A Câmara da Guarda decidiu não inscrever no seu plano de actividades e orçamento (para este ano) qualquer subsídio à Associação dos Bombeiros Voluntários Egitanienses. Nem um cêntimo. Assim, também não assinou qualquer protocolo de colaboração com aquela entidade. O facto tem provocado tristeza e polémica na cidade, pois é muito difícil de entender que uma autarquia não apoie os seus Bombeiros (os únicos, pois não há bombeiros profissionais na cidade).
Refira-se que a decisão da Câmara se inscreve numa opção radical: não subsidiar, neste ano, as colectividades do concelho. Baseia-se, também, numa promessa: pagar, neste ano, os subsídios atrasados às colectividades. Eu e outros cidadãos preferiam que, ao invés de se optar por uma solução radical e por uma promessa de recurso, existisse no concelho um verdadeiro apoio selectivo às colectividades que, realmente, trabalham. E que esse apoio fosse baseado em critérios objectivos e em avaliação técnica corajosa. Só assim desapareciam da lista de "apoiados" grupos e colectividados que andam há anos a receber apoios sem que o mereçam (grupos fantasmas, outros que pouco fazem e colectividades de vão de escada). Mas, claro, entende-se que a Câmara tenha tido a necessidade de "pôr ordem na casa". Tem legitimidade para tal e a crise a isso obriga.
Porém, os Bombeiros não integram uma colectividade qualquer. Eles prestam um serviço público indispensável e nós deveríamos agradecer-lhes o trabalho que têm! Não podem ser tratados com uma qualquer colectividade de amigos que jogam ao dominó para "passarem" o tempo. Os bombeiros deveriam ter sido tratados, pois, como uma excepção pelo facto de prestarem serviços relevantes à comunidade.
Porém, ainda estamos a tempo. É sinal de inteligência e de sensibilidade alterar a posição inicial se ela se revela errada. Como cidadão da Guarda peço à autarquia que apoie os Bombeiros para que eles nos ajudem. Acredito que a Câmara encontrará uma solução que não seja humilhante para uma colectividade que tanto tem beneficiado a cidade.
Fonte: Café Mondego