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Sábado, 10.09.11

Bombeiro que Trabalhou no 11 de Setembro diz temer Novos Ataques

Os ataques ocorridos há dez anos resultaram em quase 3.000 vítimas; mais de 300 bombeiros novaiorquinos morreram tentando salvar vítimas dos atentados

Dez anos após atentados (AFP)
O oficial reformado do Corpo de Bombeiros de Nova York, Dan Daly, que trabalhou no resgate às vítimas do 11 de Setembro, disse nesta sexta-feira (9) que "teme um novo atentado terrorista" e que a sociedade norte-americana "é menos feliz" do que antes dos ataques. “Temo um novo atentado terrorista. Vai acontecer. Só temos que saber onde e quando”, alertou o capitão, durante uma videoconferência no Consulado Geral dos Estados Unidos no Rio de Janeiro.

“Precisamos eliminar as raízes dos terroristas. A sociedade americana é menos feliz do que era antes do 11 de setembro. Temos um temor no futuro, as fronteiras não são mais intransponíveis”, acrescentou.  “É uma lembrança difícil e triste neste dia que a humanidade sofreu tanta injúria. Nada muda tanto a vida de uma pessoa como um sentimento de horror. Hoje há um sentimento de frustração, cólera e vulnerabilidade”.

Os ataques ocorridos há dez anos resultaram em quase 3.000 vítimas; mais de 300 bombeiros novaiorquinos morreram tentando salvar vítimas dos atentados. Dan Daly serviu por 24 anos no Corpo de Bombeiros da Cidade de Nova York. Sobre o trabalho no dia 11 de setembro de 2001, ele contou que depois do trabalho, os bombeiros faziam orações: “Nós trabalhamos durante muitas horas sob os destroços e perdemos 343 companheiros que estavam nos resgates. A gente ia trabalhar e depois comparecia aos enterros dos colegas. Era um estado de exaustão que encontrávamos todos. Depois de trabalhar nos destroços a gente precisava rezar. Dizem que não há ateus nos lugares de combate, a gente precisava de um apoio divino. Foram três semanas seguidas de escavação dos destroços”.
O capitão lembrou que a qualidade do ar era péssima deixando doentes muitos bombeiros. “Nos disseram que havia pouco ar debaixo dos escombros, depois ficamos sabendo que o ar estava cheio de amianto e gases impuros. Muitos bombeiros depois tiveram diversos tipos de câncer. Durante muito tempo eu sofri com tosse.”
“Foi uma sombra de guerra que havia no Marco Zero. Foi ali que os terroristas decretaram guerra aos Estados Unidos. Nós precisávamos ser fortes e superar essa situação. O estado de choque de toda a população era evidente”, acrescentou. “Quando estava ali, eu vi o horror que a humanidade causou a si própria. A visão radical que tinham os terroristas.”
Após os ataques às Torres Gêmeas, Dan Daly tem sido convidado pelo Departamento de Estado norte-americano para fazer palestras pelo mundo. Ele já viajou por mais de cem cidades no mundo em países como Canadá, Chile, Nicarágua, Nepal, Guatemala, Hungria, Rússia, Afeganistão e Iraque para relatar a sua experiência. O Brasil, ele já visitou três vezes. Em julho deste ano, foi ao Complexo do Alemão e à Cidade de Deus para compartilhar suas lembranças com crianças de escolas públicas.

Divisão

Para o cônsul-geral dos EUA no Rio de Janeiro, Dennis Hearne, o 11 de Setembro foi um divisor de águas. “Com certeza esse dia é um ponto de divisão entre o mundo antes e o mundo depois, não só para os americanos. Temos que ver o que pode e deve ser feito para proteger a nossa civilização contra atos de violência. Nosso censo de segurança foi afetado de uma forma definitiva por esse evento tão trágico.”
Questionado se concordava com a visão do bombeiro de que um novo ataque terrorista é iminente, o diplomata admitiu a necessidade de ser “realista” sobre o perigo. “Sim, temos que nos proteger, estamos bem mais preparados hoje em dia nos Estados Unidos e, no mundo, trabalhamos junto com outros países para tentar reforçar a segurança e fazer o possível para proteger as nossas populações. Alguns ataques têm acontecido nesses últimos dez anos, mas acho que, em geral, tem sido uma história de sucesso em tentar evitar outros grandes ataques”.
Dennis Hearne destacou ainda que os EUA adotaram medidas mais rígidas de segurança. “Algumas são realmente inconvenientes, mas foram decisões tomadas à luz desse evento. Ao mesmo tempo queremos todos viver em liberdade e tolerância. Temos que medir o que fazer para nos proteger e também permanecer como uma sociedade aberta para o mundo inteiro.”

fonte: acritica.com

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por Diário de um Bombeiro às 22:10



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