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O incêndio consumiu, “na totalidade”, um dos edifícios da exploração avícola, que tinha entrada em funcionamento prevista para os próximos dias. Uma mulher sofreu queimaduras ligeiras [Na Foto: Elementos dos Bombeiros de Cantanhede] |
As chamas consumiram ontem à tarde, «na totalidade», um pavilhão de uma exploração avícola situada na zona de Andorinha, no limite dos concelhos de Coimbra e Cantanhede. O incêndio provocou queimaduras ligeiras numa mulher que, segundo fonte dos bombeiros, supostamente, é funcionária da empresa. Esta informação não foi, no entanto, possível confirmar, uma vez que os responsáveis da empresa de criação de aves presentes no local se remeteram ao silêncio.
Apesar da rápida resposta ao alerta de fogo dado por volta das 17h15, os bombeiros não conseguiram evitar que as chamas destruíssem, por completo, um dos pavilhões, com cerca de 100 metros de comprimento, onde já estava instalada maquinaria e equipamentos diversos. João Leitão, chefe dos Bombeiros Voluntários de Cantanhede, informou que, «neste momento, ainda não estava em funcionamento», revelando que deveria iniciar a sua actividade «na quinta-feira».
O incêndio industrial foi controlado pelos bombeiros que evitaram a sua propagação a outros pavilhões da mesma empresa. Em declarações aos jornalistas, o chefe João Leitão apontou a origem das chamas para «causas desconhecidas». Apesar de uma hora após ter sido dado o alerta, o fogo ter entrado em fase de rescaldo, a «rapidez» de actuação dos bombeiros não foi suficiente para evitar o prejuízo, pois o material com que era construído o pavilhão levou a uma «propagação muito rápida e à destruição total do edifício, que já estava tomado pelas chamas».
O tipo de material com que era construído o edifício, «à base de fibras e isolamentos, com o piso a apresentar-se coberto por serrim de madeira», assumiram-se como condições favoráveis à rápida propagação das chamas e à destruição total do pavilhão, onde seriam colocadas aves para criação. Embora sem dados concretos fornecidos pela empresa, o prejuízo perspectiva-se avultado, desconhecendo-se, para já, quando é que a unidade iniciará a sua laboração.
57 bombeiros e 15 viaturas
A exploração avícola fica a escassos metros da A14, com área florestal em redor. No entanto, os acessos - parte do percurso é em terra batida - à unidade industrial não facilitaram a tarefa dos “soldados da paz”. «Os acessos não são difíceis, mas contribuíram para que não chegássemos com tanta rapidez», afirmou o chefe dos Bombeiros Voluntários de Cantanhede, que, logo de seguida, assegurou que «os nossos meios e os do concelho de Coimbra chegaram rapidamente ao local».
Em Andorinha, além dos Bombeiros Voluntários de Cantanhede, estiveram os Voluntários e os Sapadores de Coimbra e os Voluntários de Brasfemes, que fizeram deslocar para o local 57 homens e 15 viaturas. O INEM e a GNR marcaram, igualmente, presença na unidade industrial que tem Andorinha, lugar que pertence à freguesia da Lamarosa, concelho de Coimbra, como a localidade mais próxima. Contudo, no local onde foi construída a instalação avícola, podia constatar-se que o pedido de licenciamento tinha sido passado pela Câmara Municipal de Cantanhede.
Construída de raiz, a exploração avícola preparava-se para começar a laborar «na quinta-feira». Pertencente ao Grupo Lusiaves, com sede na Figueira da Foz e um entreposto em Leiria, o espaço esteve, nos últimos dias, a ser preparado por trabalhadores para receber as criações. As novas instalações iriam receber, brevemente, aves para produção de carne. No sector desde 1986, a Lusiaves desenvolveu, desde sempre, a sua actividade na produção, abate, transformação e comercialização de aves e produtos alimentares, fabrico e comercialização de alimentos compostos para animais.
por João Henriques
fonte: DC