A Câmara de Silves ainda não aprovou o orçamento de 2012, apesar do ano já ir a meio. O braço-de-ferro entre o executivo PSD e a oposição PS e CDU está a deixar as juntas de freguesia e as associações do concelho em situação de asfixia financeira, dado que não recebem transferências de verbas da Câmara desde o ano passado.
Em Alcantarilha, os funcionários da Junta já têm dois meses de ordenados em atraso. "Isto já passou todos os limites", diz João Palma, presidente da Junta, que realça "a dignidade dos trabalhadores, que continuam a exercer as suas funções sem receberem".
Em Tunes, os salários "estão em risco no próximo mês", revela José Cebola, presidente da Junta. E questiona: "Onde é que isto vai parar?". As dificuldades financeiras são extensíveis às restantes seis juntas de freguesia do concelho. "Se a situação não se resolver rapidamente, parece que a solução é entregar as chaves", afirma José Folgado, da Junta de São Marcos da Serra.
As associações, como os bombeiros, também estão em dificuldades. "É um sufoco enorme", garante Joaquim Gonçalves, presidente dos Bombeiros de Messines, adiantado que a associação está sem receber o apoio de 7500 euros por mês e ainda a comparticipação para as equipas de fogos florestais relativa a 2011.
Segunda-feira passada, a Câmara reuniu para votar, mais uma vez, o orçamento (depois do chumbo da Assembleia Municipal), mas os vereadores da oposição acabaram por abandonar a sala. "Estamos em crer que apenas a cobardia foi o móbil de tal atitude", refere, em comunicado, Isabel Soares, presidente da autarquia. "Orçamento proposto não apresentava rigor, não era transparente, não era sério e não era justo", responde o PS.
Fonte: CM