
Gaitas de foles da Polícia e dos bombeiros de Nova Iorque abriram a cerimónia alusiva aos dez anos dos ataques terroristas às Torres Gémeas. O mesmo som que se ouviu nos funerais há uma década. Familiares reavivaram memórias e choraram a sua perda.
Junto ao Memorial Nacional ao 11 de Setembro reuniram-se milhares de pessoas. Trouxeram flores, bandeiras americanas, balões em forma de coração e T-shirts com fotografias dos familiares mortos nos atentados. "Nunca esqueceremos", lia-se em cartazes.
Houve quatro momentos de silêncio, na hora em que as Torres foram atingidas (8.46 horas e 9.03 horas, mais cinco horas em Portugal continental), em que um avião embateu no Pentágono (9.37 horas) e quando outro caiu na Pensilvânia (10.03 horas).
Obama tomou a palavra para ler o Salmo 46 da Bíblia, que invoca a presença de Deus como inspiração para superar o sofrimento. "Deus é nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente na angústia", disse. Em seguida, George W. Bush, presidente em funções em 2001, evocou uma carta escrita pelo presidente Abraham Lincoln a uma mãe que perdeu cinco filhos na Guerra Civil. "Lincoln não só percebeu a dor de alma do seu país, também percebeu o custo do sacrifício e esforçou-se por consolar aqueles que sofriam", declarou.
No local, há árvores que simbolizam esperança e renovação. E duas enormes piscinas ocupam as bases onde outrora se ergueram as Torres Gémeas. A água escorre em cascata para um buraco central que representa o vazio que nunca será preenchido.
Pais, irmãos, maridos e esposas, ali procuraram os nomes dos entes queridos inscritos em placas de bronze em redor das piscinas. Deixaram flores, fotografias, capacetes de bombeiro. Ou apenas passaram os dedos pela inscrição. Todos os 2983 nomes foram lidos (incluindo seis do ataque de 1993). Um a um, ao toque de um sino.
fonte: JN