Luís Filipe Menezes, Presidente da Câmara de Gaia, afirmou que o Município vai continuar a lutar pela instituição de uma taxa para a Proteção Civil, que tenha uma maior contribuição por parte das grandes empresas com atividades de risco, e ainda das seguradoras, no decorrer da cerimónia de comemoração dos 173 anos da Companhia dos Bombeiros Sapadores de Vila Nova de Gaia.
"Temos de ganhar este combate em prol da cidadania repartida. Estou a falar de empresas como a REN, REFER, CP, EDP, entre outras, e das companhias de seguros. Se houvesse um desconto das seguradoras para a Proteção Civil como existe para o INEM, de um a dois por cento do volume de faturação, os problemas da Proteção Civil em Portugal estariam resolvidos. Se estas empresas fizessem a sua parte, não seria preciso onerar mais os cidadãos com esta taxa, mas que seria, em todo o caso, uma quantia simbólica por mês", afirmou o Presidente da Câmara.

Luís Filipe Menezes conta, até ao final de mandato, deixar resolvidas ou, pelo menos, encaminhadas, as necessidades e a sustentabilidade financeira das corporações de bombeiros do concelho: "Ainda não conseguimos da Direcção Geral de Contribuições e Impostos uma colaboração. Iremos continuar a tentar e iremos pedir ao próprio Ministro da Administração Interna para intervir, se necessário, de forma a melhorar a realidade dos bombeiros profissionais e voluntários do concelho. Com a implementação da taxa para a proteção civil, seria possível, no caso dos bombeiros profissionais, o alargamento dos quadros e a substituição do número de efetivos, alguma modernização de equipamentos e alguma recuperação física dos espaços. Quanto aos bombeiros voluntários, seria possível manter o apoio e, porventura, reforçá-lo".
O Presidente da Câmara defendeu também a racionalização do funcionamento de todas as corporações de bombeiros do concelho: "As corporações de bombeiros profissionais e as não- profissionais não devem ir para as mesmas ocorrências, pois há uma duplicação de despesas, de horas extraordinárias e de meios. Os bombeiros profissionais devem estar virados para os grandes sinistros, ligados à circulação rodoviária, ferroviária, aeroportuária, acidentes de rio, ao Centro Histórico e às Caves de Vinho do Porto, e sinistros industriais, deixando os restantes para os bombeiros voluntários, com áreas de intervenção operacionais definidas".

Salvador Almeida, Comandante da Companhia dos Bombeiros Sapadores de Gaia, agradeceu todo o apoio prestado pelo Município e destacou que uma nova recruta é a principal necessidade dos Sapadores, para além da renovação da frota: "Gostaria de agradecer à Câmara de Gaia todo o apoio prestado e confiança depositada, assim como a disponibilidade permanente, e deixar um pedido: precisamos de promover uma nova recruta, de sangue novo. A frota operacional está cansada, necessita de ser substituída. Graças a uma candidatura ao Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN) vamos ter um novo veículo, mas precisamos de, pelo menos, mais dois para melhorar o nosso desempenho".
O Comandante aproveitou a ocasião para referir que, ao nível do distrito do Porto, são o corpo de bombeiros com mais ocorrências, e deu nota do "desempenho excelente face aos recursos disponíveis", resumido em "1556 incêndios, 256 acidentes, 255 intervenções em infraestruturas e vias de comunicação, 2191 serviços pré-hospitalares, 35 acidentes tecnológicos, 577 serviços de prevenção, limpeza de vias e outras, 203 vistorias técnicas de segurança, 107 vistorias da Comissão Municipal de Defesa da Floresta, 27 ações de sensibilização, envolvendo 10 mil crianças, professores e outros munícipes, 15 simulacros envolvendo cerca de 6500 munícipes, etc."
A cerimónia contou também com a presença de César Oliveira, Presidente da Assembleia Municipal, da Vereação, do Comandante do Regimento de Artilharia da Serra do Pilar, do representante da Autoridade Marítima e do Vice-Presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses, assim como de representantes das corporações de Bombeiros Voluntários do concelho.