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FOTO: Reuters |
Dezenas de mortos, localidades inteiras submersas, um milhão de pessoas forçadas a abandonar as suas casas, oito milhões de casas sem electricidade e 20 mil milhões de dólares de prejuízos.
Este é o balanço - ainda provisório - da supertempestade ‘Sandy', que ontem semeou a destruição ao longo da costa leste dos EUA. "A devastação é muito difícil de imaginar", afirmou o governador de Nova Jérsia, Chris Christie.
Apesar de ter perdido a classificação de furacão mesmo antes de tocar terra, na segunda-feira à noite, a tempestade abateu-se sobre a zona costeira de Atlantic City, Nova Jérsia, com fúria devastadora, causando enormes inundações e arrastando embarcações centenas de metros terra dentro.
Em Manhattan, Nova Iorque, as inundações ultrapassaram as piores previsões, chegando a atingir um pico de 4,2 metros de altura, esmagando o anterior recorde de três metros registado em 1960.
Em cenas nunca antes vistas na cidade, a água do mar inundou túneis e estações do metro, arrastou viaturas e derrubou fachadas de edifícios. Em Breezy Point, Queens, a tempestade derrubou linhas de alta tensão, causando um gigantesco incêndio que, não obstante a chuva torrencial, destruiu mais de 80 casas.
Durante toda a noite, as equipas de socorro não pararam. Em Moonachie, Little Ferry e Carlastadt, três pequenas localidades na costa norte de Nova Jérsia, os bombeiros resgataram mais de 3 mil pessoas encurraladas nos telhados das suas casas após a subida repentina das águas.
Mais de 8 milhões de casas estavam sem electricidade ao longo de toda a costa leste, situação que poderá prolongar-se por vários dias. De igual modo, serão necessários vários dias para retomar a circulação no metro de Nova Iorque, que enfrenta o pior desastre em mais de um século de história.
RECUPERAÇÃO VAI DEMORAR
O presidente da câmara de Nova Iorque, Michael Bloomberg, apelou à paciência, afirmando que os trabalhos de limpeza "vão demorar". A prioridade é a reparação da rede eléctrica. Ao passo que o metro deverá ficar parado quatro ou cinco dias, os autocarros começaram já a circular, embora de forma limitada, e a Bolsa reabre hoje, mas as escolas e grande parte do comércio permanecem fechados.
PORTUGUESES ASSUSTADOS MAS A SALVO
A comunidade portuguesa nos EUA preparou-se, com todos os cuidados, para a chegada do furacão ‘Sandy'. "Vivo em Kearney, Newark, e aqui, como em localidades vizinhas, houve inundações e bastantes árvores arrancadas", afirmou ao CM Fernando Costa, de 52 anos, proprietário de uma oficina. "Tive receio. Dormi mal. Entre as 20h00 e as 02h00 da manhã houve ventos muito fortes e chuvas torrenciais. Estamos sem luz. Estou a tentar pôr o gerador a funcionar", acrescentou.
Carlos Costa, de 40 anos, Nova Iorque, também se preparou e garantiu ter estado tranquilo. "Creio em Jesus. Fiz as minhas orações. É Deus quem nos protege", referiu.
por Ricardo Ramos com agências
fonte: CM