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diariobombeiro



Quarta-feira, 31.08.11

Fogo Destruiu 147 Hectares no Pé da Serra

Cento e quarenta e sete hectares de terrenos destruídos, mais de 100 mil euros em custos no combate aéreo e terrestre e um grande susto para a população, foi este o balanço dos incêndios que nos dias 13 e 14 de Agosto assolaram a aldeia de Pé da Serra e onde as autoridades competentes não duvidam que houve mão criminosa.

Ao longo dos dois dias, por quatro vezes ecoaram as sirenes do quartel da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Nisa. No dia 13, ao início da tarde, seria dado o primeiro alerta, que se repetiria por volta das 17h30, já que depois de praticamente dominado o primeiro foco de incêndio, um novo fogo deflagrou noutra zona de mato e lavrou até ao final do dia, tendo sido dado como dominado às 19h40. Já no domingo, 14 de Agosto, pelas 15h52 deflagrou um novo incêndio, sendo dominado cerca de duas horas mais tarde. À noite a sirene voltaria a soar, mas desta vez não passou de um falso alarme, tratando-se apenas de algumas árvores que ainda ardiam depois do rescaldo do incêndio da tarde, mas que foram suficientes para alarmar a população.

Juntos, os fogos consumiram 147 hectares de terrenos – 96 no sábado e 51 no domingo –, tendo no auge do incêndio de sábado, o maior e mais grave, estado envolvidos quatro helicópteros ligeiros e um pesado, 32 veículos e 131 combatentes, entre bombeiros, sapadores, elementos da GNR e da Afocelca, como revelou o comandante operacional distrital da Protecção Civil, Belo Costa, numa reunião convocada pela Junta de Freguesia de S. Simão para discutir os incêndios, no dia 18 de Agosto.

Segundo este responsável, da análise dos pontos de ignição dos incêndios facilmente se conclui que se tratou de fogo posto. “Olhando para aqueles incêndios vemos que há ali um denominador comum. Se olharmos para os fogos de longe, vemos que quem teve a intenção de provocar esta situação andou sempre para sul/poente; todos aqueles fogos foram feitos de modo a que o vento os levasse naquele sentido, em direcção a uma zona onde há eucaliptais e uma zona de caça”, esclareceu Belo Costa.

Para além dos prejuízos para os proprietários dos terrenos, o combate aos incêndios é também extremamente dispendiosos para o Estado. O aluguer de um helicóptero ligeiro, como os quatro que estiveram no Pé da Serra, ronda os 1700 € por hora, enquanto “um helicóptero pesado custa quase o triplo”, elucidou o comandante operacional distrital da Protecção Civil, que estimou que só “o combate aéreo a este incêndio andou à volta dos 20 mil euros”, valor que adicionado aos meios terrestres envolvidos, mais difíceis de contabilizar, “rondou os cento e muitos mil euros”.

Apesar dos custos implicados, a disponibilidade de meios e uma melhor organização e coordenação do dispositivo, relativamente a anos anteriores, revelou-se essencial para o sucesso do combate ao incêndio.
“Se a Protecção Civil e os bombeiros não tivessem tido um trabalho tão meritório e eficaz como tiveram, a freguesia ficava deserta e tudo seria negro desde o Pé da Serra até Montalvão, porque o vento estava precisamente a empurrar naquela direcção”, frisou o presidente da Junta de Freguesia, José Hilário, tendo sempre presente o fantasma dos incêndios que devastaram o concelho de Nisa em 2003. “Felizmente as coisas já estão organizadas de outra maneira, a mentalidade das populações também já mudou e tudo isso contribuiu para que isto ficasse reduzido ao mínimo.”

“Felizmente o dispositivo hoje responde com outros padrões de organização e os esforços que têm vindo a ser feitos estão a dar resultados”, concordou Belo Costa, revelando que no mesmo sábado outros dois incêndios deflagraram no distrito e foram combatidos com eficácia. Ainda assim, este responsável lembrou que “a melhor forma de combater os incêndios é evitá-los” e destacou a importância da autoprotecção dos aglomerados, nomeadamente o cumprimento da legislação que obriga os proprietários à limpeza dos terrenos.

fonte: Jornal de Nisa

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por Diário de um Bombeiro às 11:34



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