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diariobombeiro



Quinta-feira, 12.01.12

É com Muito Pesar que a Administração do DB Informa:

Bombeiros de Portugal novamente de Luto!!...

É com muito pesar, que, a Administração do DB Informa que hoje, dia 12 de Janeiro de 2012, às 8H30, faleceu vitima de Ataque Cardiaco...
o nosso Grande Amigo...
Grande Camarada...
Grande Chefe!...
Administrador do DB...

Chefe António Richau, do Quadro de Honra do CB de Belas!

Os Bombeiros de Portugal ficam assim mais Pobres!!

"A morte não é nada para nós, pois, quando existimos, não existe a morte, e quando existe a morte, não existimos mais..."
 Vamos prestar Aqui, a nossa singela Homenagem!

Ser Bombeiro...

Descer a montanha do bem-estar,
Conviver com a angústia e com a dor,
Enfrentar a terra e as ondas do mar,
Fazer tudo, mas tudo com AMOR.
Uma farda que não dá poder,
Um machado ao serviço da PAZ,
Um sentimento de vida e de querer,
É a vontade de se ser capaz.
Um obrigado ao filho ou à esposa,
À mãe e também ao pai,
Porque espera uma pessoa idosa,
Porque nos dilacera um “AI”.
O sangue que no chão se derrama,
Os gritos que a dor não deixa ouvir,
O combate à destruidora e infernal chama,
São o verdadeiro eco de um fraterno sentir.
Deixar tudo por cada homem que chora,
Deixar tudo por cada ser que agoniza,
Contrariar o desespero em cada hora,
Dar aos outros a própria camisa.
O risco é duro e permanente,
As horas não tem minuto nem segundo,
O desafio é louco mas consciente,
O BOMBEIRO é uma presa do mundo.
Por entre Línguas de Fogo
Enfrenta o violento crepitar da labareda,
Liberta-se do fumo sufocante,
Agarra com determinação a agulheta,
Esquece-se de si em cada instante.
Revela-se inconsciente e irresponsável,
Tem família e dela se esqueceu,
Defende um bem que não lhe pertence,
Procura a vida e ninguém o entendeu.
O infortúnio chega sempre antes dele,
É confrontado com a incompreensão,
O egoísmo é rastilho incandescente,
E nem por isso ele sente a solidão.
Exausto, cai por terra,
O fotógrafo registou o cansaço,
O jornal disse que virou as costas à luta,
Mas a sua vontade é de aço.
Ele não quer notoriedade,
Ele rejeita protagonismo,
Ele quer combater para salvar,
Porque sabe dizer ALTROISMO.
O seu rosto ficou negro como carvão,
O suor escavou sulcos no seu rosto inteiro,
Esconde as lágrimas de alguma desilusão,
Porque é HOMEM e também é BOMBEIRO.

Descansa em Paz Grande Chefe, Amigo e Confidente...
Que em muito me ajudaste... que conselhos sábios me deste!!...
Isso Jamais se Esquecerá...

Adeus,
                Até um dia...
Marco António Francisco

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por Diário de um Bombeiro às 11:53


16 comentários

De Marco Francisco a 12.01.2012 às 12:41

"A morte não é nada para nós, pois, quando existimos, não existe a morte, e quando existe a morte, não existimos mais..."

Descansa em Paz Grande Chefe, Amigo e Confidente...
Muito me ajudaste... Conselhos sábios que me deste!!...

Descansa em Paz!!
Até sempre...

De Micro_fz a 12.01.2012 às 12:45

Há horas em nossa vida que somos tomados por uma enorme sensação de inutilidade, de vazio. Questionamos o porquê de nossa existência e nada parece fazer sentido. Concentramos nossa atenção no lado mais cruel da vida, aquele que é implacável e a todos afeta indistintamente: As perdas do ser humano.


Estamos crescendo. Nascer, crescer, adolescer, amadurecer, envelhecer, morrer.

Vamos perdendo aos poucos alguns direitos e conquistando outros. Perdemos o direito de poder chorar bem alto, aos gritos mesmo, quando algo nos é tomado contra a vontade. Perdemos o direito de dizer absolutamente tudo que nos passa pela cabeça sem medo de causar melindres. Assim, se nossa tia às vezes nos parece gorda tememos dizer-lhe isso.

Receamos dar risadas escandalosamente da bermuda ridícula do vizinho ou puxar as pelanquinhas do braço da vó com a maior naturalidade do mundo e ainda falar bem alto sobre o assunto. Estamos crescidos e nos ensinam que não devemos ser tão sinceros. E aprendemos. E vamos adolescendo, ganhamos peso, ganhamos, seios, ganhamos pelos, ganhamos altura, ganhamos o mundo.

Neste ponto, vivemos em grande conflito. O mundo todo nos parece inadequado aos nossos sonhos ah! os sonhos!!! Ganhamos muitos sonhos. Sonhamos dormindo, sonhamos acordados, sonhamos o tempo todo.

Aí, de repente, caímos na real! Estamos amadurecendo, todos nos admiram. Tornamo-nos equilibrados, contidos, ponderados. Perdemos a espontaneidade. Passamos a utilizar o raciocínio, a razão acima de tudo. Mas não é justamente essa a condição que nos coloca acima (?) dos outros animais? A racionalidade, a capacidade de organizar nossas ações de modo lógico e racionalmente planejado?

E continuamos amadurecendo, ganhamos um carro novo, um companheiro, ganhamos um diploma. E desgraçadamente perdemos o direito de gargalhar, de andar descalço, tomar banho de chuva, lamber os dedos e soltar pum sem querer.

Mas perdemos peso!!! Já não pulamos mais no pescoço de quem amamos e tascamos-lhe aquele beijo estalado, mas apertamos as mãos de todos, ganhamos novos amigos, ganhamos um bom salário, ganhamos reconhecimento, honrarias, títulos honorários e a chave da cidade. E assim, vamos ganhando tempo, enquanto envelhecemos.

De repente percebemos que ganhamos algumas rugas, algumas dores nas costas (ou nas pernas), ganhamos celulite, estrias, ganhamos peso. e perdemos cabelos. Nos damos conta que perdemos também o brilho no olhar, esquecemos os nossos sonhos, deixamos de sorrir. perdemos a esperança. Estamos envelhecendo.

Não podemos deixar pra fazer algo quando estivermos morrendo. Afinal, quem nos garante que haverá mesmo um renascer, exceto aquele que se faz em vida, pelo perdão a si próprio, pelo compreender que as perdas fazem parte, mas que apesar delas, o sol continua brilhando e felizmente chove de vez em quando, que a primavera sempre chega após o inverno, que necessita do outono que o antecede.

Que a gente cresça e não envelheça simplesmente. Que tenhamos dores nas costas e alguém que as massageie. Que tenhamos rugas e boas lembranças. Que tenhamos juízo mas mantenhamos o bom humor e um pouco de ousadia. Que sejamos racionais, mas lutemos por nossos sonhos. E, principalmente, que não digamos apenas eu te amo, mas ajamos de modo que aqueles a quem amamos, sintam-se amados mais do que saibam-se amados.

Afinal, o que é o tempo?
Não é nada em relação a nossa grande missão.
E que missão! Fique em Paz!

António Richau

De Rui Bifes a 12.01.2012 às 12:49

Eterna saudade amigo....

O que é um Bombeiro?

Um Bombeiro é o vizinho do lado, um homem com a memória de um rapazinho que brincando com carrinhos e bonecos, nunca superou a excitação dos motores, das sirenes e do perigo.
É um tipo como tu e eu, com rugas, preocupações e sonhos não realizados.
No entanto, está mais alto do que a maior parte de todos nós. Ele é o Bombeiro!
Põe tudo no limite quando a sirene toca, o emprego, a família, os bens mais amados…
Ele como Bombeiro é, ao mesmo tempo, o mais afortunado e o menos afortunado dos homens…
É um homem que salva vidas porque já viu demasiadas mortes…
É um homem amável porque viu o poder imponente da violência fora de controlo…
Ele é sensível ao riso de uma criança porque nos seus braços já segurou demasiados corpos pequenos que nunca mais rirão…
É um homem que aprecia os prazeres simples da vida, café quente seguro por dedos inflexíveis e dormentes, uma cama quente para descansar o corpo exausto, a camaradagem de homens valentes, a paz divina e o serviço desinteressado de um trabalho bem feito em nome de todos os homens…
Ele não acena a bandeiras, a políticas, nem grita obscenidades, vive simplesmente para servir A BEM DA HUMANIDADE…
Quando marcha fá-lo com orgulho…
Mas muitas vezes marcha com os olhos encharcados em lágrimas, porque fá-lo em honra de um camarada falecido…
Ele não prega a fraternidade do homem...

ELE VIVE-A!!!

Até sempre Amigo Richau....

Rui Bifes
Chefe

De Ema a 12.01.2012 às 12:53

Chefe, sempre o admirei pela sua experiencia de vida, por toda a sua sabedoria... Nunca sabemos o dia de amanha, nunca sabemos onde vamos estar, mas tenho a certeza de que o António vai estar sempre conosco tal como todos os colegas e amigos e familiares que temos vindo a perder ao longo da nossa vida...
Até sempre Chefe Antonio Richau...

De Anónimo a 12.01.2012 às 12:55

Os Bombeiros Antigos estão a ir para outro TO como alguém dizia, mas nunca nos podemos esquecer as coisas boas que disseram fizeram e ensinaram, mais um Anjo no céu vai olhar por todos nós Bombeiros durante a nossa passagem aqui na terra ...
Até sempre Chefe António Richau

De casimiro pedro a 12.01.2012 às 14:12

um grande bem haja a este homem de H bem grande estaras sempre conosco e jamais seras esquecido,até breve amigo um abraço

De Fogueiras a 12.01.2012 às 14:15

Grande Chefe António Richau "Um Grande Soldado da Paz na Terra convertido em Anjo da Guarda no Céu!!!"
Até Sempre

De Daniel Saraiva a 12.01.2012 às 14:52

Que tudo o que fizeste pela Família do Bombeiros te seja recompensado desse lado.
Um grande bem haja e até sempre.
Daniel Saraiva

De Micro_fz a 12.01.2012 às 15:38

É triste dizer adeus, mas às vezes é necessário. Não podemos prender a nós definitivamente as pessoas que amamos para suprir nossa necessidade de afeto. O amor que ama, aprende a libertar.

Procuramos ganhar tempo para tudo na vida. Mas a vida, quando chega no próprio limite, despede-se e é esse último adeus que é difícil de compreender e, mais ainda, aceitar.

Possuímos um conceito errado do amor. Amar seria, no seu total significado, colocar a felicidade do outro acima de tudo, mas na realidade é a nossa felicidade que levamos em consideração. Queremos os que amamos perto de nós porque isso nos completa, nos deixa bem e seguros. E aceitar que nos deixem é a mais difícil de todas as coisas.

Não dizemos sempre que queremos partir antes de todos os que amamos? Isso é para evitar nosso próprio sofrimento, nossa própria desolação. É o amor na sua forma egoísta.

Aceitar um adeus definitivo é uma luta. Se as perdas acontecem cedo demais ou de forma inesperada, o sentimento de desamparo é muito maior e a dor mais prolongada. É o incompreensível casando-se com o inaceitável e o tudo rasgando a alma. Essas dores poderão se acalmar, mas nunca se apagarão.

Mas quando a vida chega ao final depois de primaveras e primaveras e outonos e mais outonos, nada mais justo que o repouso e aceitar a partida é uma forma de dizer ao outro que o amamos, apesar da falta que vai fazer.

Não podemos prender as pessoas a nós para ter a oportunidade de dizer tudo o que queremos ou fazer tudo o que podemos por elas. De qualquer forma, depois que se forem, sempre nos perguntaremos se não poderíamos ter dito ou feito algo mais. Mas essas questões são inúteis.

O amor que ama integralmente não quer ver o outro sofrer e ele abre mão dos próprios sentimentos para que o destino se cumpra, para que a vida siga seu curso.

As dores do adeus são as mais profundas de todas. Mas elas também amenizam-se com o tempo e um dia, sem culpa, voltamos a sorrir, voltamos a abrir a janela e descobrimos novamente o arco-íris da vida.

Depois da tempestade descobrimos um dia novo e o sol brilha de maneira diferente. E talvez seja assim que aprendemos a dar valor à vida, aos que nos cercam; aprendemos a viver de forma a não ter arrependimentos depois e aproveitar ainda mais cada segundo vivido em companhia daqueles que nosso coração ama.

Para ti grande amigo Richau

De Micro_fz a 12.01.2012 às 17:02

Como a vida é delicada, frágil!... os segundos que se substituem não se repetem e o instante que vem pode transformar toda uma história em pedaços de lágrimas, onde o chão parece desaparecer sob os pés e o coração fica tão dolorido que parece que nunca vai encontrar remédio para curar-se.

Ninguém gosta de falar sobre perdas, alguns evitam até pensar, mas todos temos que, um dia ou outro, enfrentar.

Quando pensamos na vida, não queremos pensar nas possibilidades das perdas, que nos fazem sofrer antecipada e inutilmente.

Mas se a vida é um caminho onde subimos e descemos, é também um campo onde plantamos, colhemos e onde certas flores são carregadas tão repentinamente que nos pegam desprevenidos. E quando isso acontece, que fazer mais que abraçar a dor e esperar que os dias seguintes nos façam acordar desse pedadelo?

Viver o luto é aceitar a dor e a partida e aprender a continuar a viver. Talvez seja justamente isso o mais difícil: viver depois, reencontrar a alegria, o gosto, reaprender a olhar o belo e desejá-lo.

Algumas pessoas desenvolvem um sentimento de culpabilidade em aceitar novamente o presente da vida, o sorriso e o recomeçar. Elas sentem como se estivessem traindo quem se foi, porque devem continuar.

Ora, o amor não diminui ou não fica diferente porque aprendemos a viver sem os que se foram. O espaço conquistado no nosso coração pelos que nos amaram e os que amamos ficará definitivamente marcado. Porém, isso não pode e não deve impedir ninguém de viver.

É preciso aprender a viver com e apesar de. É preciso aprender a viver com a dor, com a falta, com a saudade e apesar do adeus. E é preciso se reconstruir.

Completar o luto é aceitar que a última página de uma história tenha sido definitivamente virada, que aquele livro se encerrou, mas que a vida para quem fica continua.

A vida é uma dádiva do céu, que continua azul e infinito e onde as estrelas continuam a brilhar, mesmo na mais negra escuridão.

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