Ventos fortes provocaram na tarde desta sexta-feira a destruição de várias árvores e danos no parque de campismo de Lagoa. A zona de Silves foi também afectada. O INEM contabiliza para já dez feridos, dois deles em estado grave.
Um vídeo partilhado por um leitor do PÚBLICO no Facebook mostra imagens do que parece ser um tornado.
Margarida Gonçalves, do Instituto de Meteorologia, explicou que não há informações suficientes que levem a que seja classificado como tornado aquilo que se passou no Algarve, apesar de o fenómeno ter características semelhantes às de um tornado.
Questionada sobre os vídeos que começam a ser publicados nas redes sociais, que mostram um remoinho de grandes dimensões sobre o mar na costa algarvia, Margarida Gonçalves insistiu que “só dentro de dias, e após reunido o máximo de informação, é que haverá uma conclusão”.
O Instituto de Meteorologia admite que nas próximas horas o “vento extremo”, acompanhado por “precipitação forte”, continue a registar-se “principalmente na zona Sul do país”, onde nesta tarde “uma massa de ar instável” pode ter propiciado "a ocorrência de um tornado”.
Este vento forte poderá estender-se aos distritos de Beja e Setúbal durante a madrugada. Até ao início da manhã de sábado, estas condições meteorológicas vão manter-se, segundo o Instituto de Meteorologia, que colocou sob aviso laranja (o segundo mais grave) os dois distritos e ainda o de Faro durante um período de 24 horas.
Casas e viaturas destruídasNo parque de campismo de Lagoa caíram várias árvores e algumas viaturas e autocaravanas ficaram viradas ao contrário. Pessoas que se encontravam no parque terão sofrido ferimentos e estão a ser transportadas para unidades de saúde.
Também em Silves, há registo de feridos. O INEM confirmou ao PÚBLICO que pelo menos dez pessoas sofreram ferimentos ligeiros após a passagem do tornado. Nove dos dez feridos foram transportados para os hospitais de Faro e Portimão e um deles recebeu tratamento no local. Cinco feridos são da zona de Lagoa e foram transportados para Portimão, enquanto os quatro feridos de Silves foram para o hospital de Faro. Os dois feridos graves são de Silves.
O INEM disse ainda à Lusa que 19 pessoas receberam assistência psicológica no local.
Na baixa de Silves há montras partidas, carros destruídos e casas danificadas. A clarabóia e janelas da Câmara de Silves sofreram danos. Ainda em Silves, uma autocaravana foi levantada com a força do vento, tendo percorrido vários metros no ar até cair sobre viaturas que se encontravam estacionadas mais à frente, contaram testemunhas ao PÚBLICO. O casal que se encontrava no interior sofreu apenas ferimentos ligeiros.
Os bombeiros iniciaram a meio da tarde operações de limpeza das vias, nomeadamente a remoção de árvores e de sinalética rodoviária.
A Autoridade Nacional de Protecção Civil avança no seu site que devido a “condições meteorológicas adversas” foram verificados “danos em vários veículos, habitações e uma escola”.
Fonte da Câmara de Lagoa avançou à Lusa que foram registados estragos sobretudo nas zonas Sul e Oeste da cidade que ainda estão a ser apurados. Na estrada nacional 125, junto à entrada para Lagoa, a agência Lusa constatou existirem árvores, placas de trânsito e “outdoors” publicitários derrubados, além de telhados danificados.
A circulação ferroviária está interrompida em São Marcos da Serra, Silves.
No terreno estão mais de 200 bombeiros, apoiados por 70 viaturas. Foram ainda accionados dois helicópteros de socorro e assistência para missão de reconhecimento e avaliação.
A intensidade de um tornado é medida através da escala de Fugita, tendo seis níveis possíveis: F0 (ventos inferiores a 117 quilómetros/hora); F1 (entre 117 e 180 km/h); F2 (entre 182 e 252 km/h); F3 (entre 253 e 333 km/h); F4 (entre 334 e 419 km/h); e F5 (entre 420 e 511 km/h).
Notícia em actualização no PúblicoProteção Civil regista oito feridos, INEM diz que alguns "inspiram cuidados"
Os estragos causados pelos ventos fortes que atingiram hoje os concelhos de Lagoa e Silves, no Algarve, provocaram oito feridos, informou hoje a Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) na sua página na Internet.
Segundo fonte do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), os ventos causaram vários feridos, num número ainda por determinar, alguns dos quais "inspiram cuidados".
João Verde, adjunto de operações do Comando Nacional da Proteção Civil, afirmou que foi já "acionado um reforço de meios a partir dos distritos de Évora e Beja" para ajudar nas operações de socorro que estão a ser realizadas nas áreas atingidas. Encontra-se também a operar no local, segundo o responsável, "um helicóptero para fazer o reconhecimento da área afetada e foram acionadas as Comissões Municipais de Proteção Civil de Silves e Lagoa".
@ Agência Lusa