O Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) apresentou, esta quinta-feira, no âmbito da 15.ª Conferência Mundial de Engenharia Sísmica, o segundo seminário web preparatório subordinado ao tema «Terramotos e Megacidades: para quando o próximo em Lisboa?»
Os curiosos que se dirigiram ao LNEC para obter uma resposta não concretizaram o objetivo a que se propuseram. É que segundo o engenheiro Rogério Bairrão, um dos membros da Direção da Sociedade Portuguesa de Engenharia Sísmica, «não há previsão possível nesta matéria».
A sessão, que colocou dois cientistas em direto do México e Estados Unidos, via vídeo-conferência, serviu ainda para promover a Conferência Mundial de Emergência Sísmica, a realizar em Lisboa, no mês de setembro.
«Esta conferência acontece de quatro em quatro anos e raramente acontece na Europa, portanto, este acontecimento traduz-se num grande reconhecimento no trabalho que está a ser desenvolvido ao nível da ciência sísmica no nosso país. Iremos receber os mais experientes cientistas da engenharia sísmica e os números já associados ao evento confirmam que será um êxito», adiantou Rogério Bairrão a A BOLA.
E acrescentou:
- Para o público no geral, o ideal será dizer que este evento está para as ciências sísmicas assim como a realização do Mundial está para o futebol. [risos]
Para Rogério Bairrão, mais do que se conseguir precisar uma data para um sismo na capital lisboeta – o de 1755 provocou danos catastróficos -, o importante será alertar a população para as questões de segurança, apelando simultaneamente que se comece a optar cada vez mais por construções antissísmicas.
«É óbvio que, de acordo com a história, existe a probabilidade de um sismo violento em Lisboa. Quando? É difícil de prever, pelo que o melhor que podemos fazer é sermos previdentes. As principais estruturas da capital são inspecionadas pelo Estado, mas não existe um gabinete de fiscalização, o que torna todos os casos de má construção em casos de polícia», informou o engenheiro.
Por fim, e ainda segundo Rogério Bairrão, já se assistiu a uma evolução na construção e na regulamentação destas medidas, em território nacional, contudo, ainda existem algumas zonas do país, nomeadamente no centro da cidade de Lisboa, em sério risco de colapsar em caso de um sismo de forte intensidade.