Os técnicos de segurança e proteção civil criticaram esta segunda-feira o ministro da Administração Interna pela concentração de meios de combate a incêndios nos três meses de Verão.
Os profissionais propõem um dispositivo de primeira intervenção de resposta rápida estrategicamente distribuído. Em comunicado, a Associação Portuguesa de Técnicos de Segurança e Protecção Civil (ASPROCIVIL), critica o anúncio do ministro Miguel Macedo, no passado domingo, que avançou que 2012 vai contar com mais meios de combate a incêndios durante a época mais crítica - os três meses de Verão.
No documento, a ASPROCIVIL defende que "a época de incêndios é todo o ano" e propõe a criação de "um dispositivo de primeira intervenção, de média dimensão, sedeado em locais geo-estratégicos [a funcionar nas Corporações de Bombeiros], que tenha uma resposta pronta, musculada e imediata para picos de incêndios que acontecem durante os meses menos quentes".
A associação entende que "a nova realidade climatérica de Portugal" deve levar a encarar o combate e a prevenção dos fogos numa perspectiva temporal mais alargada e obrigar a mudanças de comportamentos, com uma maior sensibilização da população para "atitudes" que normalmente são permitidas no Inverno, fiscalização de queimadas e comportamentos de risco e formação de agricultores.
A ASPROCIVIL propõe ainda a "alteração da legislação, por forma a enquadrar a actividade humana no interior das matas e florestas, as actividades pirotécnicas, de queima de sobrantes agrícolas e de criação de pasto fora dos chamados meses de Verão".
O ministro da Administração Interna apresenta hoje o dispositivo de combate a incêndios florestais para 2012.