Duarte Caldeira, Pres. Liga Portuguesa dos Bombeiros Portugueses sobre a duplicação de investimentos no socorro.
Correio da Manhã – Por que razão defendem a exclusividade dos bombeiros na missão de socorro aos cidadãos?
Duarte Caldeira – Está alicerçada na experiência, tradição e melhor rentabilização dos recursos disponíveis de que o País dispõe, não sendo por isso justificável redundâncias e sobreposições.
– Na prática e no terreno, qual é a mais-valia dos GIPS da GNR?
– Num milhão de emergências que ocorrem no País anualmente, mais de 87% são asseguradas pelos corpos de bombeiros. A missão dos GIPS da GNR, como justificação para a sua criação, foi a necessidade de reforçar o combate aos incêndios florestais e mais tarde foram atribuídas novas valências para justificar a decisão política. Pelo que consideramos ser este o momento adequado para fazer um balanço à razoabilidade da decisão política. E este balanço é tão ou mais importante, se tivermos em consideração as permanentemente alegadas necessidades de reforço de efectivos no dispositivo territorial da GNR.
– Qual seria o melhor modelo de financiamento dos bombeiros?
– Defendemos uma tipificação dos territórios municipais, do ponto de vista de risco, da qual decorre a tipificação dos corpos de bombeiros. Este exercício constitui a linha de orientação para dotar os bombeiros com os recursos humanos e de equipamento adequados aos riscos e com a garantia da necessária sustentabilidade financeira.
– Como vê a demissão do comandante da Autoridade Nacional de Protecção Civil?
– Medida ajustada, tendo em consideração o ruído criado à volta de uma função e de uma figura, que pela natureza das suas funções, tem de estar num patamar inquestionável. Como estamos num Estado de Direito e a presunção de inocência prevalece até prova em contrário, quero acreditar que este foi um mau momento do sistema.
por Lurdes Mateus
fonte: CM