As queimas domésticas causam 30 por cento da poluição atmosférica em Portugal, de acordo com um estudo da Universidade de Aveiro, que alerta para o aumento do consumo de lenha, face ao agravamento do gás e eletricidade.
De acordo com estimativas da Universidade de Aveiro, em 2010 os portugueses queimaram dois milhões de toneladas de lenha em lareiras e recuperadores de calor e o consumo tem vindo a aumentar.
“Dos contactos que temos tido com fornecedores desses equipamentos e vendedores de lenha, no centro e norte do país e em particular nos distritos de Aveiro e Viana do Castelo, as vendas não têm parado de aumentar”, disse à Lusa a investigadora Célia Alves.
Célia Alves, do grupo de Qualidade de Atmosfera do Centro de Estudos do Ambiente e do Mar (CESAM), atribui o fenómeno ao aumento dos preços do gás e eletricidade e à redução do rendimento das famílias, tanto mais que a tendência se está a verificar também noutros países do sul da Europa, em particular na Grécia, segundo informações que tem trocado com investigadores de outros países.
De acordo com o estudo daquele centro de investigação da Universidade de Aveiro, a queima de madeira em equipamentos caseiros representa uma fonte considerável de emissão de poluentes para a atmosfera com consequente agravamento da qualidade do ar.
As conclusões da investigação do CESAM da UA alertam para o perigo que a percentagem tendencialmente crescente constitui para a saúde pública.
por Lusa