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diariobombeiro



Segunda-feira, 26.11.12

Associações Humanitárias de Bombeiros Voluntários – Contas de Gerência 2011

Tal como previsto na legislação, a ANPC já procedeu ao registo dos relatórios e contas do exercício das Associações Humanitárias de Bombeiros Voluntários referente ao ano de 2011.
 
Assim, e na sequência do envio destes documentos por parte de 400 das 413 Associações Humanitárias de Bombeiros Voluntários existentes no continente, correspondendo a cerca de 97% do universo total, foi dado cumprimento ao disposto no Artigo 40º da Lei 32/2007 de 13 de Agosto.
 
Os dados registados foram já remetidos ao Instituto Nacional de Estatística, de modo a que sejam inscritos nas estatísticas oficiais.
 
 
por Protecção Civil

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por Diário de um Bombeiro às 21:14

Segunda-feira, 26.11.12

Exercício testa Sistema de Alerta para Tsunamis

Portugal, através da ANPC e do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), participará, nos dias 27 e 28 de Novembro, no exercício NeamWave12, que visa testar a operacionalidade do Sistema de Alerta para Tsunamis do Atlântico Nordeste, Mediterrâneo e Mares Conexos (NEAMTWS).

Este sistema encontra-se actualmente numa fase experimental, e
stando em já operação os Centros Nacionais de Alerta para Tsunami da Turquia, Grécia e França. Portugal, através do IPMA, pretende estabelecer o seu Centro Nacional de Alerta no final de 2013.

Durante o exercício NEAMWave12 irá ser simulada a ocorrência de um sismo com potencial de geração de tsunami, ao qual se seguirá a disseminação de mensagens de alerta de tsunami.

A ANPC, enquanto ponto focal do NEAMTWS, irá receber as mensagens de alerta emitidas pelo IPMA e avaliar quais os procedimentos a implementar para a resposta a esta ocorrência.

O exercício envolve a participação de 19 países, do Nordeste do Atlântico e do Mediterrâneo.
 
 
por Protecção Civil

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por Diário de um Bombeiro às 21:12

Segunda-feira, 26.11.12

Gestos que podem Salvar Vidas - Mass Training de SBV na Póvoa de Lanhoso

Adquirir competências em Suporte Básico de Vida (SBV) é colocar em prática gestos simples que salvam vidas! É assim que o INEM melhor consegue explicar a Ação de Sensibilização realizada no passado dia 21 de novembro na Escola Secundária da Póvoa do Lanhoso.

Cerca de 150 formandos (alunos, professores e assistentes operacionais) participaram nesta Mass Training de SBV que envolveu o INEM, os Bombeiros Voluntários da Póvoa de Lanhoso, a Escola Secundária e alunos do mestrado de especialização em Enfermagem Médico-cirúrgica da Universidade Católica.

"O SBV é um conjunto de procedimentos e metodologias padronizadas que visa reconhecer as situações de perigo iminente, saber como e quando pedir ajuda e dsaber iniciar de imediato, sem recurso a qualquer utensílio, manobras que contribuam para a preservação da ventilação e circulação, de modo a manter a vítima viável até à chegada de socorro" explicou a Enfermeira Isabel Costa do INEM.

Aqui vos deixamos algumas imagens deste dia!








por INEM

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por Diário de um Bombeiro às 21:11

Segunda-feira, 26.11.12

Sapadores de Braga têm nova viatura de combate a incêndios florestais

A Câmara de Braga reforçou a Companhia de Bombeiros Sapadores com um Veículo Florestal de Combate a Incêndios. Comparticipada pelo QREN e da marca Mercedes, o veículo pesado tem capacidade de armazenamento de 3500 litros de água e custou cerca de 280 mil euros.

Para além do combate a incêndios florestais, o Veículo Florestal de Combate a Incêndios (VFCI) está habilitado para ocorrer a outro tipo de serviços, como incêndios urbanos, limpezas de via e inundações.

O executivo liderado por Mesquita Machado, através do pelouro da proteção civil, tutelado por Hugo Pires, já havia este ano adquirido um Land Rover ligeiro para combate a incêndios e que custou cerca de 75 mil euros. Para esta terça-feira, está marcada uma formação dos sapadores de Braga para conhecer de perto as valências do VFCI, assim como a apresentação pública que deverá acontecer na Praça do Município.
 
 
por Nuno Cerqueira
em JN

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por Diário de um Bombeiro às 21:09

Segunda-feira, 26.11.12

Ambulância de Monção envolvida em acidente de viação

Uma ambulância pertencente aos Bombeiros Voluntários de Monção envolveu-se anteontem, dia 19 de Novembro, por volta das 19 horas num violento acidente de viação. Esta ambulância foi abalroada pela traseira por um camião TIR. 
 
O acidente ocorreu no trajeto de regresso da Unidade de Saúde Local de Saúde do Alto Minho-Monção, felizmente não transportava nenhum doente. O motorista, único ocupante da viatura sofreu ferimentos leves. Desde já a direção da corporação lhe deseja as rápidas melhoras.

Dada a violência do embate e danos causados nesta viatura a mesma encontra-se inoperacional. Assim, a corporação lamenta a perda de um veículo operacional.
 



 
por BV Monção

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por Diário de um Bombeiro às 21:08

Segunda-feira, 26.11.12

TOMAR - Bombeiros promovem simulacro no «Intermarché»

O início da tarde desta segunda-feira ficou marcado por um simulacro que teve como palco o «Intermarché», onde funcionários e clientes foram apanhados de surpresa pela situação. Com efeito, só os principais responsáveis pela superfície e o Comando dos bombeiros de Tomar é que sabiam o que estava perspectivado mas, na verdade, tudo correu pelo melhor, quer a resposta dos operacionais que estiveram no terreno, quer até mesmo no que diz respeito ao comportamento das pessoas que estavam no hipermercado.

Rui Boto, proprietário do «Intermarché» de Tomar, mostrou a sua satisfação à Hertz pela forma como a acção decorreu. Entretanto, Manuel Mendes, comandante dos bombeiros, alinhou pelo mesmo diapasão: «Simulámos um incêndio na zona da cozinha, de onde começou a sair fumo. Alguns dos funcionários foram apanhados de surpresa perante o fumo. Para além disso, na última quinta-feira, já tínhamos feito o simulacro, que decorre todos os anos, pelo que os funcionários estavam convencidos que aquilo era mesmo real, apesar de uma ou outra desconfiança».
 
 
por Radio Hertz

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por Diário de um Bombeiro às 21:05

Segunda-feira, 26.11.12

Protecção Civil gastou 74 milhões no combate aos incêndios este ano

Aumento da área ardida traduziu-se na subida dos custos com operações de combate aos fogos. Valor deixa de fora gastos das autarquias e forças de segurança.

Cerca de 74 milhões de euros foram gastos este ano no combate aos incêndios florestais pela Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC), mais 10,3% do que em 2011, revelam dados daquele organismo.

Dados divulgados à agência Lusa pela ANPC indicam que, entre 15 de Maio e 30 de Outubro, a Protecção Civil gastou 74.257.786 euros no combate aos incêndios florestais. Segundo a ANPC, este valor diz respeito aos encargos com o aluguer de meios aéreos e subsídios aos corpos de bombeiros.

A Protecção Civil adianta ainda que os encargos com os incêndios florestais são ainda suportados pela GNR, Forças Armadas, Polícia Judiciária (PJ), Empresa de Meios Aéreos, Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), câmaras municipais e juntas de freguesias, além de particulares, como empresas e cidadãos. O valor de 74 milhões de euros não contempla os gastos destas entidades.

Dados provisórios do ICNF indicam que este ano a área ardida aumentou 55% e as ocorrências de fogo diminuíram cinco por cento em relação a 2011. Os dados referem que, entre 1 de Janeiro e 15 de Outubro, se registaram 20.969 ocorrências de fogo, menos 1234 do que no mesmo período do ano passado, quando deflagraram 22.203. Já a área ardida aumentou 55%, tendo os 20.969 incêndios consumido 105.016 hectares de floresta, enquanto em 2011 arderam 67.594 hectares.

O maior fogo de 2012 teve início a 18 de Julho, no distrito de Faro, e afectou 21.437 hectares de espaços florestais, cerca de 20% da área florestal ardida este ano. Outros fogos com mais área florestal ardida ocorreram no início do mês de Setembro, e deflagraram nos concelhos de Ourém (4.130 hectares), Seia (2.480) e Viseu (2.000).Segundo dados da PJ e GNR, 88 pessoas foram detidas este ano pelo crime de incêndio florestal, representando um aumento de mais de dois terços em relação a 2011.


por Publico

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por Diário de um Bombeiro às 21:03

Segunda-feira, 26.11.12

Mulher dá à luz numa ambulância pela segunda vez

Bombeiros Voluntários da Aguda ajudaram a pequena Lara a nascer, na tarde deste domingo, à porta de casa, em Serzedo, Vila Nova de Gaia.

Parece ser sina. Carla Noronha trouxe este domingo a pequena Lara ao mundo... dentro de uma ambulância dos Bombeiros Voluntários da Aguda, à porta de casa. E repetiu, assim, a experiência tida com outra filha, a 4 de dezembro de 2010. Nélson Lemos, "parteiro" à força, tem uma voz animada. Para ele, é já o terceiro parto imprevisto que assiste. "Correu tudo muito bem".

A história foi extremamente rápida. "Desde a chegada ao local até a criança nascer foram três ou quatro minutos", conta o bombeiro.

Aos 32 anos, Carla já vai no terceiro filho, o que ajuda a tornar os partos mais rápidos. Mas a verdade é que, pelos vistos, Carla é mesmo assim: rápida. Não tinha começado o trabalho de parto há muito. "Ela ainda veio a caminhar para a ambulância", mas, mal entrou, "começou a sentir dores mais fortes". Nélson e o colega, Carlos Silva, optaram por fazer ali mesmo o parto. Lara nasceu na Rua do Pinheiro, em Serzedo, às 16.35 horas e foi depois tranquilamente levada à maternidade do Santos Silva, nos braços da feliz mãe.

"É a segunda criança que lhe nasce numa ambulância da nossa corporação". Há dois anos, a parteira fora Carla Covas, conta Nélson, 34 anos e já quase profissional na arte de trazer vidas ao mundo. "Uma vez foi mesmo na via pública", recorda o jovem bombeiro. Quando chegou ao pé da parturiente, ela já estava deitada num passeio da Rua da Bélgica, em Canidelo. O outro nascimento a que assistiu ocorreu numa ambulância, nos Carvalhos, em Pedroso.
 
 
por Ivete Carneiro
em JN

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por Diário de um Bombeiro às 20:56

Segunda-feira, 26.11.12

Bombeiros profissionais cancelam greve marcada para terça-feira

Lisboa, 26 nov (Lusa) -- A Associação Nacional de Bombeiros Profissionais (ANBP) cancelou hoje a greve marcada para terça-feira, justificando com a promessa do Governo de "analisar pormenorizadamente" as principais reivindicações.

Os bombeiros profissionais decidiram cancelar a greve após uma reunião com o secretário de Estado da Administração Interna, Filipe Lobo D´Ávila, disse à agência Lusa o presidente da ANBP.

Fernando Curto adiantou que a direção da ANBP e do Sindicato Nacional dos Bombeiros Profissionais (SNBP) levou ao secretário de Estado as principais reivindicações da classe, como a falta de efetivos, a regulamentação de um horário de trabalho, promoções em atraso e regulamentação da carreira dos bombeiros profissionais.
 
 
por Expresso

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por Diário de um Bombeiro às 20:55

Segunda-feira, 26.11.12

APBV: 7.º Aniversário

A Associação Portuguesa dos Bombeiros Voluntários cumpriu ontem, dia 25 de novembro, o seu 7º aniversário.

A Administração do Diário de um Bombeiro felicita todos os seus Órgãos Sociais e demais elementos por mais um aniversário.


Parabéns!...

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por Diário de um Bombeiro às 12:16

Segunda-feira, 26.11.12

Chicago Fire: Novos Episódios da Série [Assista Aqui]


Assim que possível disponibilizaremos os próximos episódios!
Assista no canal TVSéries em Portugal

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por Diário de um Bombeiro às 11:55

Segunda-feira, 26.11.12

O Mecanismo de Protecção Civil da União Europeia

No passado dia 12 de Novembro, o Eurodeputado e Vice-presidente do PPE Mário David recebeu em Bruxelas, a Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), que se deslocou ao Parlamento Europeu (PE) a seu convite. No âmbito da discussão que se encontra actualmente a ocorrer no PE, no que diz respeito ao novo Mecanismo de Proteção Civil da União Europeia (MPCUE), Mário David efectuou uma intervenção seguida de troca de impressões com os representantes da LBP presentes. Essa intervenção foi transformada em artigo, publicado no Jornal da Liga os Bombeiros Portugueses- edição de Novembro. Leia o artigo na íntegra:

Protecção Civil a Nível da União Europeia

A proposta de decisão do Parlamento Europeu e do Conselho relativa a um Mecanismo de Proteção Civil da União1

O Mecanismo de Proteção Civil da União Europeia (MPCUE) e muito concretamente o reforço da sua vertente Europeia tem estado na Agenda aqui Bruxelas, quer na Comissão Europeia, quer no Parlamento Europeu (PE).
No PE, a comissão parlamentar que acompanha estas questões é a comissão do Ambiente, da Saúde Pública e da Segurança Alimentar (ENVI), que neste preciso momento está a discutir o MPCUE e muito em concreto a proposta de decisão do PE e do Conselho, que cria este Mecanismo (reformulando obviamente o anterior).Neste sentido, ocorreu no passado dia 15 uma Audição (Workshop) sobre esta matéria no PE, que antecede a votação das 268 emendas propostas ao documento legislativo pelos diversos Grupos Parlamentares/Eurodeputados2, que terá lugar no próximo dia 28 na reunião da Comissão ENVI.

Desde a criação do Mecanismo de Proteção Civil por uma Decisão do Conselho de 23/10/2001 que estabeleceu um mecanismo comunitário destinado a facilitar uma cooperação reforçada no quadro das intervenções de socorro da Proteção Civil até aos dias de hoje, que muitos Estados-membros e diversas Instituições têm solicitado um reforço e uma maior coordenação a nível europeu da Protecção Civil por um lado, mas também da Ajuda Humanitária por outro.
A comissária Kristalina Georgieva (responsável pela Cooperação Internacional, Ajuda Humanitária e Resposta às Crises) tem colocado na Agenda europeia esta questão, tendo apresentado no final do ano passado a Proposta de decisão que agora se encontra em discussão, no seguimento da apresentação pela Comissão, em Outubro de 2010, do plano intitulado "Reforçar a capacidade de resposta europeia a situações de catástrofe: papel da protecção civil e da ajuda humanitária"3.

De facto, nas últimas semanas a Comissária Georgieva tem vindo a público por diversas vezes defender a aprovação deste novo Mecanismo, muito por causa dos efeitos devastadores do Furacão Sandy na América do Norte e da capacidade de resposta demonstrada pelas suas Autoridades (nomeadamente pela FEMA- Federal Emergency Management Agency). A Comissária europeia tem defendido nomeadamente a necessidade da UE melhorar substancialmente o seu actual Mecanismo de Protecção Civil de forma a poder responder adequadamente, no seu território, a uma hipotética catástrofe com estas dimensões.
Neste pequeno artigo, gostaria de enquadrar o processo Legislativo que pretende criar o MPCUE, salientando as propostas do PE, lembrando porém que o mesmo está já na sua fase final em termos legislativos, devendo subir a Plenário previsivelmente, em Janeiro próximo.
E socorrendo-me do documento agora em discussão no PE e muito concretamente do seu enquadramento, gostaria de salientar algumas das suas propostas.

A proteção civil na União é atualmente regida por dois instrumentos legais: um relativo ao Mecanismo Comunitário no domínio da Proteção Civil e um outro relativo ao Instrumento Financeiro com ele relacionado, abrangendo o período 2013-2020.
A Comissão considerou que a preparação do novo Quadro Financeiro Plurianual e a entrada em vigor do Tratado de Lisboa seria a altura ideal para alterar o quadro jurídico existente. A sua proposta destina-se essencialmente a reforçar a cooperação europeia em matéria de protecção civil, para reagir de forma mais eficaz e rápida às eventuais catástrofes, bem como melhorar a prevenção e a preparação dos meios existentes ou a criar.

A propósito do novo MPCUE, a Comissária Georgieva salientou: "uma das principais propostas é a criação, numa base voluntária, de uma reserva de equipas e de equipamento especializados dos Estados-membros que estarão disponíveis para uma ação imediata, no âmbito de uma resposta europeia colectiva", acrescentando que "outro aspecto igualmente importante é o facto da nova Legislação ir mais além do que a Política de protecção civil na resposta às catástrofes, colocando muito mais ênfase na prevenção das catástrofes e na gestão dos riscos. O nosso objectivo é que estas propostas lancem as bases de uma Política global de gestão das catástrofes pela UE".
Além das alterações aos quadros institucional e orçamental, a realidade que se nos apresenta exige também a alteração do actual sistema, pelo que estas propostas permitirão à Europa passar do actual sistema de coordenação ad hoc para um sistema em que a assistência seja planificada previamente e se possa garantir uma intervenção em qualquer lugar onde hipoteticamente ocorra uma catástrofe.
Como percepcionado pelo simples senso comum, o número e a gravidade das catástrofes naturais ou provocadas pelo homem aumentou consideravelmente nos últimos anos. E no futuro, prevê-se que as alterações climáticas desencadeiem catástrofes ainda mais graves na sua intensidade, frequência e prevalência.
Vale a pena assinalar que, apesar do Tratado de Lisboa ter introduzido uma nova base jurídica para a proteção civil4, o conceito de proteção civil não está definido no Tratado, nem na proposta legislativa.
O Tratado apresenta uma definição implícita, quando se refere à "prevenção das catástrofes naturais ou de origem humana e de proteção contra as mesmas".
O conceito de proteção civil é, por isso, interpretado de forma diferente pelos vários Estados-membros à luz das ocorrências intra-fronteiriças, regionais ou históricas. Refira-se ainda que o âmbito do conceito tem evoluído ao longo do tempo.
No entanto, consideramos não ser necessária uma harmonização a nível europeu, já que esta Legislação específica apenas trata de proteção civil no caso da cooperação e no âmbito do quadro proposto, não tendo (nem podendo ter) por objetivo uma maior harmonização das atividades de proteção civil dos Estados-membros.

A razão para este facto assenta no princípio de que a responsabilidade pela proteção civil continua a caber, em primeiro lugar, aos Estados-membros, pelo que o objetivo da Legislação europeia não pode ser mais do que apoiar e complementar as medidas dos mesmos e promover a cooperação e a coerência.

É este o cenário no qual é apresentada a presente proposta de Decisão do Conselho e do PE, que é por nós (PE) considerada uma base de trabalho muito válida, propondo-se desde já um conjunto de alterações para a reforçar:

1. Com base nas Conclusões do Conselho, a Comissão e os Estados-membros estão já a desenvolver uma estreita colaboração e a elaborar orientações relativas a várias questões. Apesar das orientações não serem, por natureza, vinculativas, a sua utilização é fortemente incentivada com o objetivo de melhorar o funcionamento do Mecanismo. A proposta base do PE5 pretende efetuar uma maior promoção das orientações existentes sobre a avaliação e o recenseamento dos riscos, bem como sobre o apoio do país anfitrião6 e fazer uma referência mais clara às futuras orientações apresentadas no sentido de melhorar a comparabilidade dos planos de gestão de riscos dos Estados-membros e harmonizar a definição de apoio do país anfitrião com aquela que é utilizada nas orientações da UE.

2. Os Estados-membros das mesmas regiões estão obviamente expostos a hipotéticos riscos de catástrofes semelhantes. Apesar de existirem acordos bilaterais e regionais, o Mecanismo deve promover uma maior cooperação regional (à escala da UE, evidentemente) no que diz respeito à partilha de conhecimento, boas práticas e programas de formação.

3. Os meios financiados pela UE e a criação da Capacidade Europeia de Resposta de Emergência sob a forma de uma reserva comum voluntária, são considerados passos importantes para um melhor e mais fiável sistema europeu de resposta a catástrofes. Contudo, afim de melhorar o funcionamento da reserva comum, a Comissão deve definir não apenas os critérios de qualidade mas também os critérios de interoperabilidade.
Além disso, é preciso deixar claro que os meios financiados pela UE (cujo desenvolvimento pode ser financiado até 100 % pela União), devem estar sempre disponíveis para serem utilizados pela Capacidade Europeia de Resposta de Emergência. Apenas será aberta uma exceção no caso do Estado-membro que gere o meio em causa estar confrontado com uma catástrofe de grandes proporções. Nesse caso, a responsabilidade do Estado-membro afetado em proteger a sua população e o seu território, recorrendo ao meio em causa, deve ter
prioridade sobre a obrigação de disponibilizar o meio, ou seja, o Estado-membro afetado pode invocar um motivo imperioso e retirar o meio da reserva comum.

4. É ainda necessário esclarecer ou destacar mais ainda alguns elementos da proposta da Comissão, tais como a natureza do desenvolvimento dos módulos e a utilização de meios militares em último recurso.

5. O Tratado de Lisboa introduziu uma alteração importante que consiste na substituição do anterior sistema de "comitologia" por atos delegados e atos de execução. A nossa proposta base pretende ainda esclarecer algumas destas alterações, salvaguardando a posição do PE7.
Estou convicto de que as alterações propostas pela nossa proposta base irão permitir a criação de um MPCUE mais fiável, mais eficiente e mais eficaz.
Chamo contudo a atenção para o facto de existirem um total de 341 propostas de alteração à proposta base do PE (inseridas pelos diversos Grupos Parlamentares/Eurodeputados individualmente- 268; pelos pareceres das Comissões REGI e DEVE- 73), que serão primeiramente votadas nesta casa e posteriormente discutidas com a Comissão e o Conselho em sede de trílogo.
Perspectivo que após a sua votação, as emendas aprovadas não introduzam grandes alterações à Proposta base do PE (eventualmente verificar-se-á a clarificação de alguns conceitos e um ligeiro reforço do Mecanismo face ao inicialmente proposto) pois esta é sem dúvida, uma matéria de solidariedade europeia que não nos divide- muito pelo contrário, representando ainda uma oportunidade para a UE estar melhor preparada em matéria de resposta a uma eventual catástrofe de dimensões inusitadas à escala regional ou europeia, que embora com uma baixa probabilidade de ocorrência, necessita objetivamente de uma resposta eficaz, rápida, coordenada e eficiente por parte da nossa União de Estados e de Povos.
Da minha parte, e através da minha acção (e obviamente do meu voto em Plenário) tudo farei para que este Mecanismo saia amplamente reforçado, muito particularmente o seu Instrumento financeiro (no que diz respeito ao financiamento para transportes, por exemplo), pois julgo que só assim garantiremos aos nossos concidadãos europeus e aos profissionais e voluntários envolvidos, o MPCUE que efectivamente merecem.


Mário David,
Membro do Parlamento Europeu (PT, PSD)
Vice-Presidente do Partido Popular Europeu (PPE)


1 Este artigo é uma adaptação de parte da intervenção que efectuei no passado dia 12/11/2012 no Parlamento Europeu em Bruxelas, perante os representantes da Liga dos Bombeiros Portugueses.

2 Às quais se deverão adicionar mais 14 Emendas (alterações legislativas) propostas pela Comissão DEVE (Desenvolvimento) e 59 pela Comissão REGI (Desenvolvimento Regional).

3 Neste documento, a Comissão resumiu a sua visão para uma resposta mais rápida e mais eficiente da UE às catástrofes. Estas sugestões receberam o apoio político dos Estados-Membros e do PE. A proposta de revisão da legislação europeia em matéria de proteção civil actualmente em discussão baseia-se neste Plano.

4 No número 1, artigo 196.º do Tratado sobre o Funcionamento da União Europeia.

5 Que na verdade representa como que uma "contraproposta" do PE à proposta da Comissão, propondo alterações ao texto original através de um primeiro conjunto de emendas (propostas de alteração ao documento da Comissão) efectuadas por um Eurodeputado nomeado para o efeito (deputado relator- que no caso vertente é uma Eurodeputada do PPE, a italiana Elisabetta Gardini), que posteriormente são alvo da análise dos Grupos Parlamentares e dos outros eurodeputados, propondo eles próprios novas emendas, que neste caso são 341, conforme referido.

6 "Apoio do País Anfitrião"- engloba todas as ações efectuadas na fase da preparação e gestão da resposta a desastres por um Estado Participante no Mecanismo de Protecção Civil, recebendo ou enviando assistência, (ou a Comissão), a fim de eliminar, tanto quanto possível qualquer obstáculo previsível à assistência internacional, de modo a garantir que as operações de resposta a desastres prossigam sem incidentes. Inclui igualmente o apoio que os Estados participantes possam oferecer para facilitar a assistência internacional que transite no seu território, por terra, água ou pelo ar (tradução não oficial do inglês: Conclusões do Conselho sobre "o apoio do País Anfitrião", Bruxelas, 2-3/12/2010).

7 Os artigos 290.º e 291.º do Tratado sobre o Funcionamento da União Europeia expressam claramente que esses atos abordam diferentes necessidades pelo que não são permutáveis. A relatora do PE regista que a proposta da Comissão apenas introduz atos de execução. Propõe, por conseguinte, a substituição de atos de execução por atos delegados nos casos em que as condições do artigo 290.º são satisfeitas. Estas alterações visam não apenas salvaguardar os direitos institucionais do PE mas também assegurar a legalidade e a validade desses atos secundários.

O Mecanismo Europeu de Protecção Civil facilita a cooperação no âmbito da resposta às catástrofes entre 31 Estados europeus (a UE-27, mais a Croácia, a Islândia, o Liechtenstein e a Noruega). Os países participantes partilham os seus recursos, que podem ser colocados à disposição dos países afectados por catástrofes em qualquer parte do mundo. Quando é activado, o Mecanismo assegura a coordenação da prestação de assistência dentro e fora da União Europeia. A Comissão Europeia gere o Mecanismo através do Centro de Informação e Vigilância (CIV).
 
Desde a sua criação em 2001, o Mecanismo foi activado no âmbito de catástrofes ocorridas nos Estados-Membros (como os incêndios florestais em Portugal, as inundações nos Balcãs em 2010 e a explosão de uma base naval em Chipre em 2011), mas também a nível mundial, nomeadamente os recentes terramotos no Haiti, Chile e Japão.

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por Diário de um Bombeiro às 08:53

Segunda-feira, 26.11.12

Incêndio em habitação deixa casal desalojado em Famalicão

Deflagrou, este domingo, um incêndio numa habitação de Pousada de Saramagos (Famalicão), por causas que ainda desconhecidas, deixando o casal que aí vivia desalojado, já que as chamas destruíram quase toda a moradia.

Os bombeiros de Famalicão e Famalicenses acorreram rapidamente ao local, perto das 10.30 da manhã, minutos depois de ter sido dado o alarme, mas já não conseguiram evitar que as chamas, que começaram na cozinha, se espalhassem ao resto da habitação.

O casal, com idades a rondar os 40 anos, não ficou ferido.
 
 
por aBola.pt

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por Diário de um Bombeiro às 08:51

Segunda-feira, 26.11.12

Escola não pode continuar a ser “barriga de aluguer”

A Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) decidiu não aprovar as contas e o plano de atividades da Escola Nacional de Bombeiros (ENB) para o próximo ano.
Jaime Marta Soares justifica a posição com a necessidade “urgente” de revisão do atual modelo formativo. Para o presidente da Confederação não é “aceitável” que a ENB continue a ser “barriga de aluguer” para os elementos da Força Especial de Bombeiros (FEB) e para os operadores dos CDOS.

A Escola Nacional de Bombeiros “é uma” barriga de aluguer” e está “desviada da sua verdadeira realidade”, referiu em declarações ao ‘BP’ o presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses, depois de ter anunciado o voto contra o plano de atividades e contas da Escola, posição que se traduz num empate no resultado da contagem dos votos. Jaime Marta Soares lembra que a Escola tem um orçamento de 16 milhões de euros, e desses, 14,5 milhões, ou seja, 96,5 por cento, serve para pagar estruturas que nada têm a ver com a sua missão principal.
 
“Não podemos continuar a aceitar que apenas 2,7 milhões de euros do total do orçamento se destine à formação”, sublinha.
Para o dirigente, a situação é “surrealista e inaceitável” e “desvia a verdadeira realidade do que deve ser a escola, que deve ser o quartel-general dos bombeiros”. “A Escola não tem dinâmicas, horizontes”, considera Jaime Marta Soares. O Governo já fez saber que está em estudo a reorganização da ENB.
 
Em declarações na Assembleia da República, Miguel Macedo anunciou que é preciso rever o papel da ENB e que este que deve evoluir para um sistema que “no essencial” se transforme numa “escola de formação de formadores” e que leva a formação junto dos corpos de bombeiros espalhados pelo país. Sobre as intenções do executivo, Jaime Marta Soares diz-se disponível para debater o futuro modelo, sublinhando, no entanto, que a aposta nas Unidades Locais de Formação devem traduzir-se numa profunda “restruturação” de algumas delas, dada a sua atual “inoperacionalidade”.
 
A Liga dos Bombeiros Portugueses defende o retomar da figura do “delegado distrital de formação”, que dependia das federações distritais de bombeiros,com o objetivo de “tornar cada quartel na principal estrutura” de formação dos bombeiros portugueses.
Com o chumbo, por parte da LBP, do plano de atividades e orçamento, terá agora de ser encontrada uma solução sob pena da ENB iniciar o ano dependente de duodécimos para a sua gestão. A Liga mostra-se disponível para “ajudar” a encontrar uma solução o mais rápido possível, sublinhando que não abdica no entanto da posição já assumida.
 
 
por Patricia Cerdeira
em BP

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por Diário de um Bombeiro às 02:04

Segunda-feira, 26.11.12

Convivo em Newark a favor dos Bombeiros de Penacova

Foi a vigésima vez que o Grupo dos Amigos de Penacova em Neawark organizou uma festa convivio de angariação de fundos para ajudar Instituições ou pessoas carenciadas do Nosso Concelho. O ponto alto desta iniciativa decorreu no passado Sábado, no Clube dos Açores em Newark e, como foi noticiado, contou com a presença do Presidente da Câmara, do Presidente da Direção Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Penacova e do Comandante do Corpo de Bombeiros, que foram recebidos pelas mais de 200 pessoas que encheram o salão de alegria, de convívio mas também de solidariedade, de altruísmo e de exemplo de amor e carinho pela sua terra de origem.
 
Mesmo longe, e com uma vida de trabalho muito intensa, estas pessoas não esquecem as suas aldeias, e as suas gentes e lembram os bombeiros da sua terra também como uma garantia de ajuda aos seus familiares, como muito bem referiu no seu discurso Paula Baptista em representação da organização e de todos os participantes no evento.
 
Depois de ouvidos os Hinos Nacionais dos Estados Unidos da América e de Portugal, esta responsável não deixou também de recordar alguns dos Companheiros desta luta de 20 anos que já faleceram, e deu os exemplos do Joaquim Branco, do Júlio Costa e do Sr. Ribeiro, pelos quais se guardou, em silêncio, um minuto de saudade e de reflexão.
 
Numa noite muito fria, mas cheia de calor humano, o Comandante António Simões, agradeceu, em nome de todos os Bombeiros, a manifestação de solidariedade e num discurso emocionado explicou a forma de atuação, o modo como se organizam e o elevado número de serviços que prestam à sociedade Penacovense. Depois de referir que os Soldados da Paz estão sempre ao lado dos que sofrem, dos mais desprotegidos e vulneráveis, deixou a certeza, a todos os presentes, que estarão sempre à disposição destes Amigos de Newark e dos seus familiares em Penacova.
 
António Simões referiu-se ainda aos fundadores destes eventos, ao primeiro Presidente da Direção dos Bombeiros a deslocar-se à América, Alípio José Oliveira, o nosso conhecido José Sutil, ao Rogério Ferreira, ao Genésio, ao José António Costa. Dos primeiros, estavam na sala o Albino Santos e o Armindo, este ainda no ativo e em plena forma nesta organização.
 
Por seu lado, o Presidente da Direção da Associação, Paulo Dias, referiu que estes eventos tinham uma importância muito grande, pelo convívio, mas também pela garantia da angariação de verbas tão necessárias para fazer face às despesas cada vez maiores, devido ao elevado número de solicitações a que os Bombeiros são obrigados a acorrer. Agradeceu aos presentes e a toda a organização, e deixou a certeza de que a Associação tem uma gestão criteriosa e equilibrada e que todas as verbas conseguidas são gastas naquilo que é essencial para a prestação do socorro, para o bem estar dos Bombeiros e das populações. Terminou a sua intervenção com a entrega de uma pequena recordação como testemunho da nossa presença.
 
A terminar, o Presidente da Câmara Humberto Oliveira, começou por justificar a sua ausência no primeiro convívio após ter tomado posse como Presidente da Câmara e depois de agradecer a forma como todos foram recebidos, deixou palavras de carinho, de incentivo e de uma enorme satisfação por estar entre amigos, e entre gente tão generosa para com a sua terra e para com os Bombeiros. Enquanto Presidente da Câmara e como responsável máximo pela protecção civil do município de Penacova, só posso agradecer este gesto solidário e salientar o trabalho que aqui é feito por gente tão generosa que não se esquece das suas origens, disse a terminar.
 
O Nosso Presidente teve ainda tempo para entregar à organização uma lembrança em nome do Município.
A noite de Sábado ainda foi longa, mas os 7 dias que passámos com estes Amigos, pareceram-nos muitos pequenos dada a dimensão da cortesia e da delicadeza como fomos recebidos. Em cada casa onde estivemos, em cada rua onde nos encontrámos, em cada visita que nos proporcionaram, enfim, em cada gesto, em cada abraço, em cada olhar, na mais singela das palavras, sentimos um carinho imenso, aquele carinho Penacovense que é privilégio das gentes de coração grande, moldado pelas serras do Concelho, e de alma pura lavada pelos rios que o atravessam.
 
Uma nota final para um conterrâneo que nos acompanhou a titulo particular, o Carlos Mendes, o arquitecto Carlos Mendes, boa companhia, alegre e disponível, companheiro, leal, único e divertido.
Também o Carlos concordará que não é fácil encontrar as palavras certas para descrever a forma como nos receberam, até mesmo o “obrigado” que sempre fica bem, nos parece descabido dada a naturalidade com que tudo era feito.
 
Mesmo assim, o Nosso simples muito obrigado.
 
 
por Noticias dos Bombeiros de Penacova

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por Diário de um Bombeiro às 01:57

Segunda-feira, 26.11.12

LBP: “Relatório confirma o que sempre dissemos”

As conclusões do relatório independente sobre os incêndios de julho no Algarve estão em sintonia com as preocupações da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), sublinha o presidente Jaime Marta Soares depois de ter tido acesso ao documento técnico coordenado pelo investigador Domingos Xavier Viegas.

"Por aquilo que vi e ouvi das palavras ditas pelo professor Xavier Viegas, percebi que aquilo que eram as nossas preocupações e as nossas certezas estão agora contidas no relatório”, sublinhou o dirigente. "A proteção civil em Portugal funciona como um órgão coordenador de toda a atividade da estrutura de proteção civil, mas no terreno os operacionais é que comandam", considerou Jaime Marta Soares, defendendo uma estrutura de comando único, para uma "intervenção logo a partir do momento zero". Jaime Soares afirmou que a "descoordenação não se sentiu só naquele incêndio, houve noutros incêndios este ano e já também em anos transatos, e por isso há que procurar as soluções adequadas a situações que não dão tempo de espera".

Depois de analisar o relatório, Miguel Macedo, o ministro da Administração Interna, enviou o documento para a Assembleia da República, para a ANPC e para os presidentes da Liga dos Bombeiros Portugueses e das câmaras municipais de Tavira e São Brás de Alportel.

Num primeira reação, o presidente da Câmara Municipal de Tavira considerou que as conclusões do relatório sobre os incêndios de julho vão ao encontro da análise das autarquias, defendendo o reforço de verbas para a prevenção de fogos florestais. Ainda segundo o autarca Jorge Botelho o documento agora concluído "vai na linha do relatório da Liga dos Bombeiros Portugueses que referia que houve um conjunto de falhas neste combate associadas também a algumas questões do próprio terreno".

Para o autarca, neste momento, os esforços devem estar concentrados na recuperação das áreas ardidas, pretendendo "aproveitar a disponibilidade do Governo para ajudar a repor o potencial produtivo, o apoio aos casos sociais e os trabalhos na área agrícola".

"É importante que se faça o cadastro para podermos ir ao encontro das preocupações de proteção da floresta mediterrânica, ou seja, a necessidade de replantar corretamente com espécies adequadas, com mais organização", destacou.

Para Jorge Botelho este é também o momento para dar formação aos profissionais de proteção civil e de defesa da floresta e de disponibilizar meios para fazer a prevenção e limpeza da floresta.

"A ideia de que uma parte do dinheiro da proteção civil poder reverter para a limpeza das matas é muito interessante e considero que tem toda a oportunidade de fazer caminho depois da avaliação deste processo", acrescentou.

Também o presidente da Câmara Municipal de São Brás de Alportel é da opinião que as conclusões do relatório estão em sintonia com a análise das autarquias e espera que sejam feitas retificações.

A dificuldade de reposicionamento de meios, a falta de meios perante a dimensão que o incêndio atingiu, alguma descoordenação na determinação de alguns locais e falhas no conhecimento total do terreno por parte dos coordenadores são pontos destacados pelo autarca António Eusébio. "Efetivamente, sentimos alguma demora na chegada dos meios, nomeadamente a 19 de julho quando o incêndio se propagou até São Brás de Alportel, tarde fatídica em que o incêndio ganhou uma dimensão de tal ordem que acabou por dificultar muito mais a intervenção no terreno", recordou o presidente da câmara.

Os incêndios que atingiram a Serra do Caldeirão, entre Tavira e São Brás de Alportel, de 18 a 21 de julho, queimaram uma área aproximada de 24 mil hectares, sobretudo espaços florestais, de acordo com o Instituto de Conservação da Natureza e Florestas.

O relatório independente foi pedido em agosto pelo ministro da Administração Interna, Miguel Macedo, que alegou que a avaliação da ANPC não apresentava "recomendações, nem eventuais medidas corretivas a adotar em ocorrências similares".

ANPC faz leitura solitária

Alguns dias depois do relatório ter sido entregue ao Governo, a Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) veio a público dizer que o documento confirma as observações já anteriormente apontadas, congratulando-se por este não atribuir falhas à coordenação dos meios de combate.

Numa nota tornada pública, a ANPC manifesta satisfação pelo facto de a avaliação, feita por especialistas do Centro de Estudos sobre Incêndios Florestais da Universidade de Coimbra, "corroborar", em alguns aspetos, o relatório produzido pela Proteção Civil e entregue em agosto ao ministro da Administração Interna. Entre as "condicionantes da máxima relevância" identificadas pelo relatório independente, a ANPC destaca "as condições de propagação do incêndio, as dificuldades impostas pela dispersão de edificado e presença humana, a orografia desafiante ao combate, longas distâncias a percorrer e simultaneidade de ocorrências, locais e nacionais".

A Proteção Civil realça ainda o facto de não fazer alusão a falhas de coordenação dos meios de combate, e de reconhecer a estratégia de defesa de pessoas e bens, apesar de admitir que há aspetos sem "total coincidência na apreciação dos factos".

No comunicado, a Autoridade Nacional de Proteção Civil refere ainda que as recomendações propostas vão ser analisadas no âmbito do balanço do Dispositivo Especial de Combate e Incêndios Florestais (DECIF).

Xavier Viegas desafia MAI a não colocar conclusões na gaveta: Faltou antecipação e análise

O relatório não deixa margem para dúvidas. Domingos Xavier Viegas aponta várias falhas decorrentes da ‘frágil’ estrutura de prevenção, dificuldade de perceção do sistema de comando da localização do fogo e falhas na previsão da sua evolução. Em declarações ao ‘BP’, o investigador de Coimbra sublinha que este não foi um incêndio qualquer mas a incapacidade de antecipação foi determinante para tudo o que aconteceu após o ataque inicial.

Texto: Patrícia Cerdeira

“Um dos principais problemas que encontrámos na gestão deste incêndio foi a de que não existia no Posto de Comando (PC) uma visão atualizada e correta da localização e possível evolução do incêndio. Este fato pesou, juntamente com outros fatores, na deficiente avaliação do potencial do incêndio em todas as suas frentes, o que conduziu a um atraso na resposta que as circunstâncias porventura requeriam”. É desta forma que o relatório coordenado por Xavier Viegas sintetiza a “incapacidade” demonstrada na avaliação daquele teatro de operações.

Em 214 páginas o relatório de caráter técnico e científico coloca preto no branco todas as fragilidades e potencialidades registadas, num incêndio de características complexas e que na opinião do investigador testou o SIOPS na sua capacidade máxima, desde que o Sistema Integrado de Operações de Proteção e Socorro foi instituído em 2006.

O documento sublinha como decisivos os seguintes fatores: “Condições de extrema secura da vegetação; ausência quase geral de faixas de descontinuidade; elevada densidade de casario e de pequenas habitações, relevo, elevada distância a distritos que pudessem fornecer meios de reforço; simultaneidade de ocorrências, avarias nos meios aéreos e subavaliação do potencial de evolução do incêndio”, sublinha o documento.

Num recado direto ao Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF), responsável pela prevenção estrutural, o relatório denúncia a ausência de “papel interventivo” que a situação exigia. Xavier Viegas propõe mesmo o “reforço do peso dos departamentos de defesa da floresta contra incêndios, “dotando o ICNF de quadros técnicos especializados e dedicados plenamente a este importante problema”.

Dado positivo relatado no documento foi a prioridade dada à segurança de todos os agentes e populações envolvidas. Sublinha-se como meritório a “ausência de sinistrados” num teatro de operações desta dimensão.

Aos bombeiros e outros agentes Xavier Viegas tece rasgados elogios:

“Foi manifesta e reconhecida a dedicação e valentia dos agentes envolvidos, em particular os bombeiros, que se dedicaram com abnegação, muitas vezes com risco de perigo para a sua integridade física e quase sempre com inteiro desapego pelo seu descanso e bem-estar, e da sua vida pessoal e familiar”, pode ler-se na página 149.

Os elogios estendem-se também aos efetivos da GNR, nomeadamente ao GIPS, mas Xavier Viegas diz que “deve ser analisada” a organização e gestão da rede de postos de vigia. No caso em apreço, o relatório denuncia que na zona onde ocorreu o incêndio a rede estava desativada no “período da noite”.

Em vários momentos Xavier Viegas apela ao Governo para que facilita a utilização de meios tecnológicos. Sistemas de deteção precoce por infravermelhos, GPS nas viaturas dos operacionais, registo de imagens nas aeronaves, no fundo, uma panóplia de instrumentos de apoio à decisão que já existem no mercado mas que continuam a ser desvalorizados pelo nosso sistema.

Para as Forças Armadas, Xavier Viegas preconiza uma nova visão com “formação em combate a incêndios” a alguns dos seus efetivos. O investigador diz mais: “(…) Deveria ser agilizada a mobilização dos meios militares para reforço de ações de vigilância e rescaldo. Deveria estudar-se igualmente a necessidade de reforçar os meios da GNR nas ações de evacuação das pessoas”.

Já sobre os meios aéreos, Xavier Viegas insiste numa questão antiga, a utilização de retardantes. “É imperioso haver coordenação dos meios aéreos a fim de evitar perdas de tempo e eficácia e tirar-se assim o maior partido possível deste recurso. Recomenda-se a utilização de produtos químicos nas descargas sempre que possível”. Ainda no que concerne às recomendações, o relatório, que contou com a participação de outros sete especialistas, sublinha que faltaram meios em momentos cruciais:

“Parece-nos que a mobilização de meios poderia ter sido reforçada durante o período seguinte (logo após o ATI), para se poder assegurar a supressão do incêndio durante o dia 19”. E para esta estratégia defende Xavier Viegas deveria ter contribuído de forma mais eficaz a leitura aérea do incêndio: “Nos REVIS aéreos, em que são feitas observações importantes para a tomada de decisões, não se deve limitar o percurso e voo ao perímetro imediato do incêndio, mas antes observar a área envolvente, a fim de se poder conhecer e avalizar as opções referidas”, sublinha.

Entre as inúmeras recomendações inscritas no relatório, destaque para a necessidade de apostar na “comunicação” e “formação” das populações”, para que estas possam constituir equipas de autodefesa”, dotar os autarcas de “maior formação” sobre os problemas associados aos incêndios, entre muitas outras questões.

A terminar, Xavier Viegas deixa um recado claro ao Governo e a todos os que estiveram envolvidos neste grande incêndio: “Se se pode admitir que haja falhas por falta de advertência ou de conhecimento, não é tolerável que, por desleixo, não se tomem em conta os avisos e recomendações que são feitos”, adverte o investigador que dedicou este trabalho técnico a todos os que sofreram na pele as consequências deste incêndio, o maior deste ano.

“Este trabalho é dedicado a todas as pessoas e entidades que sofreram com este incêndio e também às que se esforçaram, de uma forma abnegada e por vezes heroica, antes, durante ou após a sua ocorrência, para minimizar os seus impactes, numa luta que deve ser de toda a sociedade”, escreve o investigador de Coimbra.


por BP

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por Diário de um Bombeiro às 01:45

Segunda-feira, 26.11.12

Teatro de Operações: Chegou a hora da verdade!

A semana iniciada em 12 e terminada em 18 de Novembro protagonizou um conjunto de acontecimentos no âmbito da Protecção Civil e dos Bombeiros que lhe conferiu um particular interesse para todos os que, tal como eu, dedicam uma boa parte do seu tempo a monitorizar e analisar a actualidade do Sistema.

Vejamos a fita do tempo.

No dia 13, o Ministro da Administração Interna, Dr. Miguel Macedo, esteve presente numa audição na Comissão de Orçamento, Finanças e Administração Pública da Assembleia da República (AR), a propósito do Orçamento do Estado para 2013. Nesta ocasião, foi interpelado por vários deputados sobre o Sistema de Protecção Civil e os Bombeiros.

No dia 15, cessou funções como Presidente da Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC) o Major General Arnaldo Cruz, após quase 7 anos no exercício desta função.

Na manhã de 16 de Novembro, tomou posse no MAI o novo Presidente da Autoridade Nacional de Protecção Civil, Major General Manuel Couto.

Ao início da tarde de 16, um tornado atinge Silves e Lagoa, deixando um rasto de destruição e provocando 13 feridos, 5 dos quais graves.

Entretanto, quase à mesma hora do dia 16, o Ministro da Administração Interna inicia uma audição na Comissão de Agricultura e Mar, sobre o incêndio ocorrido em Julho, em Tavira e São Brás de Alportel.

Projectada a fita do tempo, importa agora aprofundarmos o seu conteúdo intrínseco.

No que concerne às audições do MAI na AR, que acompanhei através do Canal ARTV, ressaltam as muitas perguntas que ficaram por fazer (por manifesta falta de informação e formação dos senhores deputados acerca das temáticas em discussão), as perguntas que ficaram sem resposta e a natureza das respostas dadas.

Das respostas dadas, ouvimos uma sobre a Escola Nacional de Bombeiros (ENB) que me provocou perplexidade. Disse o senhor Ministro que, no futuro, a ENB deve ter como missão formar formadores, para, através da Unidades Locais de Formação (ULF), privilegiar a formação de proximidade dos Bombeiros.

Fiquei perplexo porque, no final de 2011, a ENB possuía 948 formadores externos (em regime de prestação de serviços), credenciados em diversas áreas de formação, que, ao longo dos últimos 15 anos, ministraram dezenas de milhar de acções de formação nos quarteis e nas 25 ULF, criadas em várias zonas do país desde 2009.

A formação de formadores constitui o primeiro pilar de missão da ENB, desde que iniciou actividade, em Junho de 1996.

O modelo de descentralização deve ser melhorado e aprofundado. Mas não me parece adequado que o objectivo descentralizador seja apontado como grande reforma para a ENB, quando, no essencial, ela nunca teve qualquer outro desígnio de missão que não fosse este.

A qualidade do socorro prestado pelos Bombeiros não é nenhum milagre. Essa qualidade resulta do trabalho desenvolvido pela ENB em todo o país, ao longo dos últimos 15 anos.

Estou pronto a discutir esta evidência, com os dados objectivos que possuo.

No dia 15, cessou funções o General Arnaldo Cruz e, no dia seguinte, tomou posse o General Manuel Couto como Presidente da ANPC.

Na posse do novo Presidente da ANPC, o Dr. Miguel Macedo anunciou a intenção de reorganizar o Sistema de Protecção Civil, na base supra distrital, e, na segunda audição na AR, falou numa nova escala intermunicipal para o planeamento de risco e, por consequência, para a estruturação do Sistema. Considero que esta é uma ideia interessante, mas espero que o Dr. Miguel Macedo tenha consciência de que o caminho a percorrer exige algumas pré-condições básicas, nomeadamente: clareza de opção política, rigor na avaliação do modelo em vigor e sustentabilidade técnica e científica do modelo a implementar.

Finalmente, o tornado que varreu Silves e Lagoa, na tarde de 16. Registo, porque é justo que isto seja feito, a boa resposta dada à situação pelo CDOS de Faro e pelos corpos de bombeiros do distrito, prestando um apoio pronto e eficaz à população, vitimada por este episódio meteorológico.

Uma semana vertiginosa, cheia de acontecimentos promissores, mas, também, carregados de dúvidas.

Os tempos que se avizinham são globalmente difíceis e particularmente desafiantes. Exige-se que todos estejam à altura das suas responsabilidades.

O momento exige acções consistentes, alicerçadas em conhecimento, sendo, por isso, dispensáveis as palavras ocas de substância e que anunciem tempos novos, que nunca mais chegarão.

Este é o tempo de se passar das intenções às decisões. Este é o tempo de se materializar o projecto político do Governo para a Protecção Civil e para os Bombeiros.

Afinal, Outubro já lá vai…

Duarte Caldeira

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por Diário de um Bombeiro às 01:43

Segunda-feira, 26.11.12

Chefe Fernando Reis: Faleceu um herói

Perdi um amigo, os Bombeiros da Aguda perderam um excelente operacional e os portugueses perderam mais um herói! Anos depois de ter servido nos Voluntários da Aguda fui visitar o quartel com os meus pais. O carinho com que nos receberam, a forma com que lhes falaram de mim, deixaram os meus pais cheios de orgulho e a mim com um sentimento que nunca irei esquecer. Nesse grupo estava o Reis. 
 
O Reis companheiro no combate aos incêndios, condutor de ambulâncias que tripulei, que partilhou comigo e com outros homens de bem a força no suporte do andor de Nossa Senhora, em Fátima… O Reis excelente bombeiro, sempre disponível, sempre Amigo... Escrevo de coração, emocionado e sem qualquer favor de circunstância. Mas, faltam-me as palavras... O Reis… O Reis faleceu! 
 
O chefe Reis morreu no acidente que pouco me importa saber como se deu! O que me importa é que fiquei sem um amigo. Um amigo que mesmo assim estará no parque de viaturas à minha espera, quando visitar os Bombeiros da Aguda, para me perguntar, com aquele seu sorriso característico, por Lisboa e pelo meu Sporting! 
 
Permitam-me que apresente aqui as minhas sentidas condolências e dê um abraço, forte, à esposa, à filha e restante família, aos camaradas bombeiros e dirigentes dos Voluntários da Aguda e que lamento por todos. Porque todos perdemos um herói!
 
 
João Paulo Teixeira
Ex-2.º comandante dos BV Aguda
Ex-editor do Jornal Bombeiros de Portugal

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por Diário de um Bombeiro às 01:41

Segunda-feira, 26.11.12

Socorro pré-hospitalar: Bombeiros garantiram 80 por cento na última década

Nos últimos 10 anos, entre 2001 e 2011, as associações e corpos de bombeiros portugueses foram responsáveis por 80 por cento das intervenções de socorro pré-hospitalar accionadas através do 112/centros de orientação de doentes urgentes (CODU) do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM).

Para o presidente do conselho executivo da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), comandante Jaime Soares, ”os números atestam a importância que os bombeiros detém e que tem vindo a aumentar no seio da sociedade portuguesa pese embora a crise a que também tem tido que responder”.

Mais de 4,7 milhões de intervenções (2001/2011) foram asseguradas pelos bombeiros contra os 1,2 milhões que couberam directamente às estruturas do INEM.

Para responderem a um tão grande número de pedidos de socorro pré-hospitalar os bombeiros socorreram-se sempre de meios humanos próprios.

Para o comandante Jaime Soares, “essa capacidade e qualidade de resposta atesta o nível crescente de competência que os bombeiros adquiriram ao longo de anos no domínio do pré-hospitalar, apesar das falhas ocorridas no domínio da oferta de formação”.

“São também exemplo da competência e preparação técnica dos bombeiros os inúmeros partos que têm feito com êxito total nas suas ambulâncias nos últimos anos”, sublinha o presidente da LBP.

Das 4,7 milhões de intervenções dos bombeiros, 3,6 milhões foram realizadas com as 228 ambulâncias INEM distribuídas pelas associações e corpos de bombeiros, reforçadas também com as ambulâncias próprias dos bombeiros, no âmbito dos chamados Postos de Emergência (PEM) protocolados entre o Instituto e as entidades detentoras de bombeiros. No universo dos bombeiros com PEM os pedidos de intervenção duplicaram na última década.

Os restantes 1,1 milhões de intervenções realizadas por bombeiros inserem-se no protocolo existente entre o INEM e 205 associações e corpos de bombeiros como Postos de Reserva (Reserva). Neste caso, todas as ambulâncias utilizadas são propriedade das associações e corpos de bombeiros e, na última década (2001/2011) o número de pedidos triplicaram.
 
 
por BP

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por Diário de um Bombeiro às 01:39

Segunda-feira, 26.11.12

Fogo posto foi a causa de 22 por cento dos incêndios florestais

A negligência está na origem de 44 por cento dos fogos na floresta. Uma parte significativa não é investigada por falta de meios.

O Serviço de Protecção da Natureza e do Ambiente (Sepna) da GNR, responsável pela investigação das causas dos incêndios florestais, terminou este ano 3943 inquéritos, tendo concluído que a maioria (44 por cento) é de origem negligente. Os fogos intencionais representam 22 por cento do total e as causas naturais são responsáveis por apenas dois por cento das ignições investigadas. Não foi possível determinar a causa de um terço dos fogos.

Os números não são muito diferentes do ano passado, em que o fogo provocado por incendiários foi a causa de 26 por cento dos casos investigados. As negligências, que explicam a maioria dos fogos, são reportadas ao Ministério Público, que normalmente delega na GNR a investigação, adianta o responsável do Sepna, o tenente-coronel José Grisante. Quem provocar um incêndio florestal com um comportamento negligente incorre numa pena de prisão até três anos ou multa. Mas não há dados sobre condenações.

Quando a GNR detecta indícios de crime doloso, o Sepna reporta o caso à Polícia Judiciária (PJ), que possui competência reservada sobre este ilícito. Mas a informação recolhida pelos militares é muitas vezes relevante para as detenções. Isso mesmo é assumido pela PJ nos seus comunicados, como acontece com uma das duas detenções anunciadas ontem. A Directoria de Lisboa e Vale do Tejo "identificou e deteve, com a colaboração dos Serviços de Protecção Florestal da GNR, um homem, de 38 anos de idade, casado, ex-madeireiro e actualmente auxiliar agrícola, pela presumível autoria de três incêndios que destruíram 21 hectares de eucaliptal", na zona de Santarém, lê-se na nota. O suspeito fica obrigado a apresentar-se duas vezes por semana às autoridades. Também ontem foi anunciada a detenção de um homem de 52 anos, em Ribeira de Pena, suspeito de atear um fogo a 31 de Julho. "O arguido, com antecedentes criminais como incendiário e que agia por deslumbramento e prazer perante o espectáculo das chamas, é suspeito de ter feito deflagrar outros fogos", diz outro comunicado. Ficou apenas com termo de identidade e residência. Até ontem, a PJ deteve 24 suspeitos de incêndio florestal, 12 dos quais ficaram em prisão preventiva. Foi o caso do homem de 32 anos, suspeito de atear o incêndio de Castro Daire, que estava a cumprir pena de prisão (pelo mesmo crime), em regime de dias livres.

Mas uma parte significativa das ocorrências não é investigada por falta de meios. José Grisante garante, contudo, "a investigação de todos os fogos com uma área ardida superior a 100 hectares e mais de 80 por cento dos fogos entre os dez e os 100 hectares".

Chamas em Alijó cortaram trânsito no IP4 em ambos os sentidos

O reacendimento de um incêndio em Alijó, Vila Real, obrigou ao corte do Itinerário Principal 4, que liga Amarante a Bragança, durante perto de duas horas na tarde de ontem. Ao início da noite, o incêndio continuava com duas frentes activas numa área de mato com pinheiros dispersos, tendo passado para o concelho de Murça.

Pouco antes, o segundo-comandante operacional distrital, Almor Salvador, dava conta ao PÚBLICO de que o combate estava a correr bem e que esperava ter o incêndio dominado até ao fim da noite. "Esperemos que os ventos não nos troquem as voltas", dizia. A página da Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC), às 21h00, contabilizava 188 ignições ao longo do dia, quatro das quais estavam activas. Além do fogo de Alijó, que mobilizava 95 combatentes e 22 veículos, havia um outro em Figueira de Castelo Rodrigo, Guarda, também com duas frentes activas. Outros dois eram dados como dominados.

Um deles era o fogo que já destruiu cerca de metade da Mata do Cabril, uma das três áreas de protecção integral do Parque Nacional da Peneda-Gerês. O comandante distrital de Viana do Castelo, António Antunes, explicava ao fim da tarde por que é que o incêndio que começou na sexta-feira passada ainda não estava extinto. "Neste momento, o incêndio está confinado e estamos a tentar que não saia daí, construindo um aceiro. Mas só para chegar ao fundo da encosta do Cabril os homens demoram duas horas e meia", realçou. O fogo continuava ao fim do dia com duas frentes, apesar da Protecção Civil o considerar dominado. "Uma virada a Noroeste, com início na linha de água, a ser contida por um aceiro, com o apoio de uma máquina de rasto e pessoal apeado, e uma segunda virada a nordeste", lia-se no site da ANPC.

PSD pede medidas

O líder do PSD quer saber como será defendida a área que ainda não ardeu neste Verão para não se repetirem erros do passado. De visita à área ardida em S. Pedro do Sul, Passos Coelho pediu ontem alterações à utilização económica da floresta e, citado pela Lusa, criticou "a fraca intervenção" dos ministérios da Agricultura e do Ambiente no ordenamento do território.


por Publico

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por Diário de um Bombeiro às 01:37


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