O homem detido sexta-feira na Madeira pela Polícia Judiciária, suspeito da autoria de dois fogos florestais ficou obrigado a apresentar-se de dois em dois dias às autoridades, depois de ouvido hoje pelas autoridades judiciárias.
A medida de coação foi confirmada à Agência Lusa pelo coordenador da Polícia Judiciária na Madeira, Ricardo Silva, que se escusou a fazer mais comentários sobre este caso, garantindo apenas que "as investigações relacionadas com os incêndios prosseguem".
"O suspeito ficou obrigado a apresentar-se dia sim, dia não, a cada dois dias portanto", disse o responsável da PJ na região.
O detido, um madeirense que chegou a fazer provas para ser bombeiros, tendo sido excluído do concurso, é suspeito de ter provocado dois dos incêndios que deflagraram na ilha.
Segundo a informação divulgada pela PJ, será o alegado autor de dois fogos, um "ocorrido no fim do mês de março na freguesia de Ponta do Pargo, que consumiu uma área florestal de 30 hectares, e ainda do incêndio de grandes dimensões que no dia 17 do corrente mês atingiu as freguesias da Fajã da Ovelha, Ponta do Pargo e Achadas da Cruz, consumindo uma área total de 2.484 hectares e colocando em perigo diversas habitações".
Esta é a segunda detenção efetuada pela PJ na sequência das investigações que estão a ser realizadas pelo Departamento de Investigação Criminal do Funchal, depois de terem surgido 400 focos de incêndios na Madeira a partir do dia 17 de julho e durante uma semana, por existirem "fortes indícios" de origem criminosa em alguns casos.
A 20 de julho, a PJ na Madeira anunciou a detenção de outro homem de 50 anos, alegado autor do mesmo tipo de crime, na freguesia de Boaventura, concelho de S. Vicente.
Na fase de combate aos incêndios, as autoridades policiais encontraram vários objetos supostamente potenciadores da propagação de fogos, como tochas incendiárias.
Com a detenção hoje anunciada pela Polícia Judiciária, eleva-se para 26 o número de pessoas detidas como suspeitas de fogo posto no país desde o início do ano.
Durante a fase 'Charlie' de combate a incêndios florestais, que se prolonga até 30 de setembro, vão estar operacionais 44 meios aéreos, 2.248 equipas de diferentes forças envolvidas, 1.982 viaturas e 9.324 elementos, reforço de mais cem efetivos e de três aeronaves em relação a 2011.
Na passada semana, 400 focos de incêndios surgiram em diversos pontos da ilha, com fogos considerados críticos nos concelhos do Funchal Santa Cruz, Calheta, Ribeira Brava e Porto Moniz.
Cerca de 50 habitações danificadas, dezenas de viaturas e palheiros destruídos, centenas de animais e muitas explorações agrícolas afetados pelo fogo e uma extensa área florestal consumida pelas chamas são algumas das consequências destes incêndios na Madeira.
Fonte: Porto Canal