Surgiu na imprensa portuguesa uma polémica sobre a (má) formação dos Bombeiros Voluntários em Portugal.
Na sequência desta notícia, vários foram os comentários, mas o mais surpreendente para mim foi o do sr. Jaime Soares, presidente da Liga de Bombeiros de Portugal onde - e passo a citar -
"Não acredito que haja essas situações. Mas quem fez essa afirmação deve, no mínimo, ser responsabilizado para as provar com provas concretas e muito rapidamente".
Ora estas declarações apenas vêm confirmar o que há muito se pensava: este senhor nunca saiu à rua e nem sequer conhece o quotidiano de uma corporação de bombeiros voluntários.
Na realidade, os bombeiros não têm formação suficiente, é uma verdade, que todos aqueles que por lá passaram, conhecem infelizmente, falta de meios, falta de disponibilidades, vários são os motivos, mas acima de tudo o sistema de voluntariado está ultrapassado nos dias de hoje e não se pode exigir que todos aqueles que investem numa causa nobre e que dão muito em prol dos outros sem nada pedir em troca sejam profissionais.
Os métodos de socorrismo e transporte de doentes devem ser revistos e adaptados à realidade, nas pequenas associações; longe dos centros urbanos, não é sempre possível ter à disposição um ou vários indivíduos com formação de socorrista. Na grande maioria dos transportes de ambulância dá-se prioridade à rapidez de intervenção, faz-se o melhor que se pode para chegar o mais rápido possível aos Centros de Saúde ou hospitais, foi assim que sempre funcionou pois o bombeiro está sempre desarmado face às dificuldades encontradas.
Mais grave é ainda o sentido de abandono das diferentes associações que há anos andam a dar o alerta para estas situações. As autoridades competentes nada fazem - bem à maneira portuguesa - enquanto não houver males maiores.
Sou filho de bombeiro, fui bombeiro e sempre tive essa sensação de que aqueles que querem ajudar não o podem fazer, pois haverá sempre alguém para criticar, pois serão incapazes de fazer melhor.