A Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) negou hoje a existência de discriminação de corporações de bombeiros no pagamento do funcionamento de aparelhos de GPS colocados em veículos de combate a incêndios.
Em informação feita chegar à agência Lusa por correio eletrónico, as relações públicas da ANPC contrariam afirmações feitas na terça-feira pelo presidente da Federação dos Bombeiros do Distrito de Viseu (FBDV), Rebelo Marinho, que exigia "tratamento igual" para as 32 corporações de Viseu no pagamento dos aparelhos de GPS colocados nos carros de combate a incêndio.
A FBDV deliberou que os bombeiros do distrito desligassem os aparelhos de GPS para exigir que estes vissem o funcionamento destes suportado pela ANPC, alegando que o mesmo era praticado em Vila Real e Guarda.
A ANPC assegura que não é como Rebelo Marinho afirma e esclarece: "Apenas são suportados por esta Autoridade Nacional os custos de manutenção e comunicações com o sistema de georreferenciação dos veículos do distrito de Vila Real, instalado na sequência de um donativo de 50.000 euros proveniente de uma empresa privada".
Já sobre a situação no distrito da Guarda, a ANPC diz que no ano de 2008 procedeu "à aquisição de um sistema de georreferenciação dos veículos do Distrito da Guarda ao abrigo de financiamento comunitário" e que esse sistema "previa dois anos de garantia e comunicações. Findo o período de garantia, a ANPC nunca suportou qualquer custo de manutenção e comunicações"
E assegura ainda que "tem conhecimento da existência de sistemas de georreferenciação de veículos instalados em outros distritos" mas que estes "não foram adquiridos pela ANPC, nem esta suporta ou suportou qualquer custo de manutenção e comunicações dos mesmos".
"Até à presente data não foi estabelecida qualquer ligação entre os equipamentos instalados nos veículos do Distrito de Viseu e os sistemas em uso na ANPC, em particular no Comando Distrital de Operações de Socorro de Viseu, pelo que a decisão ora tomada (de desligar os aparelhos de GPS pelos bombeiros de Viseu) não representa qualquer alteração aos procedimentos vigentes nem uma diminuição da eficácia do socorro".
Os bombeiros do distrito de Viseu desligaram os aparelhos de GPS colocados nos carros de combate a incêndios, a pedido da federação distrital, num protesto contra a alegada "discriminação" no pagamento do seu funcionamento.
O presidente da FBDV, Rebelo Marinho, justificou, na terça- feira, a decisão com o objetivo de exigir à ANPC que "trate todas as corporações de bombeiros por igual" no pagamento da utilização dos aparelhos de GPS.
Rebelo Marinho admitiu que os custos, 144 euros/ano, "não são muito relevantes", mas apontou a "questão de princípio para exigir tratamento igual" para os bombeiros voluntários do distrito de Viseu, que têm, em média, cinco aparelhos por quartel.
Esta medida, adiantou Marinho, a ANPC, pressuposto que a autoridade nacional refuta, "fica sem a possibilidade de monitorizar a localização das viaturas de combate a incêndio", cuja consequência mais visível é "não permitir uma rápida e mais eficaz gestão de meios em situação de aperto" e quando seja necessária "a sua mobilização de um incêndio para outro em função das dificuldades sentidas momento a momento".
RB.
Fonte: Lusa/fim