mas na realidade somos nós próprios quem tem de as mudar.”
Tenhamos essa capacidade de continuar a mudar ou pelo menos participar consciente e activamente na mudança. Que este tempo continue a ser um tempo de mudança, um tempo de modernização. E modernizar apesar de alguns mal entendidos não é subverter mas sim responsabilizar.
Que este tempo nos permita ter essa capacidade para aceitar continuar a mudar, reflectindo antes do mais, com noção da realidade, abertura de espírito, mas acima de tudo com uma grande noção de responsabilidade e de respeito por nós próprios e por aqueles a quem prometemos a nossa disponibilidade, a nossa dedicação e o nosso saber.
Que seja o reforço de um verdadeiro espírito de classe, que nos leve a colocar a imagem pública dos Bombeiros, de todos os Bombeiros, mas também de todos aqueles que contribuem para a protecção dos cidadãos, ainda como mais credível, respeitável e de elevada qualidade.
Que este tempo nos traga a sabedoria necessária, para saber ouvir e sentir, permanentemente, o pulsar da sociedade, para ajudar a construir um futuro mais seguro e cooperar institucionalmente como agentes especializados num sistema global de protecção das populações.
Que este tempo seja tempo de esperança no futuro, de esperança no nosso futuro, enquanto agentes de protecção civil e socorro.
Apesar de tudo o presente continua a ser o tempo da aposta no desenvolvimento do nosso saber, do aperfeiçoamento da cooperação, da mobilização dos cidadãos e da sociedade para a protecção civil e o socorro.
Que o vosso desempenho continue a ajudar a edificar todos os dias, esta notável realidade que são os Bombeiros Portugueses, que transportam em si os mais elevados ideais, capazes de construir um futuro mais responsável e mais moderno e que têm mostrado a Portugal e ao Mundo o heroísmo e o sentido de missão desinteressada, no socorro e assistência à população.
Hoje, como ontem, mas principalmente amanhã, o vosso objectivo foi, é, e será sempre o de com lealdade e trabalho, com firmeza e discrição, com persistência e dedicação e com empenhamento constante, especialmente em situações de emergência, servir Portugal e os Portugueses na preservação da vida, do ambiente e de um património que a todos pertence.