O presidente da Câmara da Póvoa de Varzim, Macedo Vieira, classificou hoje de “dramática” a situação dos Bombeiros Voluntários locais, por causa das dívidas dos hospitais, mas sublinhou que “o panorama é igual em todo o país”.
“Estado não tem dinheiro, essa é que a é a realidade nua e crua. O país andou a gastar à toa e agora vamos ter de sofrer durante vários anos”, disse, à Lusa, o autarca.
O presidente dos Bombeiros Voluntários da Póvoa alertou hoje para o “sufoco” em que a corporação vive, por causa das dívidas dos hospitais, relacionadas com o transportes de doentes, que ascendem a 150 mil euros.
Segundo Rui Coelho, os hospitais dizem que não podem pagar “porque o Estado também não lhes paga”, num “ciclo vicioso” que pode deixar os bombeiros sem dinheiro para pagar os salários de setembro ou para o gasóleo.
“É uma situação dramática, mas, infelizmente, o panorama é igual em todo o país. A Câmara, por exemplo, está à espera há mais de um ano que o Instituto do Turismo lhe pague um milhão de euros e tem 400 mil euros para receber do Ministério da Educação”, criticou Macedo Vieira.
A Lusa também contactou a Administração Regional de Saúde do Norte, que admitiu ter “alguns pagamentos em atraso” aos hospitais.
“Estamos a liquidar essas dívidas, não da forma que quereríamos, mas da forma como podemos”, sublinhou.
Fonte do Centro Hospitalar da Póvoa de Varzim/Vila do Conde admitiu que 'houve um certo período, durante a fase de transição do Governo, em que não foram feitos pagamentos', mas ressalvou que a unidade tem 'o cuidado estratégico' de ir pagando a algumas instituições, entre as quais os bombeiros.
O presidente dos Bombeiros Voluntários da Póvoa de Varzim alerta que esta situação pode pôr em causa o socorro às populações.
“Sem gasóleo, as viaturas não andam”, referiu.
fonte: Correio do Minho