No último ano os Bombeiros Voluntários do Barreiro participaram em 20.691 ocorrências no concelho
Oliveira Soares, Presidente da Direcção da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários do Barreiro – Corpo de Salvação Pública, hoje, no decorrer da Sessão Solene evocativa do 81º aniversário da associação referiu que com a extinção do Serviço Nacional dos Bombeiros, e particularmente com legislação criada a partir de 2007 – “entrou-se no caminho do abismo”, acrescentando que o actual Governo – “deu um empurrão para o abismo”, e “algumas associações já sucumbiram”.
Oliveira Soares, Presidente da Direcção da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários do Barreiro – Corpo de Salvação Pública, cargo que exerce há 12 anos, hoje, no decorrer da Sessão Solene Evocativa do 81º aniversário da associação, sublinhou que – “não tem sido fácil a tarefa”, num tempo em que “a palavra crise tudo explica”.
Corporação desligada das empresas
O dirigente recordou diversos aspectos da história dos Bombeiros de Portugal e do Corpo de Salvação Pública.
Referiu que a dissidência que deu origem ao nascimento dos Bombeiros Voluntários do Barreiro, na época, resultou da vontade de criar um corpo de Bombeiros que garantisse auxilio à população, criando uma corporação de bombeiros – “desligada das empresas”.
Tudo nos é pedido em troca nada é facilitado
Oliveira Soares sublinhou que actualmente o Corpo de Salvação Pública conta com mais de 6000 associados e um Corpo Activo de 160 Bombeiros.
Referiu as dificuldades que estão a ser criadas aos Corpos do Bombeiros, por todo o país – “tudo nos é pedido, em troca nada é facilitado”.
Entrou-se no caminho do abismo
Oliveira Soares recordou que com a extinção do Serviço Nacional dos Bombeiros, e particularmente com legislação criada a partir de 2007 – “entrou-se no caminho do abismo”, acrescentando que o actual Governo – “deu um empurrão para o abismo”, e “algumas associações já sucumbiram”.
O Presidente da Direcção do Corpo de Salvação Pública sublinhou que “só uma atitude de grande dedicação”, onde “não há horas” permite que os Bombeiros continuem a dar respostas a solicitações que não se resumem ao ataque a incêndios.
Solidariade activa na defesa do Barreiro
“A tudo os Bombeiros são chamados e nem sempre recebem o reconhecimento merecido” – sublinhou.
Oliveira Soares salientou que os Bombeiros são “uma escola de exemplo” de “solidariade activa na defesa do Barreiro”.
“O altruísmo e o amor ao próximo não consta dos estatutos” – sublinhou, porque é praticado para além do cumprimento dos deveres exigidos.
Núcleo de Bombeiros mais eficiente no Distrito
José Figueiredo, Comandante dos Bombeiros Voluntários do Barreiro, recordou nomes que fizeram a história da associação Manuel Feio, Américo Seruca, João da Glória, Sobral, e, referiu que os actuais bombeiros continuam a exercer as suas funções visando dignificar a história que herdaram.
“Não desejo ser Comandante de um Corpo de Bombeiros perfeito, porque não há Corpos de Bombeiros perfeitos” - refere, acrescentando o seu desejo de ser Comandante do “núcleo de Bombeiros mais eficiente no Distrito”, tendo a formação como referência no desenvolvimento da sua actividade.
Recordou que no último ano os Bombeiros Voluntários do Barreiro participaram em 20.691 ocorrências no Barreiro.
Aumenta o risco de lesão dos Bombeiros
José Figueiredo, salientou que a situação económica do país está a colocar dificuldades aos Corpos de Bombeiros, “aumentando o tempo de vida dos equipamentos”, tal “aumenta o risco de lesão” dos Bombeiros no desempenho das suas funções.
Neste contexto defendeu a “necessidade de se encontrarem alternativas” de forma que não seja colocado em causa o serviço prestado pelos Bombeiros à população.
Referiu que o concelho do Barreiro ocupa a 3ª ou 4ª posição, no Distrito de Setúbal, com o registo de mais ocorrências.
A finalizar a sua intervenção o Comandante do Corpo de Salvação Pública sublinhou que “não alimenta polémicas” o objectivo “é cumprir os deveres”.
Trabalho que deve ser reconhecido
Rui Costa, 2º Comandante Operacional Distrital da Autoridade Nacional de Protecção Civil referiu o importante contributo do Corpo de Salvação Pública quer no concelho do Barreiro, no distrito ou no país nas operações.
“Um trabalho que deve ser reconhecido e enaltecido” – sublinhou.
Um tempo, onde de pouco tem que se fazer muito
Carlos Humberto, Presidente da Câmara Municipal do Barreiro, salientou que os tempos que vivemos hoje, exigem acção, coragem e muita unidade.
“É um tempo, onde de pouco tem que se fazer muito” – sublinhou.
O autarca sublinhou o amor e a persistência dos Bombeiros e referiu o facto de continuarem a existir jovens que abraçam esta causa – “dão passos no sentido de servir o interesse social e querer um mundo melhor”.
Um exemplo para um país que precisa de ganhar confiança
Carlos Humberto lançou um desafio à comunidade do Barreiro para que olhem para os Bombeiros não com reconhecimento ou agradecimento, mas apreciando o esforço que dedicam, e a forma como encaram as dificuldades, demonstrando que – “querer é poder”.
Este, disse, é um exemplo para um país que precisa de ganhar confiança e acreditar – “na nossa própria vontade para resolver os problemas”.
Fonte: Rostos.pt