A Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Setúbal (AHBVS) e a Câmara Municipal de Setúbal assinaram, na passada quinta-feira, o protocolo de colaboração para a prestação de serviços de socorro em Azeitão, por parte daquele corpo de bombeiros. No decorrer da cerimónia o presidente daquela associação, José Luís Bucho, foi distinguido com o Crachá de Ouro da Liga dos Bombeiros Portugueses e foi lançado um livro sobre os 125 anos da Associação.
O Salão Nobre dos Paços do Concelho foi o local escolhido para a assinatura, entre a Câmara Municipal de Setúbal e a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Setúbal, do protocolo de colaboração para a prestação de serviços de socorro em Azeitão, pelos Bombeiros Voluntários de Setúbal, cujo documento foi aprovado em reunião de Câmara, realizado a 19 de Outubro do ano transacto.
A cerimónia, onde estiveram presentes várias entidades, representantes das forças de segurança e de outras companhias de bombeiros – nomeadamente a Associação Espanhola de Luta Contra o Fogo – e amigos, contou com a presença da presidente da autarquia Maria das Dores Meira e do presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses, Duarte Caldeira, neste que foi o seu último acto oficial, como dirigente da referida Liga.
Após a assinatura do protocolo, o comandante dos Bombeiros Voluntários de Setúbal, Paulo Sedas, usou da palavra para salientar o papel das mulheres e dos homens que, há mais de um século, têm trabalhado em prol da população de Setúbal, salientando o facto de ter sido com base nesse trabalho desenvolvido que a câmara municipal “reconheceu as capacidades dos Bombeiros Voluntários, lançando-lhes desafios que temos procurado alcançar, com trabalho e dedicação”.
Paulo Sedas salientou que os bombeiros “estão muito empenhados em corresponder ás expectativas que sobre eles recaem e, nos últimos tempos, os factos falam por si: em 2010 demos resposta a cerca de nove mil ocorrências de todos os tipos, onde estiveram presentes cerca de 20 mil bombeiros, com 9.300 veículos e isto representa 23 mil horas de trabalho a favor da comunidade e cerca de 240 mil quilómetros percorridos”. No ano transacto, disse o comandante dos Voluntários, “ocorre-mos a cerca de 8 mil situações, onde estiveram presentes quase 23 mil bombeiros e 1.700 veículos”, acrescendo a tudo isto várias horas de formação.
Relativamente ao trabalho realizado em Azeitão, Paulo Sedas referiu que nos últimos quase três meses, “foram efectuados cerca de 300 serviços, com aproximadamente igual número de veículos e onde estiveram empenhados à volta de 900 bombeiros”. O comandante disse ainda que os Voluntários têm sido “muito bem acolhidos e muito incentivados” em Azeitão e deu o exemplo de alguns serviços (complicados e de grande gravidade) a que ocorreram naquela área do concelho. Paulo Sedas fez ainda questão em prestar reconhecimento público ao presidente da AHBVS.
Maria das Dores Meira referiu-se a este protocolo como o “culminar de um processo” iniciado há cerca de um ano quando a autarquia iniciou a reestruturação do sistema de socorro e protecção de pessoas e bens no concelho, salientando que as alterações agora colocadas em prática “constituem uma mudança histórica na organização do sistema de protecção civil do concelho”, frisando que a as alterações introduzidas no sistema “foram absolutamente bem sucedidas” e que as mesmas permitiram, ainda a “rentabilização dos meios de bombeiros existentes no concelho e uma efectiva redução de custos”.
Em caixa
ALARMISMOS No decorrer do seu discurso a presidente da autarquia sugeriu à Associação nacional de Bombeiros Profissionais (ANBP) e aos vereadores do PS na autarquia sadina, que “apresentem desculpas públicas pelas acusações que fizeram” e que a autarca classifica de “alarmismos criados” por aquela associação, “a propósito da capacidade operacional dos Bombeiros Voluntários para executar, com qualidade e prontidão, as missões que sempre lhes estiveram atribuídas desde a sua fundação, há 128 anos”.
Maria das Dores Meira referiu que o pedido de desculpas deverá ainda ser apresentado “face às acusações feitas à reconhecida capacidade operacional dos Bombeiros Voluntários”, assim como “por terem posto em causa a capacidade e dedicação dos profissionais dos Sapadores de Setúbal ao insinuarem que estes homens seriam incapazes de, num novo esquema de horários, garantir a protecção de pessoas e bens”. Lembrando o parecer emitido pela Autoridade Nacional de protecção Civil, que “valida as alterações consagradas neste protocolo” e a decisão do Tribunal Fiscal e Administrativo de Almada em suspender, por falta de fundamento, a providência cautelar interposta pela ANBP, a autarca disse que seria “estranho se não estivéssemos já habituados à longa e permanente guerra que a ANBP nos move” e que a assinatura do protocolo demonstra a “total falta de credibilidade desta associação” a quem a autarquia, “definitivamente, deixa de reconhecer qualquer papel de interlocutor válido nas questões laborais dos bombeiros sapadores”.
Fonte:o setubalense