Barreiro, Setúbal, 28 mai (Lusa) -- As duas corporações de bombeiros do concelho do Barreiro, Salvação Pública e Sul e Sueste, exigiram hoje uma maior fatia das verbas disponíveis, referindo que o que recebem do poder central e local representa apenas 20 por cento do orçamento.
O Comandante dos Bombeiros Voluntários Sul e Sueste, António Reis, lembrou que os momentos são difíceis e pediu mais sensibilidade das autoridades centrais e locais para fazer face às necessidades e para o investimento necessário em material e viaturas.
"É preciso que uma maior fatia das verbas disponíveis seja para os bombeiros e não para entidades pouco operacionais que canalizam parte das verbas. Recebemos do poder central e local cerca de 20 por cento do nosso orçamento, por isso não se pode dizer que somos pagos pelo Estado", salientou.
O comandante falava durante a cerimónia de condecoração de bombeiros com dez, 15 e 25 anos de serviço, que decorreu hoje, no Dia Municipal do Bombeiro.
O comandante da Corporação do Bombeiros de Salvação Pública, José Figueiredo, concordou com as palavras do seu colega e lembrou os sacrifícios pessoais feitos pelos bombeiros.
"Este é do Dia Municipal do Bombeiro, mas devia ser também das famílias, pois é a elas que roubamos o tempo e lembro que os bombeiros têm um nível de divórcios muito grande", referiu.
O comandante salientou também que é cada vez mais difícil que as pessoas se dediquem aos bombeiros voluntários, pois têm o tempo "quase todo ocupado muitas vezes com segundos empregos", sendo necessário "estimar os poucos que têm".
O presidente da Câmara do Barreiro, Carlos Humberto, agradeceu o empenho dos bombeiros em defesa da população e lembrou as dificuldades que o país atravessa.
"As dificuldades não se resolvem com promessas ou a dizer aquilo que se fez, porque a verdadeira realidade é muito dura. Hoje temos que encontrar soluções criativas, de modo a fazer o mesmo, ou mais, com menos recursos", concluiu.
AYL