As temperaturas são normais para a época mas exigem cuidados especiais
Perante as previsões meteorológicas que apontam para uma descida da temperatura nos próximos dias, o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) emitiu um alerta com alguns conselhos, nos quais realça a especial atenção que deve ser tida com crianças e idosos.
De acordo com o INEM, permanecer em casa é uma boa opção, mas os acidentes domésticos também apresentam riscos. “Quando somos forçados a utilizar aquecedores e lareiras para nos mantermos quentes o risco de incêndio aumenta, bem como o de intoxicação por monóxido de carbono. A exposição a baixas temperaturas, no interior e no exterior, podem causar riscos sérios ou letais para a saúde”, alerta o
INEM numa nota publicada no seu site.
Em relação às emergências médicas relacionadas com o frio, o INEM destaca a hipotermia, já que “quando exposto a baixas temperaturas, o corpo perde calor mais depressa do que o que consegue produzir”. O que em situações extremas afecta o cérebro e impede que a pessoa se aperceba da situação.
“São geralmente vítimas de hipotermia: Idosos com fraca alimentação, roupa ou aquecimento; bebés que dormem em quartos frios; pessoas que permanecem por períodos prolongados no exterior, sem abrigo, montanhistas, caçadores etc.; consumidores de álcool ou drogas”. Tremores, exaustão, confusão, perda de memória, sonolência e pele muito vermelha são alguns dos sinais de alerta. Nestes casos o INEM recomenda a procura de ajuda médica e que se tente aquecer a vítima e retirar-lhe eventual roupa molhada, dando também bebidas quentes não alcoólicas.
As queimaduras causadas pelo frio são outra preocupação destacada pelo INEM, explicando que são “lesões causadas por congelação, que condicionam perda de sensibilidade e de cor nas zonas afectadas. Estas queimaduras atingem mais frequentemente o nariz, orelhas, bochechas, queixo, dedos das mãos e dos pés. O risco de queimaduras aumenta nas pessoas com insuficiência vascular e em pessoas vestidas desadequadamente para temperaturas frias”.
Também a
Direcção-Geral da Saúde (DGS) alertou que “a exposição a períodos de frio intenso, particularmente durante vários dias consecutivos, pode ser responsável por efeitos nefastos na saúde, nomeadamente hipotermia, ulcerações e enregelamento”. Segundo a DGS, “em situações de frio intenso são produzidas alterações no organismo que facilitam o aparecimento de doenças como a gripe, a pneumonia, a bronquite e o agravamento das doenças crónicas, nomeadamente, das cardíacas e das respiratórias”.
No que diz respeito a previsões, o meteorologista Ricardo Tavares disse já nesta sexta-feira que as temperaturas mínimas vão descer, mas não tanto como chegou a ser previsto. O meteorologista do Instituto Português do Mar e da Atmosfera adiantou à Lusa que também não vamos estar perante uma onde de frio, já que tal conceito só se aplica quando se registam temperaturas abaixo dos valores da média para a época durante mais de cinco dias seguidos.
“Serão valores na ordem dos dois graus negativos nas regiões do interior norte e centro, 4 para o Porto e em Lisboa 9”, disse. Ricardo Tavares referiu que Portugal Continental vai estar a partir de sábado sob a influência de uma massa de ar frio que se vai reflectir nas descidas das temperaturas.