Falta de assistência motiva inquérito
O Agrupamento de Centros de Saúde de Valongo vai abrir um inquérito sobre a alegada falta de assistência do Serviço de Atendimento de Serviços Urgentes de Ermesinde, onde um doente vítima de ataque cardíaco foi assistido por bombeiros que passavam, por mero acaso, à porta do edifício.
A família de Fernando Barbosa, de 43 anos, revoltada com a situação, garantiu ao CM que ninguém acudiu o doente, que esteve caído na sala de espera do centro de saúde, terça-feira à noite. "O meu irmão teve um ataque no centro de saúde e não havia ninguém para o acudir. Pouco tempo depois, por sorte, passou uma ambulância e os bombeiros começaram a tratá-lo no interior do veículo até chegar o INEM. É uma vergonha. Ou não havia médicos ou enfermeiros ou ninguém quis saber", disse ao CM António Barbosa, irmão do doente.
Ontem, uma fonte da Administração Regional de Saúde do Norte, contactada pelo CM, admitiu que o caso vai ser investigado. "Uma médica do centro de saúde estava a dirigir-se para o doente quando o mesmo estava a ser transportado para a ambulância. Também contactou o INEM e soube que o serviço de emergência já tinha sido accionado. Ainda assim, vai ser aberto um inquérito para apurar os factos", adiantou ao CM uma fonte da ARS-Norte.
O estado de saúde de Fernando Barbosa, que foi internado no Hospital S. João, no Porto, melhorou, mas continua sob observação médica.
Na noite em que o doente sofreu o ataque cardíaco, na sala de espera do centro de saúde, vários utentes criticaram a falta de assistência. "As pessoas saíram aos gritos para pedirem ajuda. Se não fossem os bombeiros podia ter morrido lá dentro", disse ao CM uma testemunha.
Os habitantes de Ermesinde também reclamam mais meios para o centro de saúde. "Não culpamos os médicos, porque não têm equipamento para socorrer as pessoas. Precisam de mais meios", disse ao CM Maria Margarida.
in: CM