A redução da facturação do transporte de doentes, que oscila entre os 40 e 80 por cento, e o aumento das despesas com o combate aos fogos florestais – uma média de três por hora este ano, contra um a cada duas horas em 2011 – estão a lançar muitas corporações de bombeiros para a falência.
Entre as últimas associações humanitárias a denunciar a falta de dinheiro estão as dos bombeiros de Montemor-o-Velho e a de Foros de Salvaterra, Salvaterra de Magos. A primeira combateu alguns dos 5228 incêndios já registados este ano (contra 867 em 2011) e ambas têm a haver uma pequena fatia dos 20 milhões de euros que o Ministério da Saúde deve às corporações, segundo Jaime Soares, presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses.
"Estamos mesmo muito mal e, de um momento para o outro, podemos ser forçados a tomar medidas drásticas", admitiu ontem Manuel Girão, presidente da direcção dos bombeiros de Montemor-o-Velho. Parar as viaturas, por falta de dinheiro para o combustível, é uma das possibilidades. Com um passivo superior a 200 mil euros, a associação já não tem crédito para combustível. A verba que tem destinada para esse fim, dará apenas para alguns dias.
Para solucionar a situação, a associação propôs à Câmara a criação de uma taxa municipal de prevenção, extinção de incêndios e socorro que revertesse para os bombeiros. Luís Manuel Leal, presidente da câmara, afirma que este assunto será decidido na próxima reunião do executivo, mas tem dúvidas sobre a sua legalidade.
Em Foros de Salvaterra, os Bombeiros têm para rece-ber cerca de 70 mil euros, 28 mil dos quais do Hospital de Santarém. Os quatro funcionários não receberam o subsídio de Natal e o salário de Fevereiro.
Fonte: Correio da Manhã