Era uma da manhã de ontem quando os gritos de Cláudia Correia, de 33 anos, ecoaram no parque de viaturas dos Bombeiros de Marco de Canaveses. A jovem mulher estava a entrar em trabalho de parto e já não houve tempo para a transportar ao hospital.
"Só conseguimos tirar a senhora do carro e colocá-la na maca. Mal entrou na ambulância rebentaram as águas e vimos logo o bebé. Foi uma questão de segundos", conta Daniel Moura, de 37 anos, bombeiro há mais de 18. A cesariana estava marcada, mas o pequeno Pedro Daniel acabou por nascer de parto normal. "Foi muito complicado, porque o bebé estava sentado e tinha duas circulares do cordão umbilical enroladas ao pescoço. Conseguimos removê-las e o bebé ficou estável e a chorar", explica o bombeiro.
A viatura médica do INEM foi ao encontro dos Bombeiros de Marco de Canaveses e acabou por transportar mãe e filho ao Hospital Padre Américo, em Penafiel. Após observação, foram transferidos para o Hospital de São João (Porto) devido a complicações com o bebé. À hora de fecho da edição, mãe e recém-nascido continuavam na unidade do Porto.
Para o bombeiro Daniel Moura, o parto de Pedro Daniel foi o quarto que realizou. "Este foi o mais difícil. Felizmente, correu tudo bem, mas foram momentos muitíssimo complicados. Estamos a falar de duas vidas que estão nas nossas mãos, e se algo corre mal ficamos com isso na nossa cabeça para sempre", diz Daniel Moura, que já é padrinho de uma das crianças que ajudou a nascer.
Desde 1 de Janeiro, os bombeiros, de várias corporações do País, já realizaram dez partos, seis dos quais em ambulâncias.
Fonte: CM