A Ação Solidária “Um pão pode salvar um coração”, lançada pelo Museu do Pão no passado mês de maio, permitiu a angariação de fundos para a realização de três Cursos de Suporte Básico de Vida oferecidos pelo Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) a Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) de todo o país. Estes cursos realizam-se amanhã.
Realizam-se amanhã três cursos de Suporte Básico de Vida (SBV) dirigidos a profissionais de várias IPSS do Norte, Centro e Sul do país. A realização destes cursos, que vão abranger um total de 60 formandos, foi possível graças à campanha lançada no mês de maio pelo Museu do Pão.Durante os meses de maio e junho, por cada embalagem de Pão São Coração vendida nas lojas Pingo Doce, parceiro desta iniciativa, uma parte do valor do produto reverteu a favor desta causa. O sucesso desta campanha permitiu que as 19 instituições que se inscreveram na iniciativa tenham ganho cursos de SBV do INEM.
O Museu do Pão desenvolveu um conceito de pão saudável a que chamou Pão São, escolhendo para esta campanha, o Pão São Coração, que possui uma mistura de cereais selecionados ricos em fibras, vitaminas, sais minerais, Ómega 3. Tem também uma quantidade reduzida de sal, o que constitui um importante contributo para uma dieta diária equilibrada, indicado na prevenção de doenças cardiovasculares.
O grande objetivo desta ação solidária foi habilitar colaboradores de várias IPSS que atuam na área do apoio social e comunitário a prestar cuidados de assistência a vítimas de acidente ou doença súbita até à chegada do INEM, já que em casos de Emergência cada minuto conta e uma assistência correta pode fazer toda a diferença. A cerimónia que assinala este apoio do Museu do Pão terá lugar amanhã, dia 31 de outubro, às 14 horas, no Centro de Formação de Lisboa, que se localiza junto à sede do INEM.
"Filhos de Gente Grande" é o titulo da Campanha de Angariação de Fundos que se encontra a decorrer - Clique gosto e partilhe com os seus contactos - ESTA É A SUA FAMILIA - CONSEGUE FICAR INDIFERENTE?
A bacia hidrográfica que fornece água ao Sotavento algarvio ainda está coberta por detritos do fogo. As ravinas, despidas de vegetação, poderão transformar-se num rio de cinzas a desaguar no litoral.
A chuva dos últimos dias foi uma "bênção" para a serra do Caldeirão, depois do grande incêndio do Verão passado. Os ramos verdes, a rebentar na ponta dos troncos negros dos sobreiros, destacam-se na paisagem de cinza. Mas há uma ameaça que paira sobre a região: os cerca de 25 mil hectares de floresta ardida podem transformar-se num gigantesco balde de cinzas a despejar em Odeleite - a barragem que fornece a água a metade do Algarve.
A estabilização do solo não foi ainda efectuada, as árvores queimadas estão por remover, e há famílias, a quem quase tudo o fogo levou, a viverem em situação precária.
Maria de Lurdes, 86 anos, está sentada, de braços cruzados, na "venda" do monte Cabeça do Velho. Aproxima-se a hora do almoço, aguarda-se a chegada do padeiro. Pela porta entram salpicos de chuva, empurrados pelo vento. A mulher, vestida de preto, deixa que as gotículas lhe cheguem aos sapatos. "É uma bênção", diz.
Estamos numa das localidades mais fustigados por um dos maiores incêndios registados em Portugal nas últimas décadas. As chamas, durante quatro dias, devoraram 24.843 hectares de floresta. Apesar de ter sido mobilizado um contingente de mais de mil homens, auxiliados por meios aéreos, a tragédia não foi evitada. No balanço, ficaram as críticas (ainda sem consequências) à "falta de coordenação" dos bombeiros, deslocados de todo o país.
O Governo foi célere em prometer apoios sociais às famílias mais carenciadas, recuperação das habitações destruídas e reabilitação dos terrenos ardidos. O que falta é concretizar a maior parte dessas medidas. E há gente infeliz, com pudor em se manifestar.
Maria de Lurdes ficou sem meios de subsistência. "Ardeu-me quase tudo, se não fosse a pequena pensão que recebo, morria de fome." Uma parte da casa, onde guardava as batatas e outros produtos da terra, ardeu. "Mandei pôr uma chapas de zinco, gastei os tostões que tinha."
No passado mês de Setembro, antecipando a época das chuvas, estava previsto o início da reabilitação das 18 casas queimadas no concelho de São Brás de Alportel, mais sete no concelho de Tavira. Só na passada sexta-feira é que os municípios assinaram, em Lisboa, o contrato local de desenvolvimento social que permitirá uma intervenção mais efectiva junto das famílias carenciadas. Até agora, apenas foram atribuídos apoios pontuais, no valor de 400 euros por pessoa do agregado familiar, para fazer face a necessidades consideradas mais urgentes.
Mas não chegou a todos. "Ouvi falar nisso, mas eu não recebi nada", diz Maria de Lurdes, virando o olhar para a rua, como que a dizer que se esqueceram dela. "Se calhar acharam que era rica", observa, com ironia, a vizinha Maria Inácia. E acrescenta: "Ela não tem familiares. Se não mandasse arranjar a casa, ficava à chuva."
Estabilizar os terrenos
A Secretaria de Estado da Solidariedade e Segurança Social atribuiu uma primeira verba de 188 mil euros para fazer face às situações mais urgentes, de natureza social. Esta semana, o secretário de Estado, Marco António Costa, assinou com os autarcas locais a libertação de mais 900 mil euros para São Brás de Alporte e 650 mil para Tavira, destinados a recuperar habitações, cujas obras deveriam ter sido realizadas em Setembro. O atraso, justificou o presidente da Câmara de São Brás de Alportel, António Eusébio, "deveu-se a problemas burocráticos".
Os incentivos para a recuperação do espaço rural vão depender agora dos apoios do programa Proder (desenvolvimento rural), que tem candidaturas abertas até ao final do mês. O montante previsto para a "estabilização de emergência" dos solos atingidos pelos incêndios é de quatro milhões de euros de euros.
A Associação de Produtores Florestais da Serra do Caldeirão, sedeada no Barranco do Velho, elaborou projectos para uma área de 3500 hectares, dos quais cerca de mil correspondem a proprietários individuais. Os restantes inserem-se em zonas de intervenção florestal.
As acções que estão previstas, diz o agricultor José Sousa Pedro, da Cova da Muda, "chegam tarde, porque, se a chuva aumentar de intensidade, as cinzas que aí estão espalhadas vão desaguar na barragem de Odeleite". Este receio é partilhado pelo presidente da Câmara de Tavira, Jorge Botelho. "Ainda não chegaram aqui abaixo [as cinzas], mas há, de facto, esse perigo". O autarca do vizinho concelho de São Brás de Alportel teme que a situação se agrave. "Podemos ter sérios problemas, no que diz respeito à estabilização do solo e às linhas de água."
De resto, o relatório elaborado, após o incêndio, pela Unidade de Defesa Florestal, do Instituto da Conservação da Natureza, alertava para o perigo de contaminação das linhas de água, por via do arrastamento das terras, chamando a atenção para o facto de a área atingida compreender a bacia do rio Gilão e as subacias da Foupana e Odeleite, afluentes do rio Guadiana. A área apresenta, lê-se no documento, "condições propícias à erosão por ravinamento". Por outro lado, sublinha, a albufeira de Odeleite por fornecer a água ao Sotavento, "exige uma atenção redobrada".
O agricultor José Sousa Pedro não têm dúvidas: "A cinza vai ter à barragem. Na parte que me toca, já andei a limpar a ribeira." Frisa que, se "nada for feito, vai ser muito complicado". Quanto a apoios, acha que isso é assunto para esquecer. "Não vou apresentar candidatura ao Proder, porque dão com uma mão, tiram com a outra. A minha irmã apresentou um projecto de reflorestação e ficou desiludida. O que recebeu não paga as chatices que tem tido", justificou.
Falta a bolota para o porco e o futuro para as pessoas
Os sobreiros e medronheiros arderam, o porco ainda ficou com o rabo chamuscado, mas salvou-se. "O veterinário deu-lhe duas injecções, ficou bom", diz o lavrador Albino Henrique, no sítio das Lajes, no limite do concelho de Tavira com São Brás de Alportel.
No monte arderam duas casas e, ao contrário do que se poderia prever, já foram recuperadas. "A câmara [São Brás de Alportel] veio arranjar", conta Albino Henriques. O presidente do município, António Eusébio, explica: "Nalgumas situações não pudemos ficar à espera das ajudas do Governo, tivemos que intervir de imediato."
O autarca entende, porém, que o problema é mais vasto, uma vez que a vida das pessoas não se fica pelas casas, estende-se ao espaço envolvente. "Se não forem recuperados os terrenos ardidos, daqui por dois ou três anos voltamos a falar no perigo dos incêndios, e cada vez há menos pessoas na serra", alerta. O fogo destruiu o montado, os sobreiros e as azinheiras, e os porcos ficaram sem bolotas para comer. Perdeu-se assim uma das principais fontes de rendimento da população.
Os montes da serra algarvia dispõem de acessos razoáveis e electrificação, mas as infra-estruturas, "chegaram com três décadas de atraso", observa José Sousa Pedro, lembrando que a falta de perspectivas de futuro levou ao abandono das casas e dos terrenos, "ainda que a luz eléctrica tenha chegado a quase todo o lado".
Custódio Cavaco, um outro morador, comprador de cortiça, avança com mais um pormenor: "Quase todas as vilas tinham um matadouro, agora alguém que crie dois ou três borregos, ou porcos, tem de os levar ao matadouro de Beja." Por isso, conclui, as pessoas deixaram de criar animais. A engorda do porco para consumo próprio ainda se mantém. Quando chega o Natal, "junta-se a família, faz-se uma festa".
O desaparecimento dos sobreiros, uns devido à doença, outros por causa incêndios, está a deixar a serra cada vez mais inóspita e abandonada. "Estas árvores, ardidas, já não vão mais dar cortiça", diz Custódio Cavaco, lembrando que são precisas, pelo menos, três décadas, para que uma árvore desta espécie se torne adulta e dê rendimento. Por isso, o resultado de novas plantações que se venham a fazer, observa, "já não vai ser para os que cá estão".
Um rasto de desilusão percorre os povoados quase desertos, que salpicam a montanha. Chove na Cabeça do Velho. E a água, a escorrer pelas telhas, faz renascer a esperança de que ainda haja vida depois do incêndio. Mas o horizonte está carregado de nuvens negras.
Os três helicópteros da Administração Interna começam hoje a operar para o INEM, juntando-se aos outros dois que o instituto aluga em exclusivo para a emergência médica, uma medida que irá gerar uma poupança de 2,5 milhões por ano.
O presidente do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), Miguel Soares de Oliveira, disse à agência Lusa que esta partilha tem vantagens e desvantagens, tendo em conta a dimensão dos helicópteros da administração interna que agora passam a atuar na área da emergência médica.
Até agora, o INEM tem pago dez milhões de euros anuais pelo aluguer de cinco helicópteros estacionados em Lisboa, Porto, Macedo de Cavaleiros, Aguiar da Beira e Loulé, e manterá apenas três em Lisboa, Beja e Vila Real.
Pelo uso dos helicópteros da Administração Interna – que estarão estacionados com equipa médica em Santa Comba Dão, Loulé e Ponte de Sor (de reserva) – o INEM pagará um milhão de euros anuais.
Estes dois meios aéreos são maiores do que os que até agora estavam alugados pelo INEM, o que facilita um transporte de um maior número de pessoas, seja de equipas de profissionais de saúde ou de feridos.
Miguel Soares de Oliveira reconhece que a maior dimensão dos helicópteros da Administração Interna pode ser uma desvantagem, pois os pilotos “têm de procurar locais de aterragem mais capazes e alargados”, mas realça que “este é um exercício que os pilotos estão habituados a fazer”.
Também a partir de hoje entram em funcionamento 23 Postos de Emergência Médica (PEM), os quais resultam da entrega aos bombeiros de uma ambulância de emergência médica, equipada com todo o material necessário para uma abordagem de Suporte Básico de Vida (SBV), em situações de doença e de trauma, bem como de equipamento de desfibrilhação.
“O INEM transfere para a esfera dos bombeiros um importante financiamento que servirá, na maior parte dos casos, para a emergência médica pré-hospitalar, mas também como reforço da sua capacidade financeira para outras atividades”, reconheceu Miguel Soares de Oliveira.
Isto porque o INEM atribui a cada um destes postos “um importante subsídio periódico”, que “reforça não só a capacidade financeira para suportar esta atividade, como em muitos casos complementa a ação global dos corpos de bombeiros que, nesta fase, passam por algumas dificuldades”, disse.
O pagamento é feito consoante o número de saídas por mês: 6.000 euros por trimestre para menos de 100 saídas por mês, 7.500 euros por trimestre para entre 100 a 250 saídas por mês e 10.500 por trimestre para mais de 250 saídas por mês.
Estes postos preveem uma formação aos seus tripulantes em técnicas de emergência, de trauma e de abordagem de doentes em situação de doença súbita.
Entre investimento em viaturas, formação e equipamento, o INEM vai investir este ano 3,5 milhões de euros.
Na prática, o número de ambulâncias aumentará cinco por cento (mais 21 viaturas), passando para 370, representando um “reforço importante da capacidade de intervenção mais diferenciada”.
O incêndio que deflagrou, esta terça-feira, num prédio no Largo do Conde Barão, em Lisboa, foi dado como extinto às 7 horas e está em fase de rescaldo, disse à agência Lusa fonte do Regimento de Sapadores de Bombeiros.
O incêndio deflagrou às 4.23 horas numa cobertura de um prédio de dois andares num largo perto da zona de Santos e não causou vítimas, apenas danos materiais provocados pela água usada no combate ao incêndio.
"Inicialmente pensávamos que o prédio de dois andares estava devoluto, mas depois percebemos que não estava devoluto, não estava era habitado, apenas o rés-do-chão está ocupado por um restaurante", adiantou a mesma fonte.
De acordo com o Regimento de Sapadores de Bombeiros de Lisboa, o prédio fica localizado numa esquina de duas ruas: o Boqueirão do Duro e o Largo do Conde Barão, onde estava localizado o restaurante bem como a entrada do prédio.
A mesma fonte adiantou que houve necessidade de retirar as pessoas dos prédios contíguos por precaução, mas estas já regressaram às suas casas.
"Conseguimos apagar o incêndio na zona da cobertura, mas a água usada no combate causou danos nos restantes andares bem como no restaurante", disse, referindo que ainda não estão apuradas as causas do incêndio.
No local estiveram 41 bombeiros, apoiados por nove veículos.
Angariar dinheiro para comprar novas fardas.É o objectivo da campanha “Juntos por uma Causa” que os bombeiros de Valença se preparam para lançar, como revela o vice-presidente desta associação humanitária, Marco Gandra.
Um leilão de artigos oferecidos pelo comércio local, um jantar de angariação de fundos com animação musical, um desfile de moda e a actuação de ranchos folclóricos são apenas algumas actividades da terceira edição da iniciativa “Valença - Juntos por uma causa”.
No final, o dinheiro angariado será para os bombeiros voluntários.No ano passado a iniciativa rendeu 6 mil euros. Este ano, os bombeiros querem ir um pouco mais longe e chegar aos 10 mil euros.
A iniciativa “Valença - Juntos por uma causa” acontece entre 2 e 4 de Novembro com o objectivo de angariar dinheiro para as fardas de Inverno dos bombeiros de Valença.
Pelo menos 13 pessoas morreram nos Estados Unidos e no Canadá na sequência dos ventos fortes e inundações causadas pela passagem do furacão Sandy.
As autoridades locais dos Estados norte-americanos de Nova Iorque, Nova Jérsia, Pensilvânia, Virgínia Ocidental e da Carolina do Norte deram conta na segunda-feira de 12 mortos, e a polícia de Toronto de um morto.
No Estado de Nova Iorque pelo menos cinco pessoas morreram, no Estado de Nova Jérsia foram registadas duas mortes, na Pensilvânia outras duas, na Carolina do Norte uma, no Maryland outra e na Virginia Ocidental uma mulher também morreu.
O furacão 'Sandy' já atingiu Nova Iorque, que tem ruas inundadas e energia cortada na baixa, está sob fortes ventos e vagas marítimas e já assistiu ao derrube de um guindaste do alto de um edifício, noticia a AFP.
A água do mar irrompeu nas margens dos rios East e Hudson e levou ao corte de energia a gigantes complexos habitacionais em Manhattan.
As inundações arrastaram carros em Brooklyn, enquanto fortes ventos, de 150 quilómetros por hora, deixaram um guindaste pendurado de um arranha-céus de 90 andares e derrubaram a fachada de outro edifício, de três andares, no distrito de Chelsea, sem causar vítimas.
Dezenas de milhares de pessoas ignoraram apelos do 'mayor' de Nova Iorque, Michael Bloomberg, para abandonarem as zonas arriscadas, mas o autarca adiantou que a única vítima do dia tinha sido um 'jogger', que ficou ferido por uma árvore que caiu.
As autoridades nova-iorquinas encerraram o metropolitano e quase todos os túneis e pontes que levam o tráfego para fora de Manhattan.
Com a praça financeira de Wall Street encerrada pela primeira vez desde os ataques terroristas de 11 de setembro de 2001, a polícia foi para vários locais com megafones e carrinhas para persuadir as pessoas a saírem das zonas perigosas.
As autoridades emitiram uma ordem de retirada obrigatória para 375 mil pessoas em risco devido às inundações, com ondas que podem atingir os 3,5 metros, mas a vasta maioria decidir ignorá-la.
À medida que a noite caia, Bloomberg afirmou que já podia ser demasiado tarde par sair.
Nas ruas de Manhattan, os carros da polícia usados para bloquearem ruas estavam a retirar-se gradualmente, à medida que a água avançava.
Escolas e atrações turísticas, como o Empire State Building, estão fechadas e assim devem permanecer. Não se notam carros nas ruas.
Os supermercados venderam quase tudo o que é bateria, lanternas, pão e água.
As autoridades nova-iorquinas encerraram o metropolitano e quase todos os túneis e pontes que levam o tráfego para fora de Manhattan.
A tempestade Sandy - que ao perder força aquando da chegada a terra, passou a ciclone pós-tropical - já atingiu Nova Iorque, que tem ruas inundadas e energia cortada na baixa, está sob fortes ventos e vagas marítimas e já assistiu ao derrube de um guindaste do alto de um edifício, noticia a AFP.
A água do mar irrompeu nas margens dos rios East e Hudson e levou ao corte de energia a gigantes complexos habitacionais em Manhattan.
As inundações arrastaram carros em Brooklyn, enquanto fortes ventos, de 150 quilómetros por hora, deixaram um guindaste pendurado de um arranha-céus de 90 andares e derrubaram a fachada de outro edifício, de três andares, no distrito de Chelsea, sem causar vítimas.
Dezenas de milhares de pessoas ignoraram apelos do 'mayor' de Nova Iorque, Michael Bloomberg, para abandonarem as zonas arriscadas, mas o autarca adiantou que a única vítima do dia tinha sido um 'jogger', que ficou ferido por uma árvore que caiu.
As autoridades nova-iorquinas encerraram o metropolitano e quase todos os túneis e pontes que levam o tráfego para fora de Manhattan.
Com a praça financeira de Wall Street encerrada pela primeira vez desde os ataques terroristas de 11 de Setembro de 2001, a polícia foi para vários locais com megafones e carrinhas para persuadir as pessoas a saírem das zonas perigosas.
As autoridades emitiram uma ordem de retirada obrigatória para 375 mil pessoas em risco devido às inundações, com ondas que podem atingir os 3,5 metros, mas a vasta maioria decidir ignorá-la.
À medida que a noite caía, Bloomberg afirmou que já podia ser demasiado tarde par sair. Nas ruas de Manhattan, os carros da polícia usados para bloquearem ruas estavam a retirar-se gradualmente, à medida que a água avançava.
Escolas e atracções turísticas, como o Empire State Building, estão fechadas e assim devem permanecer. Não se notam carros nas ruas. Os supermercados venderam quase tudo o que é bateria, lanternas, pão e água.
As tempestades que se abatem sobre diversas regiões do continente americano são sinais das alterações climáticas e só irão piorar, alertaram ontem peritos reunidos numa conferência, na capital do Peru, noticia a AFP.
Os especialistas referiam-se ao furacão 'Sandy', que está a fustigar a costa Leste dos EUA, e às chuvas diluvianas que têm afetado a Argentina.
"Estas tempestades são um sinal de alarme e, mesmo que isto pareça um pouco catastrofista, a verdade é que o impacto [das alterações climáticas] já é muito grave e só pode piorar", disse um biólogo mexicano especialista em clima, Adrian Fernandez, à agência noticiosa.
Por sua parte, o perito britânico Nicholas Stern afirmou, por videoconferência, que "o preço da ignorância dos efeitos das alterações climáticas vai traduzir-se pela subida da temperatura no mundo, o que só vai agravar a situação".
Um centena de cientistas, responsáveis governamentais e peritos vindos de 14 países estão a participar numa conferência internacional em Lima, intitulada "Inter-climat 2012", para examinar os progressos realizados na integração das alterações climáticas no processo de desenvolvimento e nos setores económicos.
Fernandez considerou que "o que está feito é insuficiente, seja onde for", acrescentando que "a situação é urgente em termos de tempo".
Na Argentina, as chuvas semearam ontem o caos em Buenos Aires e nos arredores da capital e a morte de uma pessoa.
O furacão 'Sandy', precedido de ventos violentos e fortes chuvas, chegou à costa Nordeste dos EUA ontem à noite, na proximidade de Atlantic City, no Estado de Nova Jérsia, depois de já ter causado pelo menos 66 mortos durante a sua passagem pelas Caraíbas.
A guarda costeira norte-americana anunciou nesta segunda-feira ter salvado 14 dos 16 tripulantes do veleiro ‘HMS Bounty’, apanhado pelo furacão ‘Sandy’ ao largo da Carolina do Norte.
O governo francês anunciou o desaparecimento de franceses entre as ilhas de Martinica e Dominica, nas Caraíbas, devido à passagem do ‘Sandy’.
Brandyn Hill, da Guarda Costeira dos EUA, disse que as 14 pessoas foram salvas em dois helicópteros cerca das 06h30 locais.
Um avião Hércules C-130, ao qual deverá juntar-se um terceiro helicóptero, continua na zona a tentar encontrar os dois membros da tripulação ainda desaparecidos.
O furacão ‘Sandy’ forçou os membros da tripulação - que a Guarda Costeira diz agora serem 16 e não 17 como inicialmente referido - a abandonar o navio, em dois botes salva-vidas.
O veleiro foi apanhado pela tempestade a 90 milhas (144 quilómetros) a sudeste de Hatteras, ao largo do Estado norte-americano da Carolina do Norte.
A directora da organização ‘HMS Bounty’, Tracie Simonin, disse que o navio partiu do Connecticut na semana passada com destino à Florida e acrescentou que a tripulação tem estado em contacto permanente com o Centro de Furacões norte-americano, tendo tentado contornar a tempestade.
Entretanto, o Ministério dos Transportes de França informou que seis ou sete franceses estão desaparecidos no mar entre as ilhas Martinica e Dominique.
Segundo o ministério, os franceses desapareceram no domingo à noite na sequência de uma grande vaga provocada pela passagem do furacão.
O furacão "Sandy" forçou os 16 membros da tripulação do veleiro "HMS Bounty" a abandonar o navio, em botes salva-vidas. Em terra, dois dos três túneis rodoviários de Nova Iorque foram fechados e foram suspensos os serviços de transportes públicos, enquanto em Washington todos os serviços públicos estão encerrados.
O "HMS Bounty" foi construído em 1962 para o filme de 1962 "Revolta na Bounty" (com Marlon Brando) e que aparece também no filme "Piratas das Caraíbas" (com Johnny Depp)
A Guarda Costeira dos EUA recolheu 14 dos 16 membros da tripulação do veleiro "HMS Bounty", forçados a abandonar o navio, em botes salva-vidas, depois de apanhados pelo furacão "Sandy". Dois estão desaparecidos.
A tripulação vestiu trajes de sobrevivência em água fria e coletes salva-vidas e abandonou o "Bounty" em dois botes salva-vidas com capota, e capacidade para 25 pessoas, após o navio ter sido apanhado na tempestade provocada pelo "Sandy", a 90 milhas (144 quilómetros) a sudeste de Hatteras, ao largo do Estado norte-americano da Carolina do Norte.
O proprietário do navio, construído para o filme de 1962 "Revolta na Bounty" (com Marlon Brando) e que aparece também no filme "Piratas das Caraíbas" (com Johnny Depp), disse ter perdido o contacto com a tripulação, no domingo à noite.
Mais tarde, o centro de comando da Guarda Costeira, em Portsmouth, recebeu um pedido de socorro, confirmando que o navio estava em perigo e a localizar a posição da embarcação.
"O navio estava a meter água e sem propulsão", disse o comunicado da Guarda Costeira, acrescentando que no local de faziam sentir ventos de 65 quilómetros por hora e ondas de cinco metros.
O atual "HMS Bounty" é uma réplica do navio britânico do mesmo nome, conhecido pela revolta da tripulação, que teve lugar no Taiti, em 1789.
O "Sandy" regista ventos máximos de 120 km/hora e avança no sentido nordeste a uma velocidade de 24 km/h, devendo atingir o território norte-americano entre o estado de Delaware e o sul de Nova Jérsia, segundo o Centro de Furacões dos Estados Unidos.
Os efeitos do furacão deverão fazer-se sentir desde Washington a Nova Iorque, onde já foi ordenada a retirada de 375 mil pessoas.
O governador do Estado de Nova York, Andrew Cuomo, anunciou o fecho, esta segunda-feira à tarde, dois dos três túneis de Manhattan por causa do risco de inundações causadas pelo furacão Sandy.
O Holland Tunnel e Brooklyn-Battery serão fechados ao tráfego a partir das 14 horas (18 em Portugal continental), disse o governador, em conferência de imprensa.
Em Washington, Nova Iorque e Filadélfia foram suspensos os serviços de transportes públicos e na capital norte-americana todos os serviços públicos estarão encerrados, a par de várias instituições, como o Fundo Monetário Internacional.
O presidente norte-americano, Barack Obama, declarou o estado de emergência nos estados de Massachusetts, Maryland, Nova Iorque e Columbia.