"Inferno" era hesta quarta-feira a palavra mais utilizada pelos habitantes de Salamonde, ainda mal refeitos do susto provocado pelo violento incêndio que chegou a "beijar" muitas casas daquela aldeia de Vieira do Minho.
"Já vi o inferno, Deus Nosso Senhor me livre dele", desabafava Cidália Mota, 74 anos, que vive sozinha e que viu as chamas quase a entrarem-lhe pela porta dentro.
"Foi uma noite toda sem dormir. O sono é muito, mas não tenho coragem de ir para a cama. É que mal fecho os olhos a primeira coisa que vejo é aquele inferno a vir pelo monte abaixo, para cima das nossas casas", atirou Sandra Vieira, outra moradora em Salamonde.
O incêndio começou cerca das 23 horas de terça-feira e só foi dado por dominado pelas 18 horas desta quarta-feira, após um combate que envolveu mais de uma centena de bombeiros, apoiados por três dezenas de viaturas e um helicóptero pesado.
A meio da tarde, os bombeiros já não escondiam os sinais de exaustão, depois de horas a fio no terreno.
Junto a um antigo bairro da EDP, um grupo de bombeiros de Salto e Montalegre aproveitou uma sombra para "passarem pelas brasas", deitados no chão, num verdadeiro "descanso dos guerreiros".
Fonte: JN