Terça-feira, 26.03.13
Portugal, durante décadas, assumiu-se como um país de emigrantes, mais, recentemente, acolheu muitos imigrantes e, agora, mercê de uma crise difícil de enfrentar, volta a enviar para fora das suas fronteiras muitos homens e mulheres das mais diferentes faixas etárias, condição social e formação académica.
Emigrar nos tempos que correm deixou de ser uma alternativa e já é a única opção para milhares de portugueses.
O fenómeno é transversal e, assim sendo, também se começa a fazer sentir nos quartéis dos bombeiros de Portugal que nos últimos meses viram partir muitos dos seus voluntários, operacionais válidos, cumpridores, devidamente preparados, que tanta falta fazem no socorro e proteção das populações.
Comandos e direções de Norte a Sul do país analisam com preocupação esta situação que, em algumas associações, já está a criar constrangimentos.
Em Braga, Vila Viçosa, Pinhal Novo e até em Lisboa a emigração está causar perdas que, se creem, irrecuperáveis.
Num destes dias, um comandante de um corpo de bombeiros do distrito de Setúbal dava conta da saída do seu quartel de uma dezena de voluntários, em apenas poucas semanas, lamentando que a conjuntura não permita “segurar” estes operacionais, dar-lhes a oportunidade de escolher entre ficar na terra natal ou zarpar para outras paragens à procura de sustento… de uma vida.
Mesmo com todas as dificuldades, as associações humanitárias e corpos de bombeiros vão tentando contrariar a crise, dando emprego a muitos homens e mulheres, apenas aos indispensáveis, bem menos do que seria realmente necessário. Nesta ordem de ideias importa talvez relembrar que os voluntários ainda asseguram o funcionamento de quartéis, nomeadamente à noite e aos fins de semana.
Poderá o nosso país, o seu povo, suportar o deficit de voluntariado?
Será que este território tem um “plano b” para mitigar os efeitos do êxodo de portugueses abnegados, prontos a dar vida pelos outros, determinados a proteger e a salvar pessoas?
por Sofia Ribeiro / Jornal BP
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por Diário de um Bombeiro às 20:50
Terça-feira, 26.03.13
“A Mudança Climática e o Risco Potencial dos
Grandes Incêndios Florestais. Estamos preparados?”
14-15-16 MAIO 2013
VILA NOVA DE CERVEIRA
O Alto Minho prepara-se para receber, muito brevemente, um ciclo de conferências inédito em Portugal, ao qual deu-se o nome de “FIRECAMP” - recorrendo-se ao conceito americano (EUA) para fazer alusão ao centro nevrálgico de decisão dos grandes incêndios florestais, onde se reúnem todos os recursos para o combate.
A CIM Alto Minho estruturou esta iniciativa de âmbito ibérico para analisar e discutir o problema do risco potencial dos incêndios florestais e em particular, dos Grandes Incêndios Florestais (GIF) que, ano após ano, devoram milhares de hectares de floresta da Península Ibérica.
Esta acção de sensibilização no âmbito da operação PROTEC|GEORISK cofinanciada pelo ON.2 - O Novo Norte, orientada para a prevenção e combate aos incêndios florestais, contará com a presença de ilustres investigadores, especialistas e responsáveis por unidades operacionais de combate, conceituados internacionalmente.
Uma iniciativa, deste âmbito, nunca antes realizada em Portugal, pensada para técnicos, combatentes, responsáveis da administração com competências na defesa da floresta contra incêndios (DFCI), agentes da protecção civil, conta com um rico programa de elevado valor técnico que estará brevemente disponível.
por Gabinetes Técnicos Florestais do Alto Minho
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por Diário de um Bombeiro às 20:44
Terça-feira, 26.03.13

A equipa que nos últimos quatro anos dirigiu os destinos dos bombeiros de Lagares da Beira acaba de vir a público rejeitar as “especulações e suspeições”...
... relativas à sua atuação, garantindo já ter herdado um “valor de dívida muito elevado” da anterior direção.
Responsável pela gestão da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Lagares da Beira (AHBVLB) no período entre dezembro de 2008 e o mesmo mês de 2012, a equipa dirigida por José Pina demarca-se de responsabilidades no que à débil situação financeira daquela estrutura diz respeito.
Em causa está uma situação de pré rutura financeira da Associação que se vê a braços com dívidas a fornecedores que ascendem os 70 mil Euros e que já obrigou a Câmara Municipal a aprovar um resgate financeiro destinado à Associação Humanitária que, para além da dívida, se vê a braços com um défice mensal na ordem dos 3.500 Euros. Uma situação para a qual a direção cessante garante não ter contribuído, assegurando inclusivamente ter herdado um “valor de dívida muito elevado” da direção que lhe precedeu. “Em dezembro de 2008, a situação financeira da Associação era muito preocupante”, revela a equipa de José Pina em comunicado enviado ao correiodabeiraserra.com, dando conta do princípio que sempre norteou a sua atuação de não divulgar o valor da dívida, nem de criticar ou colocar em causa o trabalho das direções anteriores a 2008.
Em concreto a direção cessante refere a dívida relativa ao fornecimento de combustíveis que em dezembro de 2008 “era de cerca de 47 mil Euros, tendo também sido encontradas penhoras de elevado valor, nomeadamente na área das telecomunicações”. Situações que “transitaram de anteriores mandatos do atual presidente da direção” e que a equipa cessante assumiu com o objetivo principal de “equilibrar as contas da Associação”.
“Um trabalho intenso e sério” - refere em comunicado – que a direção levou a cabo por via de apoios conseguidos junto do município, secretaria de Estado da Proteção Civil e outros, e que lhe possibilitou cumprir “com todos os compromissos financeiros” e “ainda diminuir o elevado valor da dívida encontrado em 2008”. Garantindo ter apresentado todas as contas da corporação à data da sua saída, a direção cessante estranha que só agora a nova direção venha a público com “reparos e comentários”. Em causa estão recentes declarações prestadas pelo atual presidente da direção a propósito de uma “gestão pouco cuidada” dos destinos da AHBVLB nos últimos quatro anos e que a anterior equipa diretiva assegura não terem “qualquer fundamento”, já que todas as decisões tomadas no decorrer dos dois mandato foram aprovadas nos órgãos próprios e constam dos livros de atas. Uma prática que, assegura a direção cessante não foi assegurada pelas direções que lhe precederam, desconhecendo-se “até hoje” o paradeiro dos livros de atas de mandatos anteriores.
“A direção cessante sempre primou pela defesa dos interesses dos bombeiros”, refere ainda o comunicado,onde é relatada a aquisição e doação de várias ambulâncias e o “grande investimento no aumento de património da Associação”, “aquisição de equipamentos” e “intervenções de melhoramento das condições do quartel”. Ganhos a que se junta o “clima de grande paz e harmonia” e que levou a que a Associação Humanitária fosse “notícia por tudo o que de positivo ali foi feito”.
Rejeitando o “conjunto de especulações e de suspeições que em nada correspondem à verdade e só servem para lançar a confusão nas populações”, a direção cessante atribuiu a débil situação financeira da AHBVLB à “drástica diminuição das receitas” que afeta qualquer corporação do país. Uma constatação que leva a direção cessante a confessar-se orgulhosa por ter deixado a AHBVLB com “o equilíbrio financeiro necessário para continuar a prestar serviços de elevada qualidade à população”, ao ponto de considerar tratar-se de “uma das corporações do distrito que melhores resultados financeiros tem apresentado”.
Rejeitando as críticas de má gestão, a direção cessante aponta o dedo ao “tipo de atitude” da atual equipa diretiva que – tal como no passado – tem necessidade de “criar conflitos constantes entre instituições e pessoas, criando uma imagem negativa dos bombeiros de Lagares da Beira”
por Correio da Beira Serra
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por Diário de um Bombeiro às 20:42
Terça-feira, 26.03.13
Escapa de jipe engolido por rio
O proprietário de uma pequena quinta em Sernada, Macinhata do Vouga, concelho de Águeda, foi surpreendido, ontem à tarde, pela repentina subida das águas do rio Vouga quando saía da propriedade. O homem conseguiu abandonar o jipe e ainda logrou salvar vários animais.
O veículo, que puxava um atrelado, foi rapidamente engolido pelo rio e só foi retirado, três horas depois, pelos bombeiros de Albergaria-a-Velha.
Eram 18h00 quando o homem abandonava a quinta ao volante do jipe. Assim que começou a descer a encosta, ficou repentinamente rodeado de água e saiu do trilho. Conseguiu abandonar a viatura e ainda salvar as galinhas e os coelhos que transportava no atrelado, antes de se colocar em segurança até à chegada dos bombeiros.
Já com o todo-o-terreno submerso, a equipa de mergulhadores dos bombeiros de Albergaria-a-Velha conseguiu colocar cintas para que as viaturas que estavam em terra conseguissem puxar o automóvel para a margem.
"Foi um trabalho muito complicado por causa da corrente forte e do nível das águas que esteve sempre a subir", explicou ao CM o comandante dos bombeiros, José Valente. O carro foi retirado do rio pelas 21h00.
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por Diário de um Bombeiro às 16:38
Terça-feira, 26.03.13
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por Diário de um Bombeiro às 14:27
Terça-feira, 26.03.13

O Centro de Formação do Serviço Regional de Protecção Civil deverá estar pronto a funcionar em Julho. A garantia foi dada esta manhã pelo secretário regional dos Assuntos Sociais, após uma visita para avaliar o grau de execução da obra, na Cancela.
“Acredito que durante o mês de Julho possamos transferir as instalações da Protecção Civil que funciona em condições precárias na Quinta Magnólia”, vaticinou Jardim Ramos. A inauguração está prevista no início do Verão.
Apesar de vários contra-tempos de ordem técnica e processual, o custo da empreitada mantém-se no valor que tinha sido inicialmente lançado: 5,340 milhões de euros, disse o secretário.
O edifício do futuro centro e sede da Protecção Civil ocupa uma áera de 4.340 m2 e desenvolve-se em dois pisos (mais um subterrâneo), aproveitando o lote com 11 mil m2 que era propriedade da Região e onde antes funcionou um aterro.
Jardim Ramos realçou a localização geoestratégica das instalações, na periferia da cidade capital madeirense, desfrutando das boas acessibilidades rodoviárias como a vias rápida que permite uma rápida mobilização de meios de socorro entre Santa Cruz e Câmara de Lobos.
O secretário regional dos Assuntos Sociais sublinhou a importância da valência formativa do futuro centro, que terá como módulos o combate a incêndios urbanos e industriais, o tratamento e manuseamento de produtos tóxicos e o desencarceramento de vítimas em acidentes de viação.
“Vamos ter condições para dar, no mesmo local, formação aos nossos agentes de formação de Protecção Civil, nomeadamente bombeiros, além de ali funcionar a sede de Protecção Civil e onde será instalado o núcleo do Serviço de Emergência Médica", destacou.
por DNoticias.pt
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por Diário de um Bombeiro às 14:26
Terça-feira, 26.03.13
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por Diário de um Bombeiro às 12:53
Terça-feira, 26.03.13
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por Diário de um Bombeiro às 12:51
Terça-feira, 26.03.13
Os Incêndios Florestais têm vários factores que alteram o seu Comportamento!... Por isso dizemos que, cada o próximo Incêndio não será igual a este. Não existem Incêndios Florestais iguais, cada um, é único!
Os Incêndios Florestais transmitem-se de três formas:
CONDUÇÃOé a transferência de calor por contato direto com a fonte de calor. Por ser a madeira um mal condutor de calor, a transferência por condução tem pouca importância relativa em incêndios florestais. O aquecimento de massas de ar através da condução é o que tem mais importância no controle dos incêndios.

CONVECÇÃOé o movimento circular ascendente, devido ao aquecimento das massas de ar, localizadas acima do foco do incêndio. O fogo florestal cria condições de turbulência (correntes de vento), aspirando oxigênio dos lados e lançando para cima o ar aquecido. Isso pode levar fagulhas a grandes distâncias, dificultando o contrôle do incêndio.
RADIAÇÃOé a transferência de calor através do ar, em qualquer direção, à velocidade da luz. É o principal método de transferência de calor, nos grandes incêndios florestais.
As formas elementares de transmissão de calor são a condução (menor importância nos incêndios florestais), a radiação e a convecção.
NÃO ESQUECENDO QUE: A propagação do incêndio faz-se ainda pelo transporte de partículas incandescentes, rolamento de materiais, deslocação de animais com pêlo a arder…
Existem também, outros fenómenos, designados por Fenómenos Físicos que afectam o Comportamento dos Incêndios Florestais.
E que são eles:
- Velocidade de propagação;
Velocidade de propagação: é a velocidade de incremento de um incêndio e pode ser medida em forma linear (m/s, m/minuto, km/hora) e também pode ser medida de acordo com o incremento em superfície (metros quadrados ou hectares por unidade de tempo)…
Permite retirar informações relativamente à gravidade do incêndio do ponto de vista do combate e da área de risco.
- Dimensão das chamas: altura, profundidade e sobretudo comprimento;
Dimensão da chama: é a altura, comprimento e profundidade que podem alcançar as chamas num incêndio. O tamanho depende da quantidade, humidade, e altura dos combustíveis e também do declive do terreno e condições do vento. A Dimensão da chama, mede-se em centímetros ou metros.
A altura da chama: é a distância, medida na vertical, desde a base até ao seu ponto mais alto.
A profundidade da chama: é a dimensão da base da chama tomada no sentido da sua progressão.
O comprimento da chama: está associado à intensidade do incêndio, exprime-se em metros e permite-nos avaliar a possibilidade de um incêndio de superfície se vir a transformar num incêndio de copas. É a distância entre o ponto médio da base e o ponto mais alto.
- Intensidade de propagação;
Intensidade do fogo é a taxa de energia ou calor liberada por unidade de tempo e por unidade de comprimento da frente de fogo. Numericamente é igual ao produto da quantidade de combustível disponível pelo seu calor de combustão e pela velocidade de propagação do fogo, como mostra a equação de Byram:
I = H.w.r
sendo,
I = intensidade do fogo em kcal / m.s
H = calor de combustão em kcal / Kg (± 4.000 kcal / Kg)
w = peso do combustível disponível em Kg/m2
r = velocidade de propagação do fogo em m/s
Direcção de propagação do incêndio florestal: É a orientação que segue a cabeça do incêndio, e, Expressa-se segundo os pontos cardeais.
Os factores que influenciam o início e desenvolvimento dos incêndios são:
• Combustíveis florestais;
• Condições meteorológicas;
• Topografia;
• e o factor tempo dinâmica do incêndio
COMPORTAMENTO DO INCÊNDIO FLORESTAL
COMBUSTÍVEL- Relevo
- Condições
- Meteorológicas
- Dinâmica do Incêndio
Avaliação e reconhecimento do combustível COMBUSTÍVEL- Compactação Tipo, dimensão e forma
- Continuidade horizontal
- Continuidade vertical
- Composição
- Humidade
- Carga
A influência dos combustíveisNas zonas em que não há limpeza de matos (desmatação), as partículas incandescentes podem propagar o incêndio por saltos a dezenas de metros ou até quilómetros, formando focos secundários;• A vegetação fornece o “combustível ao incêndio”;
• A sua inflamabilidade é função da sua dissecação que pode,
dentro de certa medida, ser apreciada em medida do grau de
higrometria do ar;
• A densidade é determinante para a propagação;
• A emissão de partículas incandescentes pode ser muito
importante (pinheiro, sobreiro, urzes, mimosas, eucalipto…)
• A continuidade vertical permite a passagem dos incêndios de
superfície a incêndios de copas;
• A velocidade de desenvolvimento do fogo faz com que muitas
vezes apenas os combustíveis finos sejam consumidos, ficando os
troncos apenas chamuscados;
• Os focos secundários desenvolvem-se também através dos
combustíveis finos e mortos.
Toma em conta todos estes Factores e Fenómenos, e...
Combate Firmemente o Incêndio tendo
SEMPRE em conta a SEGURANÇA
Acompanha a nossa Campanha, e os Artigos por nós postados.
Para breve será publicada a Parte II, sobre o Comportamento dos Incêndios Florestais. Acompanha-nos
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por Diário de um Bombeiro às 12:44
Terça-feira, 26.03.13
Uma mulher de 61 anos está desaparecida, desde domingo à noite, na freguesia de Baçal, Bragança.
A GNR, apoiada pelos Bombeiros Voluntários de Bragança, está a fazer buscas no local e a procurar a mulher nas matas da localidade. A mulher desapareceu, domingo, da Casa de Acolhimento de Baçal, em Bragança.
Foi a segunda vez que a mulher, natural de Miranda do Douro, fugiu da casa de acolhimento.
A GNR de Bragança foi informada do desaparecimento, segunda-feira, estando a efectuar buscar no local, informou o capitão Paulo Azevedo, do gabinete de relações públicas do destacamento de Bragança da GNR. A atenção das equipas de busca estão concentradas nas matas e florestas da freguesia.
Fonte: JN
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por Diário de um Bombeiro às 12:42
Terça-feira, 26.03.13
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por Diário de um Bombeiro às 10:26
Terça-feira, 26.03.13
As queimas domésticas causam 30 por cento da poluição atmosférica em Portugal, de acordo com um estudo da Universidade de Aveiro, que alerta para o aumento do consumo de lenha, face ao agravamento do gás e eletricidade.
De acordo com estimativas da Universidade de Aveiro, em 2010 os portugueses queimaram dois milhões de toneladas de lenha em lareiras e recuperadores de calor e o consumo tem vindo a aumentar.
“Dos contactos que temos tido com fornecedores desses equipamentos e vendedores de lenha, no centro e norte do país e em particular nos distritos de Aveiro e Viana do Castelo, as vendas não têm parado de aumentar”, disse à Lusa a investigadora Célia Alves.
Célia Alves, do grupo de Qualidade de Atmosfera do Centro de Estudos do Ambiente e do Mar (CESAM), atribui o fenómeno ao aumento dos preços do gás e eletricidade e à redução do rendimento das famílias, tanto mais que a tendência se está a verificar também noutros países do sul da Europa, em particular na Grécia, segundo informações que tem trocado com investigadores de outros países.
De acordo com o estudo daquele centro de investigação da Universidade de Aveiro, a queima de madeira em equipamentos caseiros representa uma fonte considerável de emissão de poluentes para a atmosfera com consequente agravamento da qualidade do ar.
As conclusões da investigação do CESAM da UA alertam para o perigo que a percentagem tendencialmente crescente constitui para a saúde pública.
por Lusa
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por Diário de um Bombeiro às 09:46
Terça-feira, 26.03.13
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Foto da Revista Mais Alto nº 253 de Maio/Junho de 1988 |
Uma das primeiras intervenções do novel Ministro da Defesa (MDN), efectuada numa visita à Força Aérea (FA), foi a de perspectivar o regresso daquele Ramo militar ao combate aos incêndios florestais (IF).
A ideia é boa, apesar de requentada, e mereceu desde logo – e bem – um alerta do respectivo Chefe de Estado Maior, lembrando que tal desiderato não seria viável de um dia para o outro.Como as pessoas em Portugal têm a memória curta por esquecimento ou conveniência, vamos tentar dilucidar, sucintamente, todo este imbróglio. Porque de um imbróglio se trata, apesar da aparente candura das palavras ministeriais.O Governo tinha adquirido, em 1982, equipamentos com o acrónimo “MAFFS”, que foram adaptados aos aviões C-130, e que permitiam largar sobre os incêndios uma quantidade apreciável de uma calda retardante. Custaram, na altura, cerca de 200.000 contos.Para além disto, na “época dos fogos” distribuíam-se pelo país meia dúzia de helicópteros AL III, que ficavam em alerta aos incêndios. Estes helicópteros tinham uma capacidade muito reduzida de actuação, pois apenas podiam transportar equipas até cinco elementos e largar um pequeno balde de água sobre o fogo.Com o agravamento anual do número de fogos e área ardida, cada vez foi necessário alugar mais hélis e aviões a empresas privadas, o que gerou um negócio de muitos milhões.Em 1997, durante o governo do Eng. Guterres, o Secretário de Estado da Administração Interna, Armando Vara, decidiu (presume-se que com o assentimento do MDN), retirar a FA do combate e prevenção aos IF. Tal decisão abriu o caminho para se vir a adquirir, mais tarde, meios aéreos para esta missão, que foram colocados na dependência do MAI. A fundamentação para tudo baseou-se – como se encontra descrito em vários documentos – na pouca capacidade que a FA possuía para atacar os IF, já que as poucas aeronaves C-130 existentes (cinco, mais tarde seis), o reduzido número de tripulações e o número substancial de outras missões cometidas à esquadra, nunca ter permitido o uso simultâneo dos dois equipamentos MAFFS existentes, a que acrescia as limitações do AL III (para o fim a FA já tinha muitas dificuldades em comprar a calda, pois esta já estava adjudicada a terceiros).Para além disto, referia-se, o Estado gastava muitos milhões de contos a alugar, sazonalmente, aviões e hélis, não era dono de nenhum e estava sujeito ao mercado.Salvo melhor opinião, as principais razões que levaram à alteração da política governamental não têm nada a ver com a argumentação aduzida, ou tem pouco a ver. As razões, creio, radicam-se na “luta de capelinhas”; na proeminência que o MAI passou a ter sobre a Defesa; na paranóia em querer afastar os militares de tudo o que não tivesse exclusivamente a ver com a vida nos quartéis, substituindo-os por “boys e girls” – uma pecha insaciável dos partidos – e, também porque nos negócios a efectuar, a FA a Armada e o Exército não terem por hábito pagar comissões ou horas extraordinárias. Senão não teriam feito o disparate que fizeram que é sempre pago pelo contribuinte.Tudo, aliás, tem resultado num desastre: os fogos não param, a legislação não é adequada, não há prevenção, há muitos acidentes com os bombeiros (os poucos que se apresentam dos cerca de 30.000 inscritos…), etc. Não se sabendo o que fazer com o que restava dos Guardas Florestais, nem como os enquadrar, resolveu-se incorporá-los na GNR que, por ser um corpo militar, é pau para toda a obra; e até se inventou um grupo especial de intervenção contra os fogos, dentro daquela corporação, cuja missão nada tem a ver com isto.Em contrapartida nada se fez para reforçar os sapadores bombeiros que são os únicos profissionais em apagar fogos, em todo este âmbito…Ora se tivesse havido boa mente na apreciação da situação, o que deveria ter sido feito era ter aumentado os meios da FA (já que eram insuficientes…) e, ou, dotá-la de meios apropriados que pudessem ser aproveitados noutro tipo de missões, de modo a rentabilizá-los todo o ano. Manter-se-ia, deste modo, os meios aéreos sob comando e controle centralizado (sem embargo da descentralização da execução), a serem operados por quem sabe e tem experiência e capacidade de os operar e manter.Mas não, decidiu-se pegar no dinheiro – que pelos vistos nunca faltou no MAI – e ir-se inventar a pólvora, pois no nosso desgraçado país os últimos 30 anos têm sido um farró! E o “negócio dos Incêndios” lá continuou de vento em popa.Constituiu-se mais um dos inúmeros grupos de trabalho (GT), que pulularam no país, como cogumelos, para se equacionar a coisa. As conclusões deste GT foram entregues, em 6 de Setembro de 2005 e daqui surgiu a EMA, Empresa de Meios Aéreos (de capitais públicos), na dependência do MAI.Do plano inicial fazia parte a compra de hélis ligeiros (quatro) e pesados (seis) e aviões pesados (quatro). Mas continuava a advogar-se o aluguer de 20 (!) hélis e 14 (!) aviões ligeiros e médios. Afinal…Só para se ter uma ideia da insanidade em que se caiu, em 2010 chegaram a operar, em simultâneo, 56 meios aéreos, o que representa 40% da totalidade das aeronaves do inventário da FA!Acabou-se por só se adquirir os helicópteros, um negócio atribulado com a Rússia (os Kamov) e, ainda os AS350B3, da Eurocopter (tudo cerca de 54-56 Milhões de euros), e já não se adquiriram os aviões por não haver dinheiro. Os hélis chegaram entre Junho de 2007 e Março de 2008.O intermediário foi a empresa Heli Portugal, a quem foi adjudicado, também, por cinco anos, a manutenção das aeronaves, o que vale 16 M euros/ano.A chefia da FA ainda fez uma proposta, em finais de 2004, avançando com a ideia de uma esquadra de aviões tipo Canadair (oito a 10), de multiuso. Este avião tem a vantagem de já ter dado boas provas e ser operado por Marrocos, Espanha, França, Itália e Grécia, podendo-se equacionar uma futura “poole“ destes meios. Ficou, ainda, em aberto a hipótese de reconfiguração dos 10 SA 330 Puma existentes e em desactivação, mas aproveitáveis, apesar de não serem os ideais. Hoje estão à venda e não se lhes encontra comprador.Não deixa de ser curioso notar, contudo, que a chefia da FA, entre 1997 e 2000, não se ter mostrado nada interessada na questão dos IF, nem nos “Canadair”.A FA, com realismo militar, mas com falta de “perspicácia” política, sempre foi dizendo que necessitava de cinco anos para tudo estar operacional, o que logo foi aproveitado pelos políticos, como óbice pela falta de celeridade. Menos, certamente, por preocupação com os fogos, mas por estarem sempre de olho nas próximas eleições e no papelinho do voto…É claro que a proposta ficou na gaveta da política e só não temos a certeza do grau de assertividade com que esta dama foi defendida. E devia tê-lo sido, não só pela FA mas pelo Conselho de Chefes.E, assim, se avançou para a organização de uma empresa para operar helicópteros num organismo que sabia rigorosamente nada sobre tal “negócio”. O Estado Português tem destas coisas e é, como se sabe, rico.Faltava agora decidir sobre o dispositivo, isto é, onde estacionar os meios. A Autoridade Nacional de Protecção Civil pretendia meios colocados em Loulé e S. Comba Dão (e outros locais) mas, para além disto, era necessária uma base central.O MAI António Costa, ainda tentou colocá-los na antiga base de Tancos (que tem todas as infra-estruturas, espaço e está despido de meios aéreos, e para isso reuniu com os Chefes do Exército e da FA. A reunião correu mal (para variar), e nenhum acordo foi atingido.Resultado, foi-se gastar uma nota gorda (cerca de 15M euros), a fazer uma “base” no aeródromo municipal de Ponte de Sor (a 50 km de Tancos…), que foi completamente remodelado.Como houve dificuldades, no inicio, em recrutar pilotos para os “Kamov”, a EMA foi generosa e passou a oferecer 6000 euros/mês a um comandante, fora as alcavalas. Afinal só não há dinheiro é para os hélis dos Ramos, nem para aumentar o risco de voo dos pilotos militares… Para já não falar nos diferentes pesos e medidas, que o mesmo patrão (o Estado), usa para com os seus servidores.Como ninguém, aparentemente, explicou com algum detalhe aos senhores do MAI, que operar meios aéreos não é propriamente o mesmo que colocar uma asa num carro de bombeiros, os custos da empresa não mais pararam de derrapar e o passivo já ultrapassa os 40 milhões, se é que se podem acreditar nas contas que por aí correm. Tentou-se,” in extremis” impor quotas de horas de voo à GNR, PSP, ANPC, SEF, IMTT, etc., o que tem gerado uma apreciável confusão.E agora ninguém sabe o que fazer. Daí o anzol lançado pelo MDN.A desintonia e os desencontros, entre MDN, MAI, bem como entre as principais entidades que têm andado ligadas a esta problemática, têm sido a regraOs incêndios, esses, continuam a surgir por geração espontânea e fazem o seu percurso placidamente.Deve ser das alterações climáticas. 
João José Brandão FerreiraTen. Cor. Piloto Aviador (ref.) - Cmd. Linha Aérea
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por Diário de um Bombeiro às 09:41
Terça-feira, 26.03.13
Bom dia a todos os "Agentes" de proteção Civil em geral.
Deixo aqui algumas afirmações ditas na noite de ontem no programa citado a cima, com o Eng. Medina Carreira, Eng. Vitor Moura.
Transferi algumas frases, para que se possa debater cada uma delas, e desta forma dinamizarmos o Grupo.
- Mais de 38% da floresta está desvastada.
- 3 hectares é a média de propriedade florestal.
- Existem em Portugal 400 mil proprietário florestais.
- A época de incêndios de incêndios de 2003 e 2005 foram épocas de incêndios inovação e progressão nos combates aos incêndios, desde 2007 que temos vindo regredir .
- A negligência é o principal fator dos grandes incêndios.
- O combate a incêndios vai ter mais 5% das verbas que no ano passado.
- O estado ganha de IMI 20€ por hectare, gasta 27€ por hectare em cada incêndio.
Por: Micro_fz
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por Diário de um Bombeiro às 09:14