A tomada de posse do novo comandante da Companhia de Bombeiros Sapadores de Setúbal (CBSS), o major Paulo Lamego, ficou marcada pela apreensão dos bombeiros com a introdução do quinto turno de trabalho. Para Pedro Dinis, coordenador regional Setúbal/Alentejo da Associação Nacional dos Bombeiros Portugueses, “não está em causa a legalidade do horário, mas sim a segurança dos setubalenses, pois cada turno poderá vir a ficar apenas com sete bombeiros, menos de metade do que acontece actualmente”. “Em causa”, precisa o responsável, “está o facto de os bombeiros deixarem de poder acorrer a duas situações ao mesmo tempo”.
A presidente da Câmara Municipal de Setúbal, Maria das Dores Meira, confirmou que a decisão da introdução do quinto turno de serviço “já está tomada”, mas nega que tal implique uma redução de metade dos efectivos por cada turno. A autarca diz que a medida visa terminar com “os custos com as horas extraordinárias”. A presidente da câmara mostrou-se assim solidária com os bombeiros reconhecendo que falta recrutar 20 bombeiros, algo que não vai acontecer em breve devido a “dificuldades financeiras”.
Questionado pelos jornalistas sobre este tema, o comandante dos bombeiros de Setúbal, Paulo Lamego, escusou-se a comentar por se tratar “de uma questão política” e pediu mais alguns dias para “se inteirar” da situação. No seu discurso de tomada de posse assumiu ser “um indivíduo de acção e parco em palavras” e pediu aos bombeiros “a lealdade de exigir sempre mais do comandante”.
Maria das Dores Meira salientou que, apesar da “conjuntura económico-financeira desfavorável”, a autarquia apresentou uma candidatura ao Quadro de Referência Estratégico Nacional que, em caso de aprovação, reforçará os meios da CBSS para o combate a incêndios. A candidatura, no valor global de 2,3 milhões de euros, inclui a aquisição de uma plataforma elevatória com 45 metros, um veículo de socorro e assistência especial e um sistema integrado de gestão de emergência. Maria das Dores Meira recordou ainda que, além destas aquisições, “a câmara municipal substituiu, recorrendo apenas a fundos municipais, o veículo de socorro e apoio táctico” dos bombeiros sapadores.
Paulo Lamego, por seu turno, prometeu “uma prestação ainda mais eficiente” como retorno do “investimento do município de Setúbal”. O major Paulo Lamego é natural da Amadora, tem 39 anos e ingressou no Exército em 1992. Tem formação em explosivos e defesa biológica e nuclear. Recentemente, entre Abril e Novembro, esteve em missão no Afeganistão, no quartel-general da ISAF – Força Internacional de Assistência à Segurança, onde recebeu a confirmação de que seria o novo comandante dos sapadores de Setúbal.
in: setubalnarede.pt
NOTA DA ADMINISTRAÇÃO: È pena uam situação destas começar a acontecer, mas, infelizmente, cada vez mais se vê esta situação a ocorrer por todas as corporações do nosso país, embora nem todas sejam pelos mesmos motivos!..