 |
Hélio Cunha sofreu queimaduras durante o fogo que lavrou desde quarta-feira no Sabugal. Na A25, em Celorico da Beira, a proximidade do fogo obrigou a cortar a circulação |
Sabugal: Arderam três mil hectares de floresta em três dias
"Fui salvar o gado do meu vizinho, mas quando cheguei a um cruzamento o fogo estava em cima de mim e eu sem poder fazer nada", contou ontem ao CM Hélio Cunha, que sofreu queimaduras de 2º grau nos braços, numa mão e na cabeça, no Sabugal. Este foi o caso mais grave nos incêndios florestais que, com a subida das temperaturas, voltaram a dar que fazer aos bombeiros.
O "inferno", como dizem os habitantes de Quinta de São Domingos, começou pelas 23h10 de quarta-feira, em Bendada, e só ontem ao fim da manhã foi dado como dominado, mas com constantes reacendimentos.
Hélio Cunha estava a trabalhar na quinta quando a patroa sugeriu que fosse ajudar a apagar o incêndio. O pastor, de 48 anos, viu um pátio com vacas, cabras e vitelas e não hesitou em salvar os animais: "Abri a vedação e mandei-os embora."
O fogo "ainda estava longe" e Hélio orientava os animais para um local seguro, mas quando chegou a um cruzamento foi surpreendido pelas chamas. O pastor e agricultor ficou encurralado e desesperado. Uma vizinha pediu socorro, que demorou 45 minutos a chegar, devido à irregularidade do terreno.
"Se tivesse sido logo socorrido agora estava melhor, mas o terreno tem muitas rochas de granito e o acesso é complicado", explicou ontem o pastor. A Protecção Civil lamenta os prejuízos ambientais e os três mil hectares de área ardida.
fonte: CM