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Bombeiros Sapadores de Lisboa não podem tomar banho no quartel (Alexandre Afonso)
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Uma fuga de gás está na origem do corte do combustível nas instalações do Regimento de Sapadores Bombeiros de Lisboa da Avenida Defensores de Chaves. Um comunicado do Sindicato de Trabalhadores do Município de Lisboa dá conta do facto de seis dezenas de bombeiros estarem há uma semana impedidos de fazer as suas refeições e de tomarem banho neste quartel, situação que os dirigentes sindicais consideram "muito grave".
"Estes profissionais que não podem efectuar a sua higiene pessoal põem assim em risco a sua saúde e a saúde de terceiros, pois estes elementos que combatem um fogo serão os mesmos que, de seguida, sem efectuar a sua higiene pessoal, vão efectuar outro tipo de socorro, todos sujos e a cheirar mal", refere o mesmo comunicado.
"As pessoas até se afastam dos bombeiros, por causa do cheiro que deles emana", confirma o dirigente sindical António Pascoal. Já o vereador responsável pelo regimento de sapadores, Manuel Brito, desvaloriza a questão.
Sublinhando que o problema "não tem dignidade para ser tratado nem na imprensa nem no âmbito sindical", o autarca garante que "a avaria já está a ser reparada". Manuel Brito defende que o assunto não tem qualquer gravidade: "Grave era se lhes tivesse sido cortada a água. Os homens andam a tomar banho nas instalações que o regimento tem na Graça."
António Pascoal sublinha que à degradação do quartel da Avenida Defensores de Chaves, em cuja área de influência se situam os hospitais de São José, Capuchos, Estefânia e Maternidade Alfredo da Costa, se junta a falta de condições de trabalho no regimento, nomeadamente no que aos fatos de combate a incêndios diz respeito.
Centena e meia de homens que terminaram o seu estágio em Novembro "estão neste momento ao serviço com casacos de fogo que têm perto de 20 anos de uso", critica o sindicalista. "O meu próprio equipamento já tem 17 anos", exemplifica António Pascoal.
Fonte: Público