Os Bombeiros Voluntários de Pombal festejaram ontem mais um aniversário já a pensar no centenário, que se comemora no próximo ano. A corporação cumpriu a tradição, promovendo e condecorando bombeiros, batizando viaturas e distinguindo uma empresa benemérita
O parque de viaturas da corporação foi enriquecido com quatro novos veículos, dois deles destinados ao transporte de doentes, uma de combate a incêndios urbanos e um tanque de grande capacidade, cedido pela empresa Transportes Central Pombalense.
Como forma de reconhecer o apoio concedido para a ligação de todos os quartéis informaticamente, a corporação distinguiu a Nemoto, uma empresa japonesa, sedeada em Pombal, atribuindo-lhe a medalha de mérito da Liga dos Bombeiros Portugueses.
As palavras dos diversos oradores, durante a sessão solene comemorativa, foram dirigidas essencialmente ao corpo ativo, com o comandante José Costa a reconhecer-lhes todo o «esforço e dedicação». Já o presidente da Assembleia-Geral e ex-presidente da Direção, José Manuel Carrilho, desejou aos soldados da paz «muito ânimo e encorajamento».
Já numa vertente mais institucional, o representante da Federação dos Bombeiros do Distrito de Leiria enalteceu o papel dos bombeiros voluntários, apesar de «andar por aí muita gente distraída». Joaquim Pinto revelou-se céptico quanto ao futuro do voluntariado, ao afirmar que, «com tantas exigências não tenho dúvidas que o voluntariado nos bombeiros está a desaparecer».
Uma opinião contrariada pelos oradores seguintes. Rui Silva, vice-presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses, referiu que «o voluntariado não está nada em crise», acrescentando que «temos é que o fomentar».
Por sua vez, o chefe de gabinete do governador civil de Leiria considerou que «o voluntariado está cada vez mais reforçado». Carlos Lopes aproveitou o momento para enaltecer o apoio que o Governo Civil tem prestado às diversas corporações de bombeiros, preparando-as para o combate daquele que é «um desígnio nacional», os incêndios florestais.
Aquele responsável enalteceu o facto de ter sido o Governo Civil de Leiria a «despoletar» uma candidatura dos diversos governos civis da região Centro a fundos comunitários que permitiu dotar as corporações com novos veículos operacionais, bem como o apoio para o fornecimento de equipamentos de proteção individual aos bombeiros.
A encerrar os discursos, o presidente da Câmara Municipal de Pombal destacou o apoio do município aos bombeiros do concelho. Segundo Narciso Mota, desde 2005 que a autarquia já apoiou a corporação com mais de três milhões e 880 mil euros.
Por outro lado, os diversos intervenientes tiveram a oportunidade de enaltecer o profissionalismo do ex-comandante da corporação, Carlos Conceição Carvalho, e do comandante operacional distrital, José Manuel Moura.
Corporações Unidas num século de história
Um dos momentos altos das comemorações do 99.o aniversário dos Bombeiros Voluntários de Pombal foi a assinatura de um protocolo de geminação entre as seis corporações que, em 2012, comemoram um século de vida: Pombal, Ourém, Dafundo, Carnaxide, Vila do Conde e Faial.
«É um século de história comum que importa solidificar, estreitando relações que perdurem no tempo, com o dever de cada uma das associações», referiu o presidente da direção da associação humanitária de Pombal.
Segundo Rodrigues Marques, «as associações consideram de essencial importância que, para lá do seu relacionamento, esta geminação permita o encontro entre os bombeiros e os associados das seis associações, extensível às populações das áreas geográficas que cada uma delas serve, fomentando os contactos entre elas».
A geminação visa «empreender programas de cooperação, tendo em vista o desenvolvimento mútuo, numa base de interesses e opções de cada associação e de acordo com as possibilidades existentes em cada momento»; «considerar a promoção de trocas formativas, culturais, sociais ou outras, entre os dirigentes e os bombeiros de todas as associações subscritoras», assim como prestar colaboração em diversas áreas, como intercâmbio para a formação dos bombeiros, fornecimento de meios técnicos e materiais adequados para projetos e programas comuns, colaboração e entreajuda solidária e reivindicações justas junto de entidades oficiais, ligadas ou não aos organismos dos bombeiros, entre outras.
por Orlando Cardoso
fonte: DC